IMAGENS E IMAGINÁRIOS: AS ORIGENS DA FOTOGRAFIA SURREALISTA
"Os
fotógrafos que se concentraram em interferir no realismo supostamente
superficial da foto foram os que transmitiram, de modo mais exato, as
propriedades surrealistas da fotografia." (Susan Sontag)
Nesta semana, a coluna INCONTROS traz como colaboração a pesquisa de Vanessa Nóbrega, sobre a gênese da fotografia surrealista e seus desdobramentos, chegando até os dias atuais como forma de expressão visual. Com a palavra, a autora:
“O Surrealismo e a
Fotografia se encontraram num momento em que a Arte procurava se libertar da prisão
tradicionalista dentro do ambiente
conturbado pelos episódios do pós-guerra, em meados da década de 20. Neste
mesmo contexto, a fotografia tentava se consolidar no campo artístico, buscando
uma linguagem própria.
Envolvidos e influenciados
por essa atmosfera, a imagem fotográfica foi palco de grandes experiências surrealistas que serviu de
abertura para uma nova roupagem estética, fazendo com que deixasse de ser vista
como uma simples representação gráfica e se solidificando definitivamente no
mundo das Belas Artes.
A arte passou por grandes
mudanças e movimentos que fizeram história ao longo dos anos. No século XX, por
exemplo, todos os conceitos que serviram de base para a criação das gerações
artísticas anteriores, foram sistematicamente postos em causa pelos artistas.
A intenção dos movimentos
surgidos na época era promover um novo rumo para a arte e romper com os
conceitos tradicionais. As correntes artísticas que passaram a existir nesse
período tinham como principal objetivo, a busca por uma nova proposta que se
distanciasse do convencional. O Surrealismo foi um dos movimentos surgidos com
o propósito da representação do irracional e do subconsciente, impulsionado
pela necessidade de libertação da arte.
Paralelo a esse novo viés,
também veio o avanço da fotografia que passava pelo processo de conquista
de novos terrenos
que ultrapassavam os
trâmites da representação
iconográfica, do espelho fiel dos fatos. Iniciava-se uma fase de novas
experiências estéticas influenciadas pelas correntes artísticas do momento.
Os primeiros experimentos
fotográficos consideradas no âmbito das Belas Artes foram desenvolvidos sem o
auxílio de câmeras, através da sensibilização e manipulação de imagens. O ponto
de partida deste artigo é observar como o surrealismo - um movimento bastante
heterogêneo e que exerceu enorme influência inclusive na fotografia - refletiu
nessas imagens.
Foi no tom de
experimentações e discussões de grupos de jovens artistas, que costumavam se
reunir em Cafés para debater as possibilidades de um novo caminho para arte,
que o espírito dadaísta e surrealista surgiu. Envolvidos pela angústia, pelas
proporções da crise de toda cultura causada pela Primeira Guerra Mundial, tanto
o Movimento Dadá, quanto o ideal surrealista, se propuseram discordar da
racionalidade inserida na sociedade moderna; o objetivo desses artistas
visionários era conduzir novos ares a esse ambiente decadente.
Batizado de forma casual
como Dadá em uma manifestação de rebeldia que estourou e passou a existir a
partir de 1916, primeiramente na cidade de Zurique, o Dadaísmo surgiu em meio
ao caos vivenciado pela Primeira Guerra. Embora ele tenha antecedido o
movimento surrealista, muitos autores consideram que o surrealismo foi uma
versão mais organizada do dadaísmo.
Strickland um dos
autores que considera o surrealismo como filho legítimo do Dadá. Na verdade, durante algum tempo "ambos coexistiram num fluxo
contínuo de estímulos e energia".
Argan faz uma observação mais cautelosa em torno disso: "Dadá se
transformou no Surrealismo, isto é, na teoria do irracional ou do inconsciente
na arte, ainda que não tenha ocorrido uma fusão entre os dois movimentos".
