Graphic novel: minhas primeiras impressões

Graphic novel: minhas primeiras impressões

Já faz algum tempo que não escrevo sobre livros e recentemente, graças a uma amiga, descobri um universo novo dentro da Literatura, o universo da graphic novel. O termo refere-se às narrações feitas através de arte seqüencial , ou seja, quadrinhos, mas editados em formato de livro.

Tive o prazer de conhecer um pouco mais desse gênero através dos livros e autores que irei mencionar aqui, mas tenho total consciência que esses representam apenas uma iniciação num mundo desconhecido. Ainda pretendo ler muitos outros livros de graphic novel e espero contar com as dicas de vocês.

Bom, o primeiro que li foi o “Bordados” de Marjane Satrapi, a mesma autora que escreveu "Persépolis" livro que virou um filme de animação em 2007. O livro conta de uma maneira bem humorada, porém não menos realista, a realidade das mulheres iranianas. Temas como: casamento, sexo e adultério são expostos de forma leve durante as conversa na casa da avó de Marjane, sim o livro é autobiográfico. Assim, a história se desenrola através das histórias dessas mulheres de diferentes gerações e com múltiplas experiências de vida. Apesar de leve e bem humorado, a tradição e o machismo estão sempre presentes nas narrativas. É um livro delicioso e apaixonante, devorei em algumas horas na Livraria Cultura, depois de sair do trabalho numa sexta-feira e é uma excelente dica para aqueles que não conhecem ou querem conhecer mais um pouco do universo da graphic novel. 

O segundo que li chama-se “Cicatrizes” e o autor é o David Small. Esse livro, assim como o Bordados, também é autobiográfico, no entanto, as semelhanças encerram-se por aqui.  Diferentemente do livro anterior, esse narra a história de David, garoto tímido e inseguro que vive com o irmão, um pai radiologista e uma mãe tirana. Aos 14 anos ele recebe o diagnostico de câncer e sofre uma cirurgia, perdendo uma das cordas vocais, consequentemente, sua voz também. Os fatos são narrados de forma envolvente, densa e viciante, tudo na mesma proporção, vale muito a pena ler. 

Ana Paula Nunes é jornalista e Coordenadora de Comunicação da ContemporARTES.