Passeios literários
Hoje faremos
um passeio literário proposto pelo livro “Vicissitudes literárias na criação da
narrativa e no imaginário ficcional”. Abordaremos hoje três autores
brasileiros: Carlos Heitor Cony, Rachel de Queiroz e Bernardo Élis.
No capítulo “Quase-memória, quase biografia: passeios pela Quase-memória de Carlos Heitor Cony”, é
proposto um caminhar na narrativa memorialística de Cony. “Há no
romance uma clareza de fatos que nos elucidam acerca das proposições entre as
memórias individuais e coletivas. Cony, narrador, perpassa por inúmeros acontecimentos
da década de 1920, e esses fatos refletem essas memórias durante as idas e
vindas da narração”. Na narrativa de Cony, podemos perceber como se deu
a evolução do Brasil, e do Rio de Janeiro, pela visão de Cony, permeando suas
lembranças e com se fazendo e refazendo num tecer literário muito bem construído.
Em “A memória
no escorço feminino: o horizonte literário no Romance de 30”, temos a
visibilidade dada a escritora Rachel de Queiroz. “A escolha da autora a ser estudada resultou em parte dessa perspectiva, e em parte porque, sendo uma mulher apresentando seu ponto de vista sobre mulheres, consideramos importantes suas contribuições para ampliar nossa visão a respeito do lugar ocupado pela figura feminina em meio ao panorama da esfera social”. A autora
trabalha no artigo o livro “As três Marias”, obra publicada em 1939 e que
remete a articulação bem elaborada entre literatura e questões de ideologia,
perfazendo uma visão acerca das mazelas do ser humano.
Já no capítulo
“Literatura, história, memória e catolicismo popular em Goiás”, o passeio literário
recai sobre a obra de Bernardo Élis. É trabalho no capítulo questões acerca do
catolicismo em Goiás, englobando aspectos de história e memória. “A magia
dessa religiosidade é percebida na tentativa dos fiéis de influenciarem a
vontade divina, seja por meio das promessas, na busca por influenciar o
cotidiano, seja por meio de suas manifestações que se baseiam nos rituais,
festas e devoção aos santos, tratados de forma pessoal, com proximidade
entre fiel de santo”. Interessante ainda a percepção de que “As
vicissitudes dos personagens de Élis são povoados pelo fantástico e pela
crítica social do autor”.
Para quem
quiser conferir mais sobre a obra, o livro está a venda pelo site: da Editora LivroBits.
Renato Dering é escritor, mestrando em Letras (Estudos Literários) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), sendo graduado também em Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Realizou estágio como roteirista na TV UFG e em seu Trabalho de Conclusão de Curso, desenvolveu pesquisa acerca da contística brasileira e roteirização fílmica. Atualmente também pesquisa a Literatura e Cultura de massa.
Contato: renatodering@gmail.com
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