Imagem e Fúria: a mitificação do rock através da fotografia
É a partir dos anos 60 que a imprensa musical dará vida para a mitificação de músicos e bandas, tornando-os verdadeiros heróis de uma geração. Um das influências para esse processo ocorrerá pelas lentes de fotógrafos especialistas em documentar o rock.
John e Paul por David Bailey |
Nos anos 70, com o rock já “institucionalizado” e proporcionando milhões de dólares aos ídolos da década anterior, uma nova geração de fotógrafos terá a sensibilidade de flagrar a essência de um movimento que nascera no underground nova-iorquino na primeira metade dos anos 70, e que terá seu auge no verão de 1977: o punk.
Sex Pistols em ação: registro de Roberta Bayley |
Bob Gruen e Roberta Bayley talvez sejam os principais fotógrafos que registraram a ascensão e queda do movimento punk. Ambos tinham como característica retirar do banal, seja a tradicional imagem do músico no palco ou no estúdio, uma expressividade intensa que ia até aos flagrantes da rotina do dia-a-dia dos músicos.
White Stripes por Annie Leibovitz |
Portanto, com o passar do tempo, a revolução provocada pelo estilo musical nos anos 50, levada à condição de ideologia política e transgressora nos tumultuados anos 60, virou produto cultural na década posterior, fazendo com que o caminho fosse aberto para que no início dos anos 80 surgisse a MTV.
A MTV institucionalizava o videoclipe como ferramenta essencial para o êxito de uma banda. A partir dos anos 80, quem não tivesse um videoclipe com freqüente exibição, estaria fadado a vendas baixíssimas de discos. Hoje, em temos de internet, a própria indústria musical precisa se adequar à “aldeia global” Contudo, é inegável a importância da fotografia no universo musical, cuja influência gerou um imaginário que se mantém vivo por mais de cinco décadas.
Marcelo Pimenta e Silva é graduado em jornalismo pela Universidade da Região da Campanha, Bagé/RS. Como pesquisador atuou por três anos no Núcleo de Pesquisa da História da Educação, pela Urcamp, tendo produzido diversos trabalhos multidisciplinares. Tem como temas de pesquisa a imprensa alternativa brasileira; a contracultura e suas implicações na sociedade brasileira, além de temas como o ativismo na cibercultura. Conta com experiência em colunas sobre cultura, em jornais, em sites e em revistas. Atualmente , trabalha com jornalismo, assessoria de imprensa e pesquisa free-lance, além de cursar pós-graduação em comunicação mercadológica na Fatec Senac de Pelotas/RS.
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