CYNDI LAUPER E OS 30 ANOS DE SHE'S SO UNUSUAL
Nesta edição trazemos a contribuição do
sociólogo Luis Afonso Salturi, que consegue neste texto primoroso, conciliar o
ofício de cientista social com o fato de ser fã da artista. Aqui, ele fala da
trajetória de Cyndi Lauper e sobre os 30 anos do lançamento do seu disco mais
famoso. Mas deixemos que o próprio autor fale:
"Há muito tempo sou fã da
cantora e compositora norte-americana Cyndi Lauper. Acompanho sua carreira
desde meados da década de 1980, quando ainda era pré-adolescente.
Ao longo dos anos, passei
pelas diferentes formas de manifestação dessa admiração, tanto dos antigos
fã-clubes, nos quais me correspondia com outros fãs por carta, até as atuais
redes sociais, em grupos específicos na internet dedicados à cantora. Logo,
essa iniciativa de escrever sobre a referida artista se converteu em um grande
desafio, principalmente devido à minha formação acadêmica como sociólogo.
Émile Durkheim, um dos
fundadores da Sociologia, postula que, para estudar um “fato social”, o
produtor de conhecimento sociológico deve ter o cuidado de “afastar as
pré-noções”, ou seja, deixar de lado os sentimentos e os valores pessoais, uma
vez que as análises científicas devem estar iluminadas pelo uso da razão
(DURKHEIM, 1995).
Assim, o domínio da teoria
sociológica, ora interiorizada, ora objetivada pelo produtor de conhecimento
sociológico, se torna uma grande ferramenta para conduzir as análises nos
moldes científicos.
Lendo vários depoimentos de Cyndi
Lauper, percebi o quanto a artista valoriza a apresentação visual de sua obra. Esse
cuidado está presente desde o lançamento de seu primeiro álbum, em 1983. Nesse
período, a artista buscava uma maior visibilidade para seu trabalho e
reconhecimento no mercado da música.
Tal preocupação não se dava
apenas com suas roupas, sua maquiagem e seus cabelos multicoloridos, mas também
com os ensaios fotográficos que dariam origem à capa de seu álbum, ao material
publicitário e ao roteiro de seus videoclipes, exibidos na então criada MTV, canal
de televisão americano dedicado à música. Esses elementos auxiliaram na
projeção da imagem de Cyndi Lauper como um dos maiores ícones da música pop.
É fundamental conhecer
alguns dados biográficos de Cyndi Lauper para entender como sua personalidade
artística foi moldada. Cynthia Ann Stephanie Lauper nasceu em 20 de junho de
1953, em Nova Iorque. Seu pai, descendente de imigrantes alemães e suíços, era
funcionário da alfândega e sua mãe, ítalo-americana, dona de casa. Os dois se
divorciaram quando ela tinha apenas cinco anos.
Cyndi tem uma irmã mais
velha chamada Elen e um irmão mais novo chamado Fred. Aos 12 anos, aprendeu a
tocar um violão que ganhou de sua irmã. Durante a adolescência foi aceita numa
escola pública especial para os alunos com talento nas artes visuais, mas por
não ter êxito, acabou deixando a instituição.
Aos 17 anos, saiu de casa
devido aos abusos que ela e a irmã sofriam de seu padrasto e porque também
planejava estudar arte. Enquanto trabalhava informalmente, conheceu Bob
Barrell, um artista nos seus sessenta anos, com quem estudou algum tempo.
Barrell a introduziu na
política e na poesia, além de lhe indicar algumas leituras importantes.
Inspirada, foi para o Canadá, onde passou duas semanas em Toronto, dormindo em
barraca. Cansada de Nova Iorque, se mudou para Vermont, onde frequentou uma
escola de arte em Johnson State College, perto de Stowe, e trabalhou como
garçonete. Pouco tempo depois voltou para Nova Iorque.
Começou sua carreira musical
nos anos 1970, interpretando canções de outros artistas em bares. Fez parte das
bandas Doc West e Flyer, nas quais fazia versões de canções de Chaka Khan,
Janis Joplin, Rod Stewart, Led Zeppelin, Bad Company, Jefferson Airplane e
Rolling Stones.
Em 1977, conheceu o tecladista e saxofonista John Turi, juntos começaram a compor algumas canções e formaram a banda Blue Angel, da qual também fizeram parte Johnny Morelli (bateria), Lee Brovitz (baixo) e Arthur Neilson (guitarra).
Em 1977, conheceu o tecladista e saxofonista John Turi, juntos começaram a compor algumas canções e formaram a banda Blue Angel, da qual também fizeram parte Johnny Morelli (bateria), Lee Brovitz (baixo) e Arthur Neilson (guitarra).
O disco homônimo, lançado em
1980, pela gravadora Polydor, não obteve o sucesso comercial desejado nos
Estados Unidos. Com o fim do grupo, devido ao desentendimento com o empresário
Steven Massarsky, que culminou numa batalha jurídica, a mesma decidiu seguir
carreira solo.
No final de 1982, David
Wolff, seu empresário e namorado conseguiu um contrato com o selo Portrait Records
e, assim, Cyndi pode gravar o seu primeiro álbum, cujo sucesso lhe renderia
notoriedade no mundo inteiro. Intitulado She’s
So Unusual (Ela é tão incomum), o LP foi lançado em 14 de outubro de 1983.
Com esse disco, a cantora
conseguiu alcançar os primeiros lugares nas paradas norte-americanas com as
canções: Girls Just Want To Have Fun,
Time After Time, She Bop, All Through The
Night e Money Changes Everything.
Essa façanha tornou-a a primeira cantora a ter cinco singles de um álbum de
estreia nas paradas de sucesso.
Foram importantes para a
divulgação do álbum os videoclipes de quatro dessas canções, exibidos à
exaustão pela MTV e que contou com a participação dos familiares da cantora,
dentre eles, sua mãe.
O primeiro single do álbum
foi Girls Just Want to Have Fun,
lançado em 6 de Novembro de 1983. A canção, composta pelo músico Robert Hazard,
foi originalmente escrita a partir de um ponto de vista masculino.
Para sua versão, Cyndi modificou a letra,
sintetizando-a como um “hino” sobre o papel feminino na sociedade: “That's all they really want / Some fun /
When the working day is done / Oh girls... they wanna have fun” (Isso é
tudo o que elas realmente querem / Alguma diversão / Quando o dia de trabalho
termina / Oh garotas... elas querem se divertir).
O segundo single foi a
balada Time After Time, escrita por ela
em parceria com o músico Rob Hyman. A canção é, mundialmente, a mais bem
sucedida comercialmente depois de Girls
Just Want To Have Fun. Ambas tornaram-se clássicos da década de 1980.
O single seguinte foi She Bop, música escrita por Cyndi
Lauper, Stephen Broughton Lunt, Gary Corbett e o produtor Rick Chertoff, que causou
muita controvérsia devido ao conteúdo de sua letra. Apesar de não tratar
diretamente do tema, a canção apresenta inúmeros eufemismos para a masturbação
feminina.
Uma estratégia utilizada
pelos compositores para que não fosse banida e pudesse tocar livremente pelas
rádios. Outra música de trabalho importante foi Money Changes Everything, na qual a cantora se coloca em primeira
pessoa e recria, a partir da perspectiva feminina, a canção da banda The
Brains, cujo tema é a interferência do dinheiro nos relacionamentos afetivos.
Para compor sua imagem e o
jogo teatral que acompanhava seu disco de estreia, Cyndi se inspirou em Helen
Kane, a atriz que deu origem a Betty Boop, personagem de desenhos animados da
década de 1930. O próprio título do álbum e a música He’s So Unusual, de 1929, originalmente interpretada por Kane e
regravada por Cyndi, demarcam essa referência.