As manifestações do grupo dadaísta são “deliberadamente desordenadas, desconcertantes, escandalosas [...] no caso do Dadaísmo trata-se de uma vanguarda negativa, por não pretender instaurar uma nova relação, e sim demonstrar a impossibilidade e a indessiderabilidade de qualquer relação entre a arte e sociedade”.
Antes da oficialização do
Manifesto Surrealista em 1924, o termo surrealismo começou a ser usado para
diferenciar as práticas artísticas e literárias de André Breton e de seus
amigos. Foi a partir delas, mais precisamente em 1919 que a alma deste movimento
começou a emergir.
Pode-se dizer que o
Surrealismo foi um manifesto artístico que abrangeu a poesia, a pintura, a
prosa, a escultura, a fotografia, o cinema e o intervencionismo, surgido
primeiramente em Paris nos anos de 1920. Com um sentimento mais declarado que o
Dadaísmo, pretendendo uma completa transformação entre a sociedade e o
indivíduo, ele abraçou mais que uma causa artística.
A manifestação artística foi
só um de
seus aspectos, ele
também representou um movimento político, literário e
filosófico. Além disso, este autor faz uma menção quanto à finalidade que os
artistas desta corrente procuravam dar às suas obras, da seguinte forma:
"Os surrealistas queriam explicitar o funcionamento real do pensamento”, segundo Meira.
As inspirações eram
diversas, tais como visões simbólicas, metafísicas, estranhas, radicais,
primitivas, irracionais, no qual o Surrealismo mostrava o modelo anterior: a
libertação do inconsciente, o profundo do conhecimento, o ilógico. Todo o
movimento surrealista esteve marcado por uma natureza diferente, sem possuir
exclusivamente um processo ou uma única técnica que fizesse a descrição desse
estilo.
É importante observar todas as fases que o surrealismo experimentou, tendo
o Primeiro Manifesto
Surrealista sido marcado
pelo sentido psicológico
autêntico. Já o Segundo Manifesto insistiu na defesa do irracional, do
espontâneo e do inconsciente, como as pinturas de sonhos, por exemplo.
Como o movimento
surrealista sempre foi composto por diversos elementos é natural a distinção
entre os artistas da época. Alguns exploravam o abstracionismo, outros as cores
e tonalidades diferentes, formas realistas e hiperrealistas baseadas em sonhos,
entre outros.
Durante um bom período,
desde a declaração oficial da criação da fotografia por Louis Daguerre em 1839,
o ato fotográfico surgido de experiências óticas e químicas foi bastante
questionado e discutido
quanto a sua
integração no campo artístico. Seria a fotografia uma arte?
Para Kossoy, durante a
Revolução Industrial a fotografia desempenhou um importante papel como
instrumento de apoio à pesquisa nos campos da ciência, pois se tornou um meio
comunicativo capaz de passar credibilidade. Sua força como representação
iconológica acabou limitando o olhar expressivo da atividade fotográfica,
desviando a atenção para seu potencial de possibilidades informativas e
representações simbólicas.
Segundo este autor, a realidade da
fotografia não corresponde
(necessariamente) à verdade
histórica, apenas ao registro expressivo da aparência [...] A realidade da
fotografia reside nas múltiplas interpretações, nas diferentes
"leituras" que cada receptor dela faz num dado momento; tratamos
pois, de uma expressão peculiar que suscita inúmeras interpretações.
Além disso, ele menciona, que a fotografia abraça duas importantes
qualidades desconhecidas pela época em que era questionada como representação
artística: da mesma forma em que assume função de fonte histórica ela é ao
mesmo tempo, artefato e registro visual. É possível que um único registro
fotográfico tenha fins documentais com valor iconográfico, assim como valores
estéticos.
Esta condição mimética, atribuida
à fotografia como reflexo da realidade, segundo Braune, está ligada a visão
estreita da época em que a pintura apresentava-se como a principal arte
representativa da realidade.
