Lei da Anistia: Revanche ou Punição?





Por Yone Ramos Marques de Oliveira


A Lei da Anistia é para mim um tema de particular aflição, e um assunto de difícil abordagem pessoal uma vez que não sou partidária de nenhuma doutrina política. E sinceramente, receio receber com ressalvas o texto que seguirá nas próxima linhas.
Nos meus últimos anos de faculdade, assisti documentários que mexeram profundamente com minha mente e com minha alma e me elevaram (ou reduziram) ao estado mais estático das limitações humanas de compreensão. Isso porque me vi na incondição de compreender a possibilidade de justiça entre seres humanos, entre políticas, entre Estados, entre certo e errado, entre bem e mal. Posso datar essa péssima premissa ao iniciar meus estudos sobre o século XX. Normalmente, na academia, somos doutrinados ou norteados por uma visão, ou linha de pensamento, mas minha curiosidade particular me levou a buscar a outra face da história também, o que apenas aprofundou o meu desencanto.




Sobre ditadura, o primeiro livro que tive o desprazer de ler foi Brasil Nunca Mais. Desprazer não por conhecer os fatos que antecederam meu nascimento ou pelo livro em si, que ao meu ver é leitura obrigatória sobre o assunto, mas por descobrir as formas mais desumanas de sermos humano e, apesar de conhecer métodos de torturas medievais absurdos, foi diferente conhecer casos reais dos mais extremos exemplos de tortura. Por dias, dormi mal enquanto lia o livro, ficava questionando a mim mesma como é possível que um ser humano assista ou aplique em outro da mesma espécie medidas tão cruéis? Nunca encontrei a resposta!
Comecei a odiar aquele Regime, a ter sede de justiça, a querer que as pessoas que fizeram aquilo pagassem de alguma forma. Muito tempo de reflexão fizeram com que esse ódio minguasse até se resumir em um sentimento de completa impotência. Se analisarmos a História da Humanidade, em qualquer período, qualquer regime político, qualquer Estado desde a Antiguidade, essa condição intrínseca à humanidade de ser benigno e ser cruel, está além de qualquer abstratação ou conceito de justiça humana ou divina.
Não me contentei só com os livros, e fiz algumas pesquisas de campo entrevistando pessoas de ambos lados, foi quando tomei conhecimento do que alguns chamam de "Livro Negro" da "Revolução". Seria um livro de relato dos militares justificando as prisões e torturas. Quando li, reconheci alguns casos que já tinha tomado conhecimento, e ali descobri, com a outra versão do mesmo fato, que esse debate seria sempre partidário, arbitrário e insolúvel. Quando o tema é guerra, não existe bandido e mocinho, não existem lados! Existem interesses em conflitos e não consigo ver de outra forma: não importa quem morre e sua opção política, a guerra é sempre terrível e sem explicação, mesmo nos casos da guerra civil.
E se você conseguir olhar para o ser humano despojado de todo sentimento político, como fez Hannah Arendt no caso do julgamento do Eichmann, você se verá querendo uma justiça inexistente, sempre contraditória. Cito esse caso, pelas questões levantadas pela autora naquela ocasião. Como julgar o ato de um Estado soberano com as leis de outro Estado Soberano (nesse caso, de outro governo e outra constituição que não a da época, ainda que o golpe tenha sido injusto e arbitrário, consideramos o fato de que em meio à guerra, civil ou não, a lei advém sempre do grupo vencedor); ou eximir de culpabilidade um ser humano que, ainda que cumprindo ordens estatais, cometeu atrocidades com outro ser humano? Como condenar uma pessoa que naquele momento cumpria a lei de seu país? Pois bem, esse é o tema da revisão da Lei da Anistia. Como deixar assassinos impunes sem ferir os princípios que norteiam a sociedade e a jurisprudência?
O fato é que, ainda que seja certo fazer o levantamento da memória dos grupos excluídos e oprimidos, a revisão da Lei da Anistia prevê uma alteração de ânimos não apenas do exército, mas como daqueles que herdaram as marcas do período. Se olharmos para trás na história do país, veremos que o exército sempre atuou com uma política intervencionista o que sempre resultou em períodos conturbados para a nação. Também é fato, que o exército também reivindica investigação de torturas pelo lado das guerrilhas caso haja essa revisão e, como sabemos, isso também aconteceu entre os grupos de esquerda, o que poderá fermentar ainda mais ambos os grupos.
Não tenho a premissa de julgar positiva ou negativamente a Lei da Anistia, mas em termos de política, em um período de reconfiguração do cenário político-econômico mundial, é melhor manter os ânimos de ambos grupos acalentados até maiores certezas, para evitar colapsos políticos, uma vez que conflitos internos podem enfraquecer a política do país, bem como a economia e correriamos o risco de um retorno de períodos opressivos, lembrando que apesar do impacto não ser imediato, nada impede a formação de novos golpes políticos contra a democracia, tanto por parte progressista, como dos conservadores.
Bom, em termos de justