Nino Cais, artista paulista, estará na 30ª Bienal de Arte de São Paulo com suas colagens e ressignificações dos objetos.
Nino Cais se equilibrando em copos |
Colagens com revistas da década de 1970 |
Hoje, dia 24 de maio de 2012, fui com meus alunos de
Visuais da FPA à Universidade Estadual Paulista, UNESP, para participar do Encontro
de formação em arte contemporânea. O evento teve como foco a discussão das
poéticas da arte visando abrir os horizontes de educadores de arte e também do
público em geral, para tecerem novos olhares sob os processos criativos dos
anos 2000. O projeto partiu do Educativo
da Bienal que, em parceria com o Instituto de Artes, nos proporcionou a
discussão da arte em suas poéticas conceituais na pós-modernidade. A curadora educacional
da Fundação Bienal, Stela Barbieri, ressaltou os aspectos da contemporaneidade
e dos caminhos que a 30 Bienal de SP sugere para pensarmos as iminências das
poéticas.
A
Bienal Internacional de Arte de São Paulo teve sua primeira edição em 1951,
sempre revelando tendências e sugerindo novos olhares, cada vez mais ousados, sob
o processo de se fazer arte, mostrando um estreitamento evolutivo entre arte e público. A
Bienal deste ano, que tem como curador
o venezuelano Luis Pérez-Oramas, escritor e historiador, intitulada; A iminência das poéticas, tem como objetivo
proporcionar o encontro de vários temas da contemporaneidade como a multiplicidade,
a transicionalidade, a recorrência e permanente mutabilidade das poéticas
artísticas.
Na palestra, realizada na UNESP, assistimos um
vídeo em que Oramas cita o mito de Narciso e Eco para explicar a instabilidade
ou a incomunicabilidade entre os seres. Oramas diz que a arte
entra no vão das coisas, nas tais incomunicabilidade, possibilitando a comunicação entre os humanos. O curador completa dizendo que as palavras e as imagens são elementos distintos mas que estão sempre em estado de constantes subordinações entre si.
Ressignificação dos objetos |
Colagens com Flores |
A grande e maravilhosa
surpresa foi encontrar o artista Nino Cais no Encontro, falando de seu processo
criativo e mostrando suas obras de colagens realizados com revistas da década
de 1970. A questão interessante levantada por Nino, foi a de reposicionando dos
objetos ressignificando-os. O rostos cobertos por flores, blusas de lã ou o
equilíbrio do corpo do artista em copos frágeis. O artista trouxe objetos do dia-a-dia em suas várias ressignificações.
Influências de sua mãe costureira - retalhos |
Nino
Cais é um dos artistas brasileiros que estará da 30 Bienal colocando e
recolocando os objetos do cotidiano em movimentos constastes, como o mestre
Duchamp com o seu urinol, A fonte,
1917, a arte de Nino nos ensina a fazer arte com o que temos, com o que nos rodeia, nada
mais e fim de papo. A 30 Bienal começa em 7 de setembro e vai até 9 de dezembro. Como afirma o curador, a Bienal será dividida em "constelações"
de obras e artistas que conversam entre si. Dentro das constelações, haverá
quatro zonas curatoriais (Sobrevivências, Alterformas, Derivas e Vozes) e uma
zona transversal (Reverso).
Fiquem
de olho, confiram a Bienal e prestem atenção no trabalho do brasileiro Nino
Cais, muito bom!
Kátia Peixoto é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Mestre em Cinema pela ECA - USP onde realizou pesquisas em cinema italiano principalmente em Federico Fellini nas manifestações teatrais, clowns e mambembe de alguns de seus filmes. Fotógrafa por 6 anos do Jornal Argumento. Formada em piano e dança pelo Conservatório musical Villa Lobos. Atualmente leciona no Curso Superior de de Música da FAC-FITO e na UNIP nos Cursos de Comunicação e é integrante do grupo Adriana Rodrigues de Dança Flamenca sob a direção de Antônio Benega.
1 comentários:
muito boa a reportagem!
3 de junho de 2012 às 16:48Postar um comentário
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