A atividade artística era
vista como um indício de inspiração criativa ligada à autoria (o ser humano
interpreta o mundo a sua maneira), assim a fotografia era regida por um
instrumento mecânico na qual
funcionava apenas na
representação da perfeita
imitação da realidade,
não possuindo uma ligação criativa capaz de fazer parte do universo das
belas artes.
Por mais abstrata que seja
uma fotografia, por mais que ela "minta", por mais que nela sejam
adicionadas interferências de quaisquer categorias, por mais surreal que possa
vir a ser uma fotografia, ela não deixa de estar atrelada ao referencial, àquilo
que, no exato momento em que o disparador da câmera foi acionado, estava lá –
presença incontornável –, caso contrário não haveria algo fotografado, não
haveria a fotografia.
A fotografia, só foi aceita a partir da década de 1860,
quando, enfim, alcançou sua autonomia, independência e linguagem própria.
Quando o período moderno chegou com o pensamento artístico de se desprender do
tradicionalismo, no mesmo ambiente a fotografia começava a ser explorada
artisticamente.
De acordo com Braune, esse
convite à mudança estética nascia dentro do espírito em que se discordava dos
princípios racionais e acusava a proposta de modernidade inserida na sociedade,
ambos idealizados pelo movimento dadaísta e surrealista.
Deste modo, o surgimento
da fotografia surrealista está inteiramente ligado aos grandes nomes que deram
vida a essa nova estética, fazendo parte dos movimentos que permearam os ideais
artísticos da linguagem moderna, já que as primeiras fotografias surgidas a
partir desta nova tendência, foram obras abstratas, a partir de 1915-1916.
Paul Strand's foi um dos
fotógrafos de destaque nesse contexto, conseguindo valorizar esteticamente
temas e objetos normais, como por exemplo, explorando as sombras de um muro.
Foi uma grande referência na obtenção de outro vértice do clima moderno com
temas compreendidos entre lugares suburbanos, a utilização do ângulo close-up
quando fotografou uma mulher cega, entre outros.
Foto: Paul Strand's |
Apesar disto, as primeiras
fotografias consideradas genuinamente abstratas foram as séries
"Vortoghaphs" feitas por Alvin Langdon Coburn, em 1917, onde
fotografava pedaços de cristais, madeira e outros objetos através de espelhos
arranjados que permitia a criação de várias imagens.
Foto: Alvin Langdon Coburn |
Todo esse contexto, aliado
ao sentimento pós-guerra fez surgir uma nova linguagem refletida na imagem
fotográfica. As principais técnicas que revolucionaram a abertura para a
direção de um novo olhar e o espaço para novas experimentações, foram os
fotogramas, o princípio de solarização e as fotomontagens.
A nova técnica de abstração imagética conhecida
por fotogramas, consistia em um método coincidente com os desenhos fotogênicos
experimentados por Talbot,
cuja origem remonta os princípios fotográficos em 1727, criados pelo alemão
Johan Heinrich Schulze, quando este descobriu a sensibilidade dos sais de prata
expostos à luz. Todavia, somente em 1939 estes desenhos fotogênicos passaram e
ser adotados através de produções de imagens de objetos sobre folhas de papéis
sensibilizados desenvolvidos por Talbot.
Neste mesmo ambiente, por
volta de 1919,
distante dos experimentos
de Talbot, o fotograma apresentou-se mais que uma adaptação da técnica.
Outra forma diferenciada de abordagem consiste na técnica de inversão de parte
da imagem.
A solarização, utilizada
de forma mais criativa pelos artistas Man Ray e Lasló-Moholy-Nagy -
dois fotógrafos de
grande importância para a arte e para a estética moderna
na exteriorização de pensamentos criativos nos períodos entre 1920 e
1930 - incide na transformação de um negativo em positivo em decorrência a uma
superexposição.
