Juventude, patrimônio cultural e política
É com enorme
satisfação que a partir desta edição começo a escrever na ContemporArtes como
colunista da Vozes do Silêncio. Neste primeiro post, irei apresentar, em breves
linhas, o objetivo da minha contribuição à revista.
Pretendo compartilhar com os leitores minhas
experiências, impressões e resultados de pesquisas sobre temas relacionados aos
meus focos de pesquisa – cultura jovem urbana, política e patrimônio cultural.
Para ser mais
específico, quero apresentar relatos das minhas andanças, físicas e virtuais,
pelos diversos universos juvenis ligados à chamada cena underground, abordando três aspectos que considero fundamentais para
o estudo do tema:
A produção artística
dos diversos grupos juvenis que circulam pela cidade e internet, sejam eles,
por exemplo, Skinheads Anarquistas ou Punks Nacional Socialistas, observando
como ela é um importante elemento no processo de constituição das identidades e
na definição das condutas.
A
contextualização destes grupos e suas posturas no seu devido tempo histórico,
necessário para entender que eles estão dialogando com os dilemas de sua época,
pois, apesar da adesão de muitos jovens a ideais autoritários de outras épocas,
acredito não ser adequado, taxar estas manifestações como anacrônicas, pelo
contrário, eles resignificam estes ideais adequando-os ao tempo presente. Defendo,
portanto, que estes jovens são muito “antenados” no que acontece a sua volta e
seus discursos nos revelam aspectos importantes do tempo em que vivemos.
Identificar os
elementos que compõem o patrimônio cultural destes grupos, como as músicas (que
não tocam em qualquer rádio), a indumentária (que não é vendida em qualquer
loja) e a iconografia (que não aparece em revistas de grande circulação) e, com
isso, aprimorar a percepção das singularidades expressas nos detalhes,
imperceptíveis para o olhar destreinado.
Assim,
misturando no mesmo texto Antropologia, História e Arquivologia, nem sempre na
mesma medida, espero levar ao leitor leigo no tema minha contribuição para o
entendimento destes grupos e do nosso tempo.
Como uma espécie
de “tira gosto”, deixo o link para o documentário Atitude Skinhead. Ele trata das
diversas vertentes da cultura Skinhead, tentando assim responder a seguinte
questão: todos os Skinheads são iguais?
0 comentários:
Postar um comentário
Seja educado. Comentários de teor ofensivo serão deletados.