Arte educação nas ruas da cidade
O trabalho do arte educador no mundo contemporâneo
ganhou um fôlego a mais, os projetos culturais que envolvem artistas
licenciados em arte com a participação de crianças e adolescentes. As salas de
aulas desses projetos podem ser ambientes ao ar livre, dentro de escolas, circos,
associações de bairro, Ongs, escolas de samba, universidades e por ai vai. As crianças e
adolescentes necessitam de ambientes propícios para exercerem suas ludicidades, descobrirem os espaços urbanos, as pessoas que os ocupam e entenderem a dinâmica da cidade em suas possibilidades e necessidades. A criação
de projetos relacionados à educação não formal leva o aprendizado e conhecimento para além dos
muros da escola.
Na disciplina que leciono na Faculdade Paulista de
Arte, Prática de Ensino, trabalho na formação de docentes para o Ensino de Educação Básica, porém os motivo à trabalharem com projetos no Ensino não Formal. É preciso que as habilidades artísticas sejam levadas às crianças e adolescentes das
comunidades de São Paulo. O projeto de regência da disciplina inclui, entre outras coisas, escrever um projeto e levá-lo à prática para executá-lo com grupos dentro da cidade de São Paulo. Posteriormente, os alunos, apresentam um relatório com os resultados da proposta sugerida e executada por eles.
Foi-se o tempo que educar era apenas um processo realizado por professores dentro de escolas, o conceito de educar precisa ir além desses espaços para alcançar as praças da cidade, as ruas e por fim estabelecer laços verdadeiros entre comunidade, criação e espaços públicos, reiterando com isso a sensação de pertencimento nas crianças e nos adolescentes, sentimento tão importante para nossas vidas e para a tomada de consciência do cidadão.
Na coluna de hoje vou apresentar o trabalho Mãozinhas Verdes, realizado por duas alunas do 5º semestre de Artes Visuais; Dalila e Marina, que incluíram uma atividade lúdica, com a participação das crianças da Ong Novolhar , no projeto realizado pela Prefeitura de São Paulo “13 na 13”, na Praça Dom Orione no Bixiga,
Foi-se o tempo que educar era apenas um processo realizado por professores dentro de escolas, o conceito de educar precisa ir além desses espaços para alcançar as praças da cidade, as ruas e por fim estabelecer laços verdadeiros entre comunidade, criação e espaços públicos, reiterando com isso a sensação de pertencimento nas crianças e nos adolescentes, sentimento tão importante para nossas vidas e para a tomada de consciência do cidadão.
Na coluna de hoje vou apresentar o trabalho Mãozinhas Verdes, realizado por duas alunas do 5º semestre de Artes Visuais; Dalila e Marina, que incluíram uma atividade lúdica, com a participação das crianças da Ong Novolhar , no projeto realizado pela Prefeitura de São Paulo “13 na 13”, na Praça Dom Orione no Bixiga,
Marina e Dalila na 13 de Maio |
Parabéns as meninas que passaram um dia numa rua tão
linda de origem italiana e puderam realizar uma grande árvore com as
mãozinhas das crianças do Novolhar. Um momento lúdico e criativo numa linda praça da cidade....
Num lindo dia de Sol, arte na rua: Mãozinhas Verdes
Dalila e Marina1
Fotos: Lidia Guimarães
Fotos: Lidia Guimarães
A atividade aconteceu num lindo dia de
sol, após um final de semana chuvoso. na Praça Dom Orione, durante evento
promovido pela Prefeitura de São Paulo em parceria com empresários,
comerciantes e associações do bairro, com o intuito de ratificar a região como
circuito gastronômico e cultural. O tema “13 na 13” fazia referência ao dia 13
de maio, na Rua Treze de Maio – tradicional pelas cantinas, bares e pizzarias
do Bixiga.
A partir dessa relação, a Ong Novolhar convidou a Faculdade Paulista
de Artes a participar com as linguagens tão culturais que constituem seus
cursos.
Entre as propostas, havia a possibilidade
de oferecer atividades para as crianças da Ong, momento oportuno para a nossa
regência.