No período que obteve maior
sucesso, a cantora apareceu em capas de revistas americanas de grande
repercussão, como Rolling Stone, People e Newsweek. Foram também publicadas várias biografias sobre a
artista.
Figura
1 – Comparação entre Helen Kane e Betty Boop. Disponível em:
<http://www.wonderworkerpress.com/wake-word/263/flickerflapper>. |
Por She’s So Unusual, Cyndi recebeu prêmios e indicações, incluindo
três Grammy, dentre eles o de Best New Artist, que recebeu em 1985. Na
foto da capa do álbum (figura 2), Cyndi Lauper aparece em frente à porta de
trás do museu de cera Roberto Clemente. O local ficava no Henderson Walk, um
beco no bloco leste da Stillwell Avenue entre a Surf Ave e a Bowery Street, em
Coney Island, Nova Iorque.
Figura 2 - LAUPER, Cyndi. She’s So Unusual. Álbum. Capa.
Foto: Annie Leibovitz, 1983.
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A fotógrafa contratada para
a realização do ensaio foi Annie Leibovitz, reconhecida por sua atuação na
revista Rolling Stone. A designer
responsável foi Janet Perr que, por esse trabalho, recebeu, em 1985, um Grammy
Award.
Segundo Janet, Cyndi queria
como fundo da foto uma pintura descascada e paredes que parecessem
“angustiadas”. Janet logo pensou em Coney Island, por haver edifícios
abandonados e, por ser perto da praia, a iluminação ajudaria e tudo ficaria
muito bonito (NEVER MIND..., 2014).
Um aparelho de som portátil
acompanhou a sessão de fotos e, na imagem escolhida, Cyndi aparece dançando,
usando um vestido vermelho, meias arrastão e bijuterias pesadas.
O vestido foi adquirido na
Screaming Mimi’s, loja na qual trabalhou como vendedora e o buquê de flores,
comprado momentos antes dos registros fotográficos. Já o guarda-sol, que
aparece à sua direita, foi utilizado em toda a sessão.
Figura 2 - LAUPER, Cyndi. She’s So Unusual. Álbum. Capa.
Foto: Annie Leibovitz, 1983.
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Em seu livro de memórias,
intitulado Cyndi Lauper: a memoir
(DUNN; LAUPER, 2012, p. 121), escrito em parceria com a jornalista Jancee Dunn,
a cantora comenta sobre o processo criativo que deu origem à capa e à
contracapa de seu álbum de estreia.
Cyndi relata que, para
compor o cenário, se inspirou numa foto de uma revista que pertencia a um
amigo, na qual uma moça latino-americana carregava flores e um guarda-sol. A
artista também explica o significado simbólico dos acessórios utilizados para
compor o seu visual, alguns dos quais estão impregnados de ideias feministas.
Para a capa do álbum, ela
queria flores como a moça da foto da revista e correntes no tornozelo e no quadril,
para salientar que a mulher é a escrava do mundo, pois para as mulheres
sicilianas, a escravidão era mental, uma maneira de mantê-las em casa, cuidando
dos filhos.
Durante a sessão, Cyndi colocou
as flores, os sapatos e o guarda-chuva no chão e começou dançar, enquanto Annie Leibovitz
tirava as fotos. Ela queria o casamento entre o som da música e o visual. Quando
chegou a hora de escolher a imagem da capa, a gravadora estava realmente
disputando a escolha pela foto em que Cyndi aparece segurando e exibindo seu
vestido.
Diante disso, a artista
começou a perguntar a várias pessoas qual foto gostava mais. Então, apresentou-as
para o produtor executivo Lennie Petze, contando a ele que pessoas com menos de
trinta anos gostaram mais da imagem forte. Ela disse que eles deveriam decidir
por esta e ele o fez.