Man Ray redescobriu essa
técnica casualmente e criou seu próprio estilo com a construção dos desenhos de
luz, batizando a técnica com seu próprio nome "Rayograph"
(Rayografias). Já Moholy-Nagy, em 1922, experimentou fotogramas colocando objetos tridimensionais em placas ou em papéis fotográficos conseguindo
imagens incríveis.
Outro processo utilizado
para produção de efeitos surrealistas foram as fotomontagens que se originaram
de colagens artísticas utilizadas nos movimentos Dadá e Surrealismo, no qual
mesclavam inúmeros materiais. As fotomontagens eram combinações de recortes de
fotografias e desenhos, por vezes com superposição de gráficos e dizeres, com o
intuito de valorização estética do material empregado.
Desenho fotogênico de Fox Talbot |
Em 1919 havia sido fundada
por Walter Gropius em Bauhaus, uma escola de design vanguardista que explorava
aulas de fotografia. Foi nessa época que muitos artistas se viram impactados
com as formas descobertas através de imagens de um microscópio, chamadas de
fotomicrografias.
Gernsheim comenta esses
processos de uma forma mais concisa: "Todas essas técnicas visavam a
transmutação do objeto em um padrão de luz não representacional, onde
apenas a forma
do objeto era
produzida sem detalhes
ou gradação de tom."
Mesmo que a quantidade de verificações no período pós-guerra tenham sido de estima reduzida, a cooperação para a fotografia no sentido de ampliação de técnicas fotográficas e do desapego às convenções através dos fotogramas de Moholy-Nagy e as fotos veladas por exposição excessiva de Man Ray, foram de extremo valor para a sua mudança expressiva.
Fotomontagem: John Heartfield |
Mesmo que a quantidade de verificações no período pós-guerra tenham sido de estima reduzida, a cooperação para a fotografia no sentido de ampliação de técnicas fotográficas e do desapego às convenções através dos fotogramas de Moholy-Nagy e as fotos veladas por exposição excessiva de Man Ray, foram de extremo valor para a sua mudança expressiva.
Outros nomes
se destacaram nesse encadeamento de ideias: Cecil Beaton
foi um dos principais fotógrafos de moda da revista Vogue e criou um novo
estilo de retrato. Francis Bruguière em 1933 produziu efeitos de luz
em suas construções abstratas em papel e Angus McBean, foi o
principal fotógrafo teatral britânico que combinou fantasia surreal com o
realismo fotográfico em suas fotos de atrizes e outras disposições.
Foto: Angus McBean |
Com o desenvolvimento da
tecnologia, os equipamentos foram tornando-se mais leves e as emulsões mais
rápidas, permitindo um maior deslocamento do fotógrafo, facilitando assim
a busca por
ângulos inusitados que
fugissem cada vez
mais da intenção de reprodução
fiel da realidade.
Grandes personalidades
fotográficas de vanguarda mantiveram-se na ativa nos anos de 1930 como Peter
Rose Pulham com suas fotomontagens surrealistas, Edmiston e Winifred
Casson na área de publicidade e Erwin Blumental e André Kertesz fizeram nome quando emigraram para os Estados Unidos se destacando na criação de imagens distorcidas em registros
fotográficos de nus.
Philippe Halsman com suas inusitadas imagens surreais de saltos, as fotomontagens fantásticas de Jerry Uelsmann, a fotografia de Dora Maar e o surrealismo das imagens de Fernando Lemos, além de outros artistas pouco conhecidos, são exemplos de destaques que após a efervescência das inúmeras aparições fotográficas surrealistas nos anos de 1930.
Foto: Peter Rose Pulham |
Philippe Halsman com suas inusitadas imagens surreais de saltos, as fotomontagens fantásticas de Jerry Uelsmann, a fotografia de Dora Maar e o surrealismo das imagens de Fernando Lemos, além de outros artistas pouco conhecidos, são exemplos de destaques que após a efervescência das inúmeras aparições fotográficas surrealistas nos anos de 1930.
