quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Mulher, sejas a minha perdição



Excepcionalmente hoje publicaremos um texto do Espaço do Leitor.


mulher, hoje eu não quero
o teu bom comportamento,
não quero tua preocupação,
a tua ruga preocupada...
... quero-te liberta e com brilho,
dançarina de mil portos
em corpo sem inocência.
quero-te a dama altiva,
aquela que olha e sorri,
se entrega e vibra.
quero-te aquela
que pede e implora,
depois...
possui e devora
e sorri do amante.
quero-te inconstante
a beijar com olhos
de ternura,
a oferecer-se com loucura,
a gemer a excitação.
mulher, eu não quero a tua compostura,
não quero a tua blusa de botões,
não quero véus sobre o teu quadril!
não me importa a tua dúvida e o teu medo...
quero-te nua, livre de todos os pejos
a brincar de sedução.
não sejas, hoje, a puritana
e não permitas que seja aquela de um toque apenas
e não ruborizes se te parecerem obscenas
as minhas provocações.
sejas a amante voluntária
aquela que passeia e envolve em tua teia
este pobre vil encantado
que deseja, de teu corpo, todas as sensações.
mulher, de que vale a castidade,
o temor, o pudor na paixão?
se os teus seios enrijecidos,
são atrevidos como a flor em botão?
se teus olhos estão a brilhar
cobertos de um leve orvalho?
se o teu sexo é rósea flor umedecida...
vem! quero de tua pele a suavidade,
de teus lábios ânsia e ardor
e deixar nos teus seios as marcas
do calor dos meus beijos aquecidos.
vem! queira-me!
exija que eu passeie em teu ventre as minhas mãos
e, como se fosse eu, um renegado bandido,
me peça que faça amor contigo
como um condenado em busca de salvação.
mulher,
eu não quero o teu bom comportamento,
a tua boa compostura...


Daufen Bach. Poeta, escritor, antologista, promotor cultural e editor da Revista Biografia.
Servidor Público do Estado de Mato Grosso e um apaixonado pela cultura Matogrossense.
Se auto intitula Poeta Matogrossense. Possui os blogs: Omnia Vincit Amor e o Folhetim Papo de Esquina.


4 comentários:

Daufen Bach disse...

Bom dia queridos amigos da ContemporARTES!
Agradeço imensamente a publicação! É um prazr e uma honra ter um texto meu publicado aqui!
Grande abraço!

29 de dezembro de 2012 às 12:53
Laura Rodrigues Rocha disse...

Bom dia amigo poeta.

Adorei este poema, como tantos outros que escreve.
Feliz Ano Novo. Muitas alegrias, paz.

Grande abraço.

29 de dezembro de 2012 às 13:02
Jane Eyre Uchôa disse...

Depois de um pedido destes, quem não quer perder a compostura? Quem não gostaria de perder-se no tempo e ? Quem não gostaria de se despir de todas as preocupações e se entregar em um espaço confinado? Que minha boca te fale palavras silenciosas que não alcançam teus ouvidos porque o espaço entre minha boca e a tua não permite dissertações.

29 de dezembro de 2012 às 14:12
Unknown disse...

Poeta lindo, amigo!
É lindo tudo que escreves! Sabes que sou tua fã, este particularmente, nossa que calor! rsrsrs é uma fornalha de loucuras e descomposturas! De construção e delicadeza! Parabéns! Um ano novo pleno de calientes poesias!

29 de dezembro de 2012 às 15:03

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