Cyndi também comenta sobre a
composição da contracapa do álbum (figura 4), na qual aparecem suas pernas, seu
par de meias amarelas e seus sapatos brancos, cujos solados exibiam partes da
tela Noite estrelada (figura 5), do
pintor holandês Vicent Van Gogh (1853-1890), cuja obra mencionada se encontra
no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Ao fundo da foto da contracapa, é
possível enxergar a torre de paraquedas localizada em Coney Island.
Figura 4 - LAUPER, Cyndi. She’s So Unusual. Álbum. Contracapa.
Foto: Annie Leibovitz, 1983.
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Numa entrevista para o
jornalista inglês Mick Mercer, publicada na revista Bizz, em 1987, Cyndi comenta sobre sua afeição pela pintura:
“Quando eu estudava arte, meus ídolos eram pintores.
Adorava os impressionistas e
o pós-impressionismo. Cézanne e Van Gogh! As suas pinturas eram consideradas
infantis, as pessoas simplesmente não compreendiam. Hoje aquilo é considerado o
início da arte moderna!” (LAUPER, 1987, p. 29). Outra referência aparece no
encarte do seu LP, no qual a cantora faz um agradecimento ao pintor: “E um
agradecimento especial ao Vinnie por ter colocado a arte em minha alma”.
Quanto às fotos para a capa
e contracapa do álbum, a cantora fornece mais detalhes em sua autobiografia.
Cyndi menciona que havia sonhado com uma imagem de seus pés no ar, com o salto
de paraquedas ao fundo. Como não teve tempo para pintar as solas, então encontrou
um livro com estampas de Van Gogh, seu pintor favorito.
Cyndi é fascinada por sapatos, porque, segundo ela, quando você olha para eles, você vê como uma pessoa anda através de sua vida. Então, ela cortou a imagem da pintura Noite Estrelada e colou ao longo das solas dos seus sapatos, tendo assim, a “arte” em seus pés (DUNN; LAUPER, 2012, p. 120-121).
Figura 5 - VAN GOGH, Vincent. Noite Estrelada. Óleo sobre tela. 73,7 cm × 92,1 cm. 1889. Museu de
Arte Moderna, Nova Iorque.
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Cyndi é fascinada por sapatos, porque, segundo ela, quando você olha para eles, você vê como uma pessoa anda através de sua vida. Então, ela cortou a imagem da pintura Noite Estrelada e colou ao longo das solas dos seus sapatos, tendo assim, a “arte” em seus pés (DUNN; LAUPER, 2012, p. 120-121).
Em relação à importância
dada aos sapatos, esse seria um dos motivos do encarte de seu álbum Sisters Of Avalon, lançado no final do
ano de 1996, conter apenas fotos de paisagens e de sapatos caídos no chão. Na
época de lançamento, numa entrevista para a revista brasileira Showbizz, quando questionada sobre o
tema, Cyndi deu uma explicação.
“Guardo todos meus sapatos desde o tempo de
colégio. Tenho dezenas de pares... Finalmente achei algo útil para fazer com
eles... Saí andando com uma Polaroid pelo Jardim da casa de Tuxedo [onde o
disco foi gravado] e tentei juntar pedaços da minha vida. Aí resolvi incluir
meus sapatos nas fotos” (LAUPER, 1997).
Outro uso interessante deste
acessório pela cantora é a escultura com sapatos construída no cenário do
American Music Awards, na edição de 1985. Aliás, nesta sua apresentação ao
vivo, Cyndi interpreta a canção When You Were
Mine, cover de Prince e última música de trabalho do seu álbum de estreia.
Nessa música, Cyndi alterou
a letra, causando a alusão de que o amor perdido que a deixou trata-se de outra
mulher ou um homem bissexual. Essas informações e acontecimentos demonstram o quanto
Cyndi considera importante que seu público compreenda o significado simbólico
dos elementos utilizados em suas apresentações musicais.