Foto: André Kertesz |
Sua passagem por Nova
Iorque, foi de extrema importância, pois através dessa viagem conheceu
Marcel Duchamp e Picabia, entrando para o
movimento Dadá. Sua trajetória fotográfica iniciou-se quando precisou fazer
fotos de suas pinturas para a imprensa e para os colecionadores, foi a partir
daí que começou as experimentar as técnicas fotográficas.
Foto: Jerry Uelsmann |
A genialidade de Man Ray
fez com que se tornasse um artista eclético. [...], ele foi um ser onírico,
lúdico e diáfano com suas criações; lidava com o inconsciente e o consciente
nas fotografias, enquadrando-se em qualquer estilo. Porém, foi reconhecido como
um dos principais fotógrafos dos movimentos Dadá e Surrealismo.
A sua mais conhecida forma
de intervenção artística foi a fotografia, e umas das técnicas que mais Man Ray
utilizou foram os fotogramas, que apesar de ter redescoberto sem querer essa
técnica, sem ter sido o criador, as rayografias de Man Ray foram bastante
exploradas em seus trabalhos. Outro processo muito utilizado e marcante na sua
obra era a técnica de solarização, já citada.
O surrealismo em suas imagens encontrava-se dentro de um espaço misterioso, a mulher retrada por Man Ray seduzia dentro de um misticismo e ao mesmo tempo um glamour. Man Ray puxa a natureza equívoca da imagem impondo um conflito entre o imaginário e o real.
Inventado no início do
século XIX, ao mesmo tempo em que a fotografia, o fotograma só foi utilizado
com características inerentes no início dos anos 1920 pelos artistas Christian
Schad e Man Ray. Ao longo de seus experimentos, o intento era o de captar a luz
dos melhores ângulos utilizando objetos transparentes e translúcidos como
cristais, vidro, líquidos, véus, entre outros, colocando em placas ou papéis
fotográficos.
Foto: Man Ray |
Foto: Man Ray |
Philippe Halsman (1906-1979) nasceu em Riga, Letônia e antes de ir para Paris, estudou engenharia. Em 1932 montou seu estúdio fotográfico. Desde a década de 1940 até a década de 1970, Halsman ficou conhecido como o fotógrafo das celebridades com a produção de retratos espirituosos, estampando diversas capas e páginas de revistas como Look, Esquire, Saturnay Evening Post, Paris Match, e especialmente a Life.
Trabalhou com moda,
retratos de personalidades, no qual levou o título de melhor fotógrafo de
retratos na França em 1936. Sua tendência surrealista surgiu na pesquisa de
trabalhos de artistas
dessa corrente, a
qual lhe rendeu
imagens que surpreenderam, compostas por iluminações
leves, focos bruscos, recortes e closes. Suas fotografias combinavam glamour,
sexo e energia positiva.
Foto: Philippe Halsman |
Amigo de Dali, com quem compartilhou projetos com cunho irracional e perturbador, uma de suas fotografias surreais mais famosas é "Dali Atomicus", na qual o artista, a sua tela, móveis, gatos, água e todos parecem suspensos no ar. Além do mais, as imagens realizadas por Halsman tinham certo charme porque a atenção do ato de saltar e cair está no modo real que a pessoa demonstra, como se caísse a máscara de cada um.
O movimento surrealista na
fotografia se deu através de grandes referências que ousaram fazer experimentos
dentro de uma visão mais estética. Envolvidos por uma atmosfera visual moderna,
livre das amarrações do tradicionalismo, pode-se observar como a imagem
fotográfica foi conduzida neste contexto.
É interessante ressaltar
que esse período serviu de palco para as primeiras experiências em que a fotografia
buscava uma nova roupagem artística que compreendia desde a manipulação e
sensibilização de imagens, utilização de novos ângulos à abertura de um novo olhar
diante de temas simples do cotidiano.