O começo da história.... a árvore |
Saímos animadas da faculdade com todos os
alunos envolvidos de outros cursos: Dança, Música, Teatro e Artes Visuais.
Várias atividades aconteceram ao mesmo
tempo, como Roda de Música, Contação de Histórias, Jogos, Malabares com
pós-graduando (integrante de família circense) e a atividade de Artes Visuais,
que ficou por nossa conta.
A atividade proposta foi a construção de
uma árvore (conforme plano de aula anexo). Estendemos extensa folha de papel
Kraft, no chão; pintamos previamente o tronco e os galhos da árvore. Aguardamos
as crianças. Frio na barriga e ansiedade de saber se elas iriam gostar.
Processo de pintura das mãos das crianças |
Explicação às crianças sobre o desenvolvimento da atividade |
As crianças carimbando suas mãos no papel Kraft |
Nossa regência foi realizada com 93 crianças,
divididas em duas turmas de 51 crianças (manhã) e 42 (tarde), durante 8 horas.
Nos dois períodos, as crianças foram
divididas em pequenos grupos revezados nas diversas atividades da praça. Elas
estavam bem receptivas e mostraram muito interesse em ter essas atividades
“diferentes” com as quais não estão acostumadas. Prestaram muita atenção
durante a explicação da proposta.
Com a bandeja de tinta e rolinhos na mão
partimos para a execução. Começamos a pintar as mãos de cada uma; e, na
sequência, elas carimbaram o papel Kraft (como podemos ver nas imagens anexas).
No início, algumas crianças ficaram ressabiadas pelo fato de passar tinta nas
mãos, mas quando explicamos que a tinta era à base de água, que era só lavar as
mãos que a tinta saía, elas se soltaram e várias delas quiseram pintar as mãos
e carimbar na árvore mais de uma vez.
Foi mágico ver todo o desenvolvimento. Um
dos momentos mais incríveis, foi quando uma das crianças estava tão envolvida
na atividade que começou a fazer seus registros com movimentos de estrela
(ginástica) no ar; quando girava, suas mãos com tinta gravavam o papel – de um
modo bem diferente dos demais.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Neste trabalho abordamos o registro, a
auto expressão, a cooperação. Buscamos demonstrar como cada criança pode –
mesmo em uma atividade simples - expressar seu valor, deixar sua marca, e o
quanto é importante o auxílio do outro, pois apenas uma mão no papel não daria
para constituir a copa da árvore, mas todas as mãos, sim.
Acreditamos ter atingido todos os
objetivos descritos no plano de aula, principalmente a possibilidade da auto
expressão por meio da comunicação não-verbal.
Foi muito gratificante ver o quanto as
crianças conseguiram perceber-se, perceber o outro, criar a maneira de
registrar sua marca; enfim, num movimento simples projetar ao mesmo tempo o
presente e o futuro – uma vez que o tema da sustentabilidade permeou toda a
atividade: criamos uma árvore no meio de uma praça, no centro de São Paulo, em
pleno e puro contato com a natureza.
Dalila D’Cruz é atriz, professora do Teatro Escola Macunaíma e graduanda em Licenciatura em Artes Visuais na Faculdade Paulista de Artes.
Marina Maia Bellini é assistente da artista plástica Laura Nehr e graduanda em Licenciatura em Artes Visuais na Faculdade Paulista de Artes.
Kátia Peixoto é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Mestre em Cinema pela ECA - USP onde realizou pesquisas em cinema italiano principalmente em Federico Fellini nas manifestações teatrais, clowns e mambembe de alguns de seus filmes. Fotógrafa por 6 anos do Jornal Argumento. Formada em piano e dança pelo Conservatório musical Villa Lobos. Atualmente leciona na FPA nos cursos de Artes Visuais e Música e na UNIP nos Cursos de Comunicação. É integrante do grupo Adriana Rodrigues de Dança Flamenca sob a direção de Antônio Benega
1 comentários:
Olá Kátia,
10 de junho de 2013 às 08:51sou estudante de jornalismo da puc-rio e gostaria de fazer uma entrevista sobre fellini!
Se voce puder pode me contatar por email.
verena.spohr@gmail.com
Abraços,
Verena Spohr
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