Passado trinta anos após o
lançamento de She’s So Unusual, chega
agora às lojas uma edição comemorativa do álbum. Essa edição em três versões
contém arte gráfica diferenciada, incluindo ilustrações da desenhista Pat
Chiang, fotos inéditas extraídas da sessão realizada por Annie Leibovitz, notas
textuais de Jancee Dunn, além de demos originais, b-sides e remixes.
Para comemorar esta data tão importante em sua
carreira, Cyndi realizou a She's So
Unusual 30th Anniversary Tour, com apresentações nos Estados Unidos, Japão,
Austrália e Canadá. Nos shows, a cantora cantou todas as canções do álbum na
sequência em que aparecem no LP e retomou os arranjos originais.
É preciso lembrar que, além
de ter lançado Cyndi Lauper no cenário da música pop mundial, She’s So Unusual é um dos grandes discos
da década de 1980, pois teve o mérito de conseguir aliar qualidade com sucesso
comercial, tratando de temas sérios sem deixar de ser
divertido.
Se, na perspectiva musical, o
álbum é caracterizado por mesclar
baladas e músicas dançantes, tendo como marca a interpretação e a voz potente
da cantora, no plano visual, modificou padrões de moda, a partir do estilo irreverente
da artista. Marca de uma época, She’s So Unusual continua sendo referência para todos aqueles
interessados pelo universo pop."
Referências
DUNN, Jancee; LAUPER, Cyndi. Cyndi
Lauper: a memoir. Hardback Editon. London: Simon & Schuster UK Ltd,
2012.
DURKHEIM, Émile. As regras do
método sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
LAUPER, Cyndi. As novas cores de Cyndi Lauper. Bizz. São Paulo, n. 19, fev. 1987.
_____. Onzze perguntas. Showbizz.
São Paulo, Ano 13, n. 6, edição 143, jun. 1997.
NEVER MIND THE BUS PASS. Happiness-archive.
Classic Album covers: She’s So Unusual – Cyndi Lauper. Disponível em:
<http://www.nevermindthebuspass.com/happiness-archive/classic-album-covers/classic-album-covers-shes-so-unusual-cyndi-lauper/>.
Acesso em: 2014.
Fontes
CROCKER, Chris. Cyndi Lauper.
New York: Wanderer Books, Simon & Schuster, Inc., 1985.
GODDAR, Peter; KAMIN, Philip. Cyndi
Lauper. New York: McGraw-Hill Book Company, 1986.
GREENBERG, Keith Elliot. Cyndi
Lauper. Minneapolis: Lerner Publications Company, 1985.
MITTELKAUF, Susan; MORREALE, Marie. The
Cyndi Lauper scrapbook. New York/Canada: Bantam Books, 1985.
NICKLAUS, Carol. The picture life
of Cyndi Lauper. New York: Franklin Watts, 1985.
WILLIS, Jr. K. K. Cyndi Lauper.
New York; Ballantine books, 1984.
Luis Afonso Salturi
Possui graduação em Ciências Sociais (2004), Mestrado (2007) e Doutorado em Sociologia (2011), todos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Leciona no Ensino Fundamental, Médio e Superior. Como pesquisador tem experiência nas áreas da Sociologia da Cultura, da Antropologia Visual e da Sociologia da Arte. Atualmente realiza Pós-doutorado na mesma instituição.
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Izabel Liviski, é fotógrafa e doutoranda em Sociologia
pela UFPR. Pesquisa História da Arte, Literatura e Artes Visuais. Escreve na
revista ContemporArtes desde 2009, editando a coluna INCONTROS quinzenalmente.
Contato: <izabel.liviski@gmail.com>
3 comentários:
Bah! Ficou muito bom mesmo!
20 de agosto de 2014 às 18:12Parabéns Luis Afonso!
Abraços
Angelo Flesch
É muito legal essa paixão que você tem por Cyndi!
29 de agosto de 2014 às 00:32Parabéns! O seu texto está perfeito e Cyndi é show!
29 de agosto de 2014 às 00:33Postar um comentário
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