segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Poesia dos Conflitos





 "...é a lógica do dissenso, daquele que não faz parte da discussão, de criar normas que não existem. Os sujeitos da política se inventam inventando as normas da discussão." (Jacques Ranciére, sobre os riscos da razão. Folha de São Paulo, 1995)



Conflituava
via revolucionária
sem mediação
apostava no dual
do mal, me achando do bem.

Meu bem... Quanta presunção!
O mal se mostrou onde era para estar
assaz no bem, também.
Eram um só múltiplo de reversibilidades.
Múltiplas variações deles mesmos.

Antes e após as polaridades
entre o não e o sim,
profusão de mil tonalidades, cromatismos.
O sem fim é possibilidade
e negociação.

Nas pluralidades dos outros de mim
assomam meus bens & males
Em seus lugares-espaços,
aqui performances de dissensos.

Nossos tempos.







Déda é contadora de histórias e artesã, de carteirinha e tudo, formada primeiro para fazer tricô e crochê com a avó quando ainda era criança, lá na roça que virou periferia. Agora, tentando terminar um curso de Artes Visuais e começando outro de Filosofia da Vida, tenta fazer um artesanato de palavras e imagens do Tempo Presente Imediato. Não é poeta ou artista oficial, com diploma ou dinheiro. E acredita que artes e culturas, de todos os tipos e linguagens, são coisas de todas as pessoas.


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