Foto: Moholy-Nagy |
A contribuição dada por
esses artistas no sentido de observar a fotografia dentro do campo artístico,
aliada ao ambiente surgido no período surrealista, fez com que a cultura fosse
marcada por uma enorme expansão produtiva. Foi a partir desses inúmeros
fatores, que nasceu no cenário artístico
uma forte revelação do simbólico na fotografia.
Hoje, pode-se observar que
a fotografia foi crescendo e tornando-se cada vez mais dinâmica. Com o
surgimento da tecnologia digital, por exemplo, é possível através de programas
de edição de imagens (softwares) explorar muitos outros aspectos. Outro ponto crucial é que,
apesar do movimento surrealista ter se dissolvido, as influências dessa
corrente artística são observadas até hoje em grandes artistas mesclando uma
nova representação do surrealismo fotográfico em sintonia com a atmosfera
contemporânea."
Referências:
ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos
contemporâneos. Trad. Denise Bottmann e Federico Carotti. São Paulo: Companhia
das Letras, 1992
BRADLEY, Fiona. Movimentos da arte moderna: surrealismo. Trad. Sérgio Alcides. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2001.
BRADLEY, Fiona. Movimentos da arte moderna: surrealismo. Trad. Sérgio Alcides. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2001.
BRAUNE, Fernando. O
surrealismo e a estética fotográfica. Rio de Janeiro: 7letras, 2000.
DUBOIS, Philipe. O ato fotográfico e outros ensaios.
Trad. Marina Appenzeller;
Campinas, SP: Papirus, 1993.
GERNSHEIM, Helmut.
Col. Alison Gernsheim. A concise
history of PHOTOGRAPHY.
Londres: Thames and Hudson, 1971.
KOSSOY, Boris. Realidades
e ficções na trama fotográfica. 3 ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002.
PANZER, Mary. Philippe
Halsman: a retrospectiva. Disponível em:
http://www.npg.si.edu/exh/halsman/index.htm.
Acesso em: 28 de julho. SONTAG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia
das letras. 2004.
STRICKLAND, Carol. Arte
comentada: da pré-história ao pós-moderno. Trad. Angela Lobo de Andrade. Rio de
Janeiro: Ediouro, 1999.
Este
artigo sobre fotografia surrealista, faz parte da sua monografia de graduação; é Bacharel em Arte e Mídia pela
Universidade Federal de Campina Grande (2009). Na área acadêmica foi bolsista
de projeto na área de publicidade; Ministrou curso na área de fotografia e realizou pesquisas sobre o cinema nigeriano; Trabalhou
como assistente de arte no curta-metragem “Borra de Café", e na área de criação em publicidade. Atualmente, é freelancer na área de
Designer Gráfico em Brasília.
Vanessa Kátia de Medeiros
Nóbrega.
VESTIBULAR - PARA GOSTAR DE LER
Curso intensivo de leitura dos textos selecionados para a prova de
literatura do vestibular 2014/2015 UFPR. O objetivo é aprofundar e compartilhar
experiências de leitura desses textos em função de seu momento cultural, sua
situação na história da literatura brasileira e sua realização enquanto obra de
arte literária. Ministrado por Elisa Carvalho, o curso terá início na primeira
semana de Setembro.
Horário: 2ªs e 4ªs pela
manhã das 10h às 12h Ou 4ªs e 6ªs das 17h às 19h.
No Solar do Rosário
Izabel Liviski, é fotógrafa e doutoranda em Sociologia
pela UFPR. Pesquisa História da Arte, Literatura e Artes Visuais. Escreve na
revista ContemporArtes desde 2009, editando a coluna INCONTROS quinzenalmente, e é atualmente co-editora da revista.
Contato: <izabel.liviski@gmail.com>
1 comentários:
Ótimo post! Bem escrito e didático. abs!
10 de setembro de 2014 às 22:26Postar um comentário
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