CTRL+ALT+ESCOLA
Um
grupo de empreendedores da área tecnológica e investidores está
promovendo algo novo na educação fundamental norte-americana: a
AltSchool, uma comunidade colaborativa de micro escolas que reúnem
ótimos professores, aptos à pesquisa aprofundada e utilização de
ferramentas inovadoras, no intuito de oferecer uma experiência de
aprendizagem personalizada. Alt é referência à tecla computacional
Alternativa, que sozinha nada realiza, mas em conjunto com outras
exerce funções impactantes.
Na
AltSchool o regime não é seriado, um aluno pode estudar matemática
no nível de quarta série, ler em nível de terceira e desenvolver
habilidades sociais e emocionais de alunos da quinta série;
acredita-se que a educação deve refletir sua singularidade. Os
educadores realizam curadoria de atividades individuais e em grupo,
que sejam relevantes e supram necessidades de cada aluno.
A
escola foi fundada por Max Ventilla, que trabalhou para o Google,
saiu e fundou uma startup na qual desenvolveu a ferramenta "busca
social" – algoritmo para acesso a informações – que vendeu
para o Google em 2010 por alguns milhões de dólares, voltando à
empresa como gerente de produtos. Demitiu-se novamente para iniciar a
AltSchool em 2013, sem nenhuma experiência prévia como professor ou
administrador educacional, mas com amplo conhecimento de redes, e
bastante discernimento do que pode ser alcançado a partir de uma boa
base de dados.
Na AltSchool crianças são também orientadas a desenvolver dinamismo, empatia e perseverança, para que possam maximizar seu aprendizado, descobrindo cedo o quanto o fracasso é apenas um passo no caminho provável para o sucesso. A base metodológica é que perguntas do mundo real trazem aprendizagem para a vida; através de projetos desenvolvidos, os estudantes podem colocar habilidades fundamentais diretamente em prática, com interdisciplinaridade.
Na AltSchool crianças são também orientadas a desenvolver dinamismo, empatia e perseverança, para que possam maximizar seu aprendizado, descobrindo cedo o quanto o fracasso é apenas um passo no caminho provável para o sucesso. A base metodológica é que perguntas do mundo real trazem aprendizagem para a vida; através de projetos desenvolvidos, os estudantes podem colocar habilidades fundamentais diretamente em prática, com interdisciplinaridade.
O
perfil educacional buscado para os alunos tem a forma de um T: grande
amplitude de conhecimento em todas as disciplinas, e profundidade
naquelas pelas quais mais se interessem. Além de cultivar
habilidades sociais e emocionais fortes, os alunos da AltSchool devem
construir competências em todas as áreas acadêmicas fundamentais:
matemática, ciências, artes, estudos sociais. Acredita-se que a
aprendizagem deva ser ao mesmo tempo rigorosa e envolvente para o
aluno; considerando que no sistema educacional dos Estados Unidos uma
forte base acadêmica abre as portas para as melhores escolas
secundárias e faculdades.
Ainda incipiente, a
empresa emprega hoje cerca de cento e cinquenta pessoas, entre
educadores, tecnólogos e administradores de sistemas. Sua
implantação e crescimento foram financiados por cento e dez milhões
de dólares em capital de risco e vinte milhões em taxas do
empreendimento, levantadas ao longo dos últimos dois anos, estando
entre os maiores investimentos já feitos em tecnologia de educação.
O capital da AltSchool vem de alguns dos maiores investidores do Vale
do Silício.
No ano passado, a
entidade filantrópica Silicon Valley Community Foundation aportou
quinze milhões de dólares, através de um fundo financiado por Mark
Zuckerberg. A Fundação Bill & Melinda Gates é outro grande
investidor. Atualmente, as mensalidades cobrem a maior parte das
despesas de funcionamento das escolas, incluindo os salários dos
professores, e o dinheiro de investimento ajuda a cobrir os salários
dos tecnólogos, custos imobiliários e outras despesas relacionadas
com o crescimento da organização.
Os
apoiadores investem sem espectativa de serem apenas proprietários de
pequenas escolas sofisticadas; acreditam na viabilidade da AltSchool
reinventar a educação americana, querem facilitar o fornecimento de
aplicativos para educadores que desejem iniciar suas próprias
escolas; e, por fim, oferecer seu software para uso em escolas
públicas de todo o país, um objetivo que a empresa espera alcançar
entre três e cinco anos, e mais tarde poderia beneficiar países
emergentes como o Brasil.
Trata-se
de um experimento ambicioso, com muitas qualidades e, certamente,
alguns defeitos que necessitarão ser sanados, mas demonstra o quanto
de esforço comunitário precisa estar voltado à melhoria de
qualidade do sistema educacional.
Obs.: As imagens aqui postadas foram retiradas da internet para ilustração da matéria, sem finalidades comerciais.
***
Obs.: As imagens aqui postadas foram retiradas da internet para ilustração da matéria, sem finalidades comerciais.
***
WANDA
CAMARGO, estréia hoje como articulista da Revista ContemporArtes,
responsável pela Coluna Educação
& Cotidiano. Conheça um pouco da sua trajetória profissional e atividades:
Graduada
em Física e Engenharia Civil, especialista em técnicas de
Aprendizagem, mestre em Ciências Geodésicas (UFPR). Professora
aposentada da Universidade Federal do Paraná, onde foi Chefe do
Departamento de Informática, Coordenadora de Curso e de Extensão,
representante de sua classe docente no Conselho de Administração.
Atualmente é assessora da presidência do Complexo de Ensino
Superior do Brasil – UniBrasil, onde já exerceu os cargos de
Presidente da Comissão Central do Concurso Vestibular e Diretora
Acadêmica. É coordenadora dos Projetos UniBrasil Futuro, Academia
UniBrasil, UniBrasil nas Escolas e demais projetos culturais. Autora
e coautora de diversos livros, todos na área educacional.
1 comentários:
Importantíssima a iniciativa dessa coluna num momento em que a educação está sendo discutida amplamente. O currículo da colunista fala por si só. Parabéns à Revista por propor e à professora Wanda por aceitar esse desafio.
18 de dezembro de 2016 às 11:44Postar um comentário
Seja educado. Comentários de teor ofensivo serão deletados.