A ARTE CONTEMPORÂNEA EM QUESTÃO, por Luiz Arthur Montes Ribeiro.
Nesta edição, a coluna INCONTROS traz um artigo do artista plástico Luiz Arthur Montes
Ribeiro a respeito do processo de criação na arte contemporânea, e de ‘quebra’ ele nos presenteia com obras de seu acervo pessoal, que transitam entre a pintura e
a instalação. Com a palavra, o multiartista:
"A arte reconhecerá a criatividade quando esta for mais naturalista e global e, no indivíduo criativo deve-se considerar o seu ambiente cultural pois o conceito de pessoas criativas não deve ser diferente de cultura para cultura. Tendo-se uma visão multidisciplinar se identificará o comportamento criativo que se reflete imediatamente na arte contemporânea.
"Amanhã ser" |
Estes valores são reconhecidos pela arte, no que
tange ao momento na escola, porém, a família, aqui com referência à brasileira,
não tem proporcionado satisfatoriamente experiências de vida artística para
seus filhos principalmente pelo contexto socioeconômico em que se vive. A
família, que entre outros motivos se preocupa e proteger seus filhos, trata
apenas do material, não motivando assim o artístico. Não havendo esta motivação
a arte sofre suas consequências desabilitando-a de um processo criativo
contínuo.
Poucas vezes, quando os adultos interferem, fazem
críticas que podem ser chamadas de inadequadas. Um exemplo a ser citado é quando
a criança mostra um desenho e a ela é perguntado: “O que é isto?” – “Se parece
com o que? Neste caso a criança que não está apta a responder certamente se
bloqueará e em seguidas vezes poderá dizer que não sabe desenhar, ou se
expressar de qualquer outra forma de arte. Isto, mais tarde, terá reflexos na
arte contemporânea para quem passa pela arte e para quem dela faz sua
profissão.
"Borboletas Aladas" |
"Horizontes" |
A criatividade sofre basicamente influências de
três variáveis em seu processo. Estas variáveis são denominadas de barreiras,
sendo elas cultural, perceptual e emocional.
A barreira cultural incide principalmente sobre o
indivíduo quando ele tem medo do ridículo e há expectativa quanto ao seu papel
sexual típico. O medo do ridículo, pode ser observado em trabalhos expressos
pelo medo de que as pessoas zombassem de seu trabalho, inibindo assim a
espontaneidade. O indivíduo que não consegue esta expressão, também não
consegue produzir arte, ou quando a produz sofre muitas restrições e
questionamentos sobre o seu fazer artístico.
Por estes argumentos que aqui apresento, o indivíduo se cerca de preconceitos culturais compostos pela própria sociedade e não desenvolve sua criatividade, pois muitos creem que seu trabalho deve agradar. A arte contemporânea não está para agradar e sim para mostra-se ao indivíduos como um todo.
"Longas pernas do meu corpo que não conseguem caminhar" |
Por estes argumentos que aqui apresento, o indivíduo se cerca de preconceitos culturais compostos pela própria sociedade e não desenvolve sua criatividade, pois muitos creem que seu trabalho deve agradar. A arte contemporânea não está para agradar e sim para mostra-se ao indivíduos como um todo.
A segunda barreira e a perceptual, um bloqueio à
criatividade. O indivíduo que se fecha às novas percepções, que não olha o
mesmo fato, problema ou situação sob um diferente ponto de vista, não poderá
nunca ser criativo, e consequentemente
não fará arte.
Série: "Arvoredos" |
Série: "Mundos" |
A originalidade, assim pode ser encarada com a
capacidade de estabelecer conexões remotas ou indiretas. O indivíduo criativo é
mais flexível que a maioria, pois para ele quando lhe é mostrado um determinado
objeto ele verá neste, muitas utilidades dentro de sua concepção de arte.
Seguindo-se então estas variáveis, sendo elas
observadas pela originalidade e flexibilidade pode-se concluir que existe o
exercício da criatividade e este está expresso na arte contemporânea, em todos
os sentidos. Tornando-se a estes itens, a interação da família
no processo ensino-aprendizagem da criança, além do reforço, motivará o
indivíduo a produzir e a torna-se um artista visual, ou em qualquer outra área
das artes."
Referências:
BARBOSA, Ana Mae. São Paulo: Max Limanad. 3. Ed., 2008
BAUDELAIRE, Charles. Tradução de HELDT, Edson Darci. Obras Estéticas: Filosofia da Imaginação Criadora. Petrópolis: Vozes, 1993
FUSARI, Maria F. de Rezende: FERRAZ, Maria Heloísa C. de T. Arte a Educação escolar. Coleção Magistério. São Paulo: Cortez. 1992.
READ, Herbert. Tradução de MONTEIRO, Jacy E. O Sentido da Arte. São Paulo: Ibrasa, 7 ed., 1992
WECHSLER, Solange Múglia. Criatividade – Descobrindo e Encorajando. Campinas
Fotos: Elinton Krum e Josnei Rosa.
Fotos: Elinton Krum e Josnei Rosa.
Texto e obras: Luiz
Arthur Montes Ribeiro
Artista Plástico/Curador
Professor Mestre em
Educação pela PUCPR. Doutor Honoris Causa
Ph.I. em Filosofia Univérsica pela Academia de Letras do Brasil.
Izabel
Liviski é fotógrafa e doutoranda em Sociologia pela UFPR. Pesquisa História da
Arte, Literatura e Artes Visuais. Edita a coluna INCONTROS
quinzenalmente.
Contato:
izabel.liviski@gmail.com
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