sexta-feira, 25 de maio de 2012

Nino Cais, artista paulista, estará na 30ª Bienal de Arte de São Paulo com suas colagens e ressignificações dos objetos.



Nino Cais se equilibrando em copos
Colagens com revistas da década de 1970
Hoje, dia 24 de maio de 2012, fui com meus alunos de Visuais da FPA à Universidade Estadual Paulista, UNESP, para participar do Encontro de formação em arte contemporânea. O evento teve como foco a discussão das poéticas da arte visando abrir os horizontes de educadores de arte e também do público em geral, para tecerem novos olhares sob os processos criativos dos anos 2000. O projeto partiu do Educativo da Bienal que, em parceria com o Instituto de Artes, nos proporcionou a discussão da arte em suas poéticas conceituais na pós-modernidade. A curadora educacional da Fundação Bienal, Stela Barbieri, ressaltou os aspectos da contemporaneidade e dos caminhos que a 30 Bienal de SP sugere para pensarmos as iminências das poéticas.

A Bienal Internacional de Arte de São Paulo teve sua primeira edição em 1951, sempre revelando tendências e sugerindo novos olhares, cada vez mais ousados, sob o processo de se fazer arte, mostrando um estreitamento evolutivo entre arte e público. A Bienal deste ano, que tem como curador  o venezuelano Luis Pérez-Oramas, escritor e historiador, intitulada; A iminência das poéticas, tem como objetivo proporcionar o encontro de vários temas da contemporaneidade como a multiplicidade, a transicionalidade, a recorrência e permanente mutabilidade das poéticas artísticas.
Na palestra, realizada na UNESP, assistimos um vídeo em que Oramas cita o mito de Narciso e  Eco para explicar a instabilidade ou a incomunicabilidade entre os seres. Oramas diz que a arte entra no vão das coisas, nas tais incomunicabilidade, possibilitando a comunicação entre os humanos. O curador completa dizendo que as  palavras e as imagens são elementos distintos mas que estão sempre em estado de  constantes subordinações entre si. 
Ressignificação dos objetos
Colagens com Flores 
A grande e maravilhosa surpresa foi encontrar o artista Nino Cais no Encontro, falando de seu processo criativo e mostrando suas obras de colagens realizados com revistas da década de 1970. A questão interessante levantada por Nino, foi a de reposicionando dos objetos ressignificando-os. O rostos cobertos por flores, blusas de lã ou o equilíbrio do corpo do artista em copos frágeis. O artista trouxe objetos do dia-a-dia em suas várias ressignificações.

Influências de sua mãe costureira - retalhos 
Nino Cais é um dos artistas brasileiros que estará da 30 Bienal colocando e recolocando os objetos do cotidiano em movimentos constastes, como o mestre Duchamp com o seu urinol, A fonte, 1917, a arte de Nino nos ensina a fazer arte com o que temos, com o que nos rodeia, nada mais e fim de papo. A 30 Bienal começa em 7 de setembro e vai até  9 de dezembro. Como afirma o curador,  a Bienal será dividida em "constelações" de obras e artistas que conversam entre si. Dentro das constelações, haverá quatro zonas curatoriais (Sobrevivências, Alterformas, Derivas e Vozes) e uma zona transversal (Reverso).
Fiquem de olho, confiram a Bienal e prestem atenção no trabalho do brasileiro Nino Cais, muito bom!


Kátia Peixoto é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Mestre em Cinema pela ECA - USP onde realizou pesquisas em cinema italiano principalmente em Federico Fellini nas manifestações teatrais, clowns e mambembe de alguns de seus filmes. Fotógrafa por 6 anos do Jornal Argumento. Formada em piano e dança pelo Conservatório musical Villa Lobos. Atualmente leciona no Curso Superior de de Música da FAC-FITO e na UNIP nos Cursos de Comunicação e é integrante do grupo Adriana Rodrigues de Dança Flamenca sob a direção de Antônio Benega.

1 comentários:

Anônimo disse...

muito boa a reportagem!

3 de junho de 2012 às 16:48

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