sábado, 27 de agosto de 2011

Entrevista exclusiva com Nehle Franke, Diretora Geral da Fundação Cultural do Estado da Bahia.









A Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), unidade da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA), reúne seus dirigentes para visitar seis cidades do interior da Bahia, realizando Encontros Setoriais com a sociedade, dentro do projeto FUNCEB ITINERANTE. A viagem se iniciou em 24 de agosto e segue por onze dias, até o retorno a Salvador em 4 de setembro, passando por Alagoinhas (24/8), Senhor do Bonfim (26/8), Itaberaba (28/8), Barreiras (30/8), Vitória da Conquista (1/9) e Ilhéus (3/9).



A equipe que integra o FUNCEB ITINERANTE é formada pela diretora geral da FUNCEB, Nehle Franke, os coordenadores de linguagens artísticas da FUNCEB, das áreas de Artes Visuais, Audiovisual, Dança, Literatura, Música, Teatro, da assessoria de Artes Circenses e de Relações Institucionais, além de assessores técnicos e da Assessoria Especial para Juventude e Cultura Digital da SecultBA.



Nehle Franke.





Qual objetivo do projeto FUNCEB ITINERANTE?



Nossa proposta é de estabelecer o diálogo com a sociedade civil para discutirmos juntos as políticas públicas para as artes na Bahia – Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Cultura Digital, Dança, Literatura, Música e Teatro. Como a FUNCEB é sediada na capital, Salvador, o projeto se propõe a contribuir para a inclusão de cidadãos do interior do estado neste processo de articulação. A gestão cultural prescinde do movimento conjunto entre poder público e sociedade. A partir do debate, do conhecimento da realidade das regiões e cidades baianas, será mais efetivo o planejamento e a execução de ações, projetos e programas amplamente democráticos e eficientes. Nossa busca é de conseguirmos encontrar possibilidades de soluções para os nossos desafios, além de estimular a organização dos setores artísticos e seus agentes, mobilizando-os também para a participação nas Conferências Setoriais de Cultura, que serão realizadas no dia 5 de novembro, em Salvador, na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no bairro da Federação.



Por que foram escolhidas estas seis cidades da Bahia para a excursão – Alagoinhas, Senhor do Bonfim, Itaberaba, Barreiras, Vitória da Conquista e Ilhéus?


Não nos seria possível, numa excursão deste porte – composta pelos dirigentes centrais da FUNCEB –, visitar cidades dos 26 Territórios de Identidade da Bahia, tampouco de seus mais de 400 municípios. Assim, utilizamos como referência os seis macroterritórios do estado, elegendo em cada um deles uma cidade que pudesse representá-los. Nos articulamos com representantes territoriais da SecultBA presentes em todo o estado e dirigentes locais para que cidadãos de municípios vizinhos se mobilizassem também para participar dos eventos.



Quais pautas têm sido destacadamente debatidas?



Nos dois encontros já realizados – em Alagoinhas e Senhor do Bonfim –, os participantes têm nos apresentado questionamentos e propostas relevantes. O que se evidencia é justamente a preocupação de garantir que os cidadãos do interior sejam plenamente contemplados pelas iniciativas realizadas dentro do programa de gestão cultural da Bahia. As demandas mais representativas são as de encontrar meios de inclusão nos mecanismos de apoio existentes – editais e Calendário de Apoio da FUNCEB, por exemplo –, de haver outros mecanismos direcionados ao interior, de formar pessoas capacitadas para concorrer nestes concursos e de estabelecer uma comunicação mais eficiente com o interior.



Que tipo de direcionamento será dado às sugestões e propostas apresentadas pelos cidadãos durante estes encontros?



Tudo que tem sido e será debatido nos dará suporte para a execução de ações a partir da FUNCEB. Tentaremos dar retorno às demandas com a prática, em realizações. Sabemos que novos desafios serão descobertos, mas poderemos ter mais clareza de como atender às demandas dos setores artísticos. Estamos trabalhando, por exemplo, para que os editais e mecanismos de apoio sejam cada vez mais simplificados, e agora temos esta questão como prioridade, visto se tratar de um ponto definitivo na democratização e interiorização da distribuição dos recursos públicos. Como dar possibilidade de um artista não-afalbetizado ter acesso a isso? Como equilibrar a burocracia com exigências mais simples? Estas são algumas das questões que nos foram dadas e que teremos de investir em encontrar soluções para elas.






Diogo Carvalho é Historiador pela Universidade Federal da Bahia e Mestre em Cultura e Sociedade (UFBA). Trabalha com os seguintes temas: História, cinema soviético, cinema, cultura digital, política, humanidades e literatura beatnik.

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