segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Passeios literários




Hoje faremos um passeio literário proposto pelo livro “Vicissitudes literárias na criação da narrativa e no imaginário ficcional”. Abordaremos hoje três autores brasileiros: Carlos Heitor Cony, Rachel de Queiroz e Bernardo Élis.

No capítulo “Quase-memória, quase biografia: passeios pela Quase-memória de Carlos Heitor Cony”, é proposto um caminhar na narrativa memorialística de Cony. “Há no romance uma clareza de fatos que nos elucidam acerca das proposições entre as memórias individuais e coletivas. Cony, narrador, perpassa por inúmeros acontecimentos da década de 1920, e esses fatos refletem essas memórias durante as idas e vindas da narração”. Na narrativa de Cony, podemos perceber como se deu a evolução do Brasil, e do Rio de Janeiro, pela visão de Cony, permeando suas lembranças e com se fazendo e refazendo num tecer literário muito bem construído.

            Em “A memória no escorço feminino: o horizonte literário no Romance de 30”, temos a visibilidade dada a escritora Rachel de Queiroz. “A escolha da autora a ser estudada resultou em parte dessa perspectiva, e em parte porque, sendo uma mulher apresentando seu ponto de vista sobre mulheres, consideramos importantes suas contribuições para ampliar nossa visão a respeito do lugar ocupado pela figura feminina em meio ao panorama da esfera social”. A autora trabalha no artigo o livro “As três Marias”, obra publicada em 1939 e que remete a articulação bem elaborada entre literatura e questões de ideologia, perfazendo uma visão acerca das mazelas do ser humano.
Já no capítulo “Literatura, história, memória e catolicismo popular em Goiás”, o passeio literário recai sobre a obra de Bernardo Élis. É trabalho no capítulo questões acerca do catolicismo em Goiás, englobando aspectos de história e memória. “A magia dessa religiosidade é percebida na tentativa dos fiéis de influenciarem a vontade divina, seja por meio das promessas, na busca por influenciar o cotidiano, seja por meio de suas manifestações que se baseiam nos rituais, festas e devoção aos santos, tratados de forma pessoal, com proximidade entre fiel de santo”. Interessante ainda a percepção de que “As vicissitudes dos personagens de Élis são povoados pelo fantástico e pela crítica social do autor”.

Para quem quiser conferir mais sobre a obra, o livro está a venda pelo site: da Editora LivroBits.


Renato Dering é escritor, mestrando em Letras (Estudos Literários) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), sendo graduado também em Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Realizou estágio como roteirista na TV UFG e em seu Trabalho de Conclusão de Curso, desenvolveu pesquisa acerca da contística brasileira e roteirização fílmica. Atualmente também pesquisa a Literatura e Cultura de massa.




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