Hay tantas cosas que decirte
Hay tantas cosas que decirte:
a cena contemporânea e o espaço da heterotopia
a cena contemporânea e o espaço da heterotopia
Dia 15 de junho, em Quito, no Equador, será inaugurada a exposição de Artes Plásticas e Performances Hay tantas cosas que decirte, onde 25 artistas exibirão suas impressões vinculadas as temáticas de gênero, identidades, subjetividades, corpos diversos, coletividades, novas conjugalidades, familias diversas, direitos civis e ativismos.
A exposição busca criar sinergias entre a comunidade artística, a comunidad LGBT e a sociedad civil: Como os/as artistas refletem sobre os direitos humanos desde suas distintas formas de criação e produção de mundo? Cómo poden os/as artistas fazerem diferença nesse debate? Como poden criar consciência e mudança de atitude na opinião pública e influenciar a vontade política que, no Brasil, parece cada vez mais invísivel, mais raquítica?
O título da exposição foi tomado da artista Sharon Hayes (http://www.shaze.info/), que propõe com sua Arte, um misto de vídeo, performance e instalação, uma reflexão crítica em torno das fricções geradas entre o público e o privado. Uma espécie de confissão que combina linguagem política, estética e o discurso político. Seu trabalho, nos últimos dez anos, está preocupado com o desenvolvimento de novas estratégias de representação para examinar e interrogar o atual momento político. Para este fim, ela emprega uma abordagem interdisciplinar que dialoga com conceitos e métodos emprestados de práticas artísticas e acadêmicas, tais como o teatro, o cinema e a antropologia.
Assim, através de fotografías, videos, desenhos, pinturas e performances, a exposição apresenta discursos que, em sua maioria, respondem a um contexto determinado, qual seja, o de ampliar as implicações de nossas vozes com a política e, nesse sentido, a exposição é um só corpo, um corpo expositivo, exposto e disposto a falar e mostrar-se. Artistas-ativistas, aqui, tentam gerar uma praxis que dê conta dos alcances da Arte em deslocar imaginários e abrir espaços para novas subjetividades, novas realidades sociais, mais igualitarias, mais justas.
Abrimo-nos, assim, para a heterotopia, o espaço do outro que fora esquecido pela cultura ocidental. Mas não falamos de qualquer outro, mas dos desviantes, daqueles de comportamentos que estão fora do que a sociedade aceita. São nestes espaços que para Foucault estão contidos os conflitos e tensões que se exercem pelas relações de poder de uma sociedade determinada.
Tal como foi elaborada e desenvolvida, as estratégias deste movimento e suas formas de ressignificação e reapropriacão podem identificar-se com as obras expostas em Hay tantas cosas que decirte, que afetam não só a forma como a sociedade percebe o assunto, mas também questões cruciais em torno da luta contra a violência enfrentada pela comunidade LGBTI.
Djalma Thürler é
um artista multidisciplinar. Professor Adjunto da UFBA com estágio de
Pós-Doutoramento em Literatura e Crítica Literária e Diretor de Teatro.
Pertence ao Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e
Sociedade / UFBA. Programa de Pós-Graduação Estudos Interdisciplinares
sobre a Universidade / UFBA Instituto de Humanidades, Artes e Ciências
(IHAC/UFBA) CUS - Grupo de Pesquisa em Cultura e Sexualidade GENI -
Gênero, Narrativas e Políticas Masculina.
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