terça-feira, 22 de outubro de 2013

Diário de Bordo: Ouro Preto e Mariana, Minas Gerais






Caros, para desenvolver esta coluna pensei a respeito das pessoas que não tem oportunidade ($) de viajar, conhecer museus, arquiteturas, costumes, história… ah!!! a contradição inexorável da sociedade de classes, a precariedade contemporânea, composta pelo raso acesso e condições de lazer e de estudo.

Compartilho aqui parte do meu diário de bordo deste local que possui a memória ligada ao  intenso extrativismo de minério...

Fotografia de Banner em Ouro Preto/MG
Soraia OC

Após compromisso com o congresso, visitei o Museu da Ciência e da Técnica, antiga Escola de Minas. As imagens aqui compartilhada são fruto da pesquisa na internet, pois os visitantes não podem fotografar dentro do Museu. 

Na primeira Sala continha explicações a respeito da Movimentação das Massas Continentais e Oceânicas, o período geológico e a relação com a Vida.

Havia amostragem expostas da vida nos períodos, compartilho alguns informações que anotei: Pré-cambriano (4600 a 570 Ma) vida composta de organismos unicelulares sem carapaça; Paleozóico: Ordoviciano (505 a 436 Ma) - fossilífero, invertebrados, marinhos e fim com intensa glaciação; Siluriano (436 a 395 Ma) - vegetais vasculares e marinhos gigantes, cheliceratas e arthropodas; Permocarbonífero (345 a 230 Ma) vegetação desenvolvida; Mesozóico: Triássico (230 a 195 Ma) desertificação e Pangéa - supercontinente;  Jurássico (195 a 141 Ma) dinossáuros, separação da África da América do Sul.


Tabela do Período Geológico
Fonte: http://raqelpeixoto17.blogspot.com.br/2008_10_01_archive.html
Vida na Era Paleozóica
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Paleozoico


Vida no período Triássico
Fonte: http://www.reocities.com/arturtriassico/trilad.html
Reconstrução da provável posição das massas continentais no Ordoviciano médio, 458 milhões de anos.
Fonte: 
http://www.fgel.uerj.br/dgrg/webdgrg/Timescale/Ordoviciano.html 
Reconstrução da provável posição das massas continentais no Siluriano médio, 425 milhões de anos. 
Fonte: http://www.fgel.uerj.br/dgrg/webdgrg/Timescale/Siluriano.html
A respeito da vida do ser humano, abaixo um desenho que ilustra as fases do desenvolvimento biológico:

Era Cenozóica, Período Quaternário
Fonte: http://www.flogao.com.br/colegiopitagoras/136926944

Homo sapiens sapiens, segundo exposição os vestígios desta espécie apontam a existência de 10 a 12 mil anos. Vestígios da vida humana em  Lagoa Santa, MG demonstram a população com morfologia craniana não-mongolóide diferente do mongolóides típicos e relativamente mais recentes que eles. 

Amostragem de Crânios Lagoa Santa, MG.
Fonte: http://www.ib.usp.br/leeh/pls/expoluzia/expoluzia.htm


Osteologia Animal

Nesta sessão estão expostos esqueletos de animais:




Gambá, encontrado na América do Sul
Fonte: http://www.oocities.org/jaskonis/

Anta, extinto em várias áreas devido a caça predatória
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u15065.shtml

Porco, evolução do javali
Fonte: http://www.3bscientific.com.br/Esqueleto-de-porco-Sus-scrofa,p_1208_194_198_225_230_579.html

Onça Pintada, maior felino das Américas, terceiro maior do mundo.
Quase extinto no Brasil pela caça e destruição do habitat
Fonte: http://blogpantanalfazendasanfrancisco.blogspot.com.br/2012_03_01_archive.html


Golfinho, oceanos temperados
Fonte: http://aventurasdeumanoiva.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html
 Raia, cada fêmea põe cerca de 150 ovos por ano, encontrado na Europa.
Fonte: http://mariliaescobar.wordpress.com/2009/12/28/peixes-cartilaginosos-versus-peixes-osseos/
Outra composição permanente do Museu são os instrumentos líticos, ferramentas elaboradas com materiais extraídos da região.


Development of a biface
Fonte: http://raulrv.blogspot.com.br/2009/07/instrumentos-liticos.html

Para a área de mineração, o museu dispõe de duas salas, com objetos de mineração, exemplo da lavra subterrânea, da lavra a céu aberto, maquetes, vagonetas. 

Vagoneta, transporte utilizado nas Minas.
Fonte: http://bertan.gipuzkoakultura.net/es/10/es/8.php

A exposição Arte da cantaria, aborda a respeito da técnica de lavrar rochas, principalmente as obras desenvolvidas pelo Mestre Juca. 

Arte e ofício, a cantaria mineira
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.041/646

Minerais Gemológico 

Sala com diversos minerais, como por exemplo, sulfetos, quatzo, fosfatos carbonatos, hidróxido, óxido, haletos, baratos, cromatos, molibdatos, ametista, etc. 

Exposição de mineirais gemológico
Fonte: http://aprendendogemologia.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html
No setor II da Mineralogia, estão expostos os processos e ambientes das Minas. 

Em relação a geologia materiais a respeito do ciclo das rochas: 



Ciclo das Rochas
Fonte: http://www.profpc.com.br/ciclo_rochas.htm

A outra sessão sistema oceânico (crosta oceânico) e sedimentas (crosta continental). 

Os principais tipos de Rochas e Aplicações


Ígnea ou magmática, sedimentar e matamórfico
Fonte: http://fossil.uc.pt/pags/rochas.dwt



Caso tenha(m) interesse no tema, recomendo o sítio Brasil - Cronologia de 500 anos de mineração (http://www.geologiadobrasil.com.br/brasil_500.html) desenvolvido pelo geólogo Professor Messias Gilmar de Menezes; Wilson Trigueiro de Souza, engenheiro de minas e professor, bolsista Alessandro Jesus Guimarães da UFOP. 
Outros setores eram o da Metalúrgia e da Ciência Interativa, com desafios ópticos, refração de luz, acústica, produção, transmissão e recepção de vibrações. O que me angustiou além da proibição do uso de câmera fotográfica, foi ver a Biblioteca com Obras Raras sem acesso público... 

Compartilho o sítio que podemos ter acesso virtual à ele: http://www.eravirtual.org/mct_br/

Praça Tiradentes e ao fundo Museu dos Inconfidentes
Fotografia: Soraia OC


Outro pico cultural que conheci foi o Museu da Inconfidência, que também é proibido o uso de câmeras fotográficas. Basicamente, os materiais que compõe as obras: bronze, pedra-sabão, cerâmica, ferro, latão, madeira, objetos da época colonial, telas, etc. 

Momento da Nova República no Brasil, com abertura dos portos, universidade, indústria de ferro e investimento para produções. Em 1823, com interesses na extração de minerais, Ouro Preto é constituída como cidade imperial. 

Arte e Religião

A cultura barroca foi forjada ao processo da contra-reforma da igreja católica, representa a reação romana ao protestantismo, amplamente difundida em Minas.

Com destaque ao artista Aleijadinho (1738-1814), filho de arquiteto português com uma escrava desenvolveu esculturas de cunho religioso com representações estéticas do Barroco e Rococó. 

Sem maiores delongas a respeito deste museu, o acesso virtual se tiver interesse é: http://www.eravirtual.org/inconfidencia_br/ 

Voltando a falar de Aleijadinho, fiz a visita ao Museu com a Profa. Ana Maria Dietrich observamos o os diversaos uso de materiais e técnicas - pinturas sobre telas, madeiras, lavabo de pedra-sabão, óleo sobre madeira - expressões do tipo neoclássico. 

Circuito Museu Aleijadinho
Fonte: http://www.museualeijadinho.com.br/?op=conteudo&id=37&menuId=89

Fonte: http://www.passeiweb.com/saiba_mais/biografias/a/aleijadinho_antonio_francisco_lisboa
No espaço cultural Casa do Conto, contêm também a memória econômica do ciclo do ouro, com estilo arquitetônico barroco. Inaugurada em 1784, ampliada para atender a fundição aurífera em 1821 e restaurada em 1984.

A parte mais pesada que me chocou no museu foi a senzala com a disponibilização dos instrumentos utilizados pelos colonizadores para a violenta repressão aos trabalhadores escravos - armadilha, prensa de hóstia, algemas, palmatória, dobradiça e cravos - documentos, como cartas e registros de posse de escravos.
Instrumentos de suplício
Fonte: http://proust.net.br/blog/?p=232
Em relação a Mariana, senti um pouco de descaso, poucos locais e informações turísticas... visitei ambas unidades da UFOP que tem por lá, a ICHS, unidade que apresentei minha comunicação do projeto e a ICSA, que fui assistir o documentário Terra para Rose: a história de uma agricultura sem terra que, com mais 1500 famílias participou da primeira grande ocupação da terra improdutiva no Rio Grande do Sul. Aborda questões relacionadas a reforma agrária no Brasil, o período da ditadura militar, retratando o MST.

Vídeo completo está no Youtube em: http://youtu.be/tbP6Ffo-sMM

Apresentação do projeto de dissertação
ENAPEHC-UFOP/ICHS
Fotografia: Soraia OC



O interessante roteiro que sugiro, mas não tive oportunidade de fazer é visitar a Mina que é aberta para visitação...

Apesar de ter algumas outras observações, acredito que nesta postagem concentrei nas que julguei centrais, ademais vou postar no facebook as fotografias para o acesso público na página do Neblina Sobre Trilhos! (https://www.facebook.com/media/set/?set=a.570933189622170.1073741828.230308917017934&type=1)

E até mês que vem!



Soraia Oliveira Costa
Estudante em nível de Mestrado
Bolsista Capes
Vinculada ao Programa de Ensino, História, Filosofia das Ciências e da Matemática;
Bacharel e licenciada em Ciências Sociais.
Os temas centrais da sua pesquisa são o mundo do trabalho, a técnica, o patrimônio, a cultura, a música, a arte urbana, o audiovisual e a fotografia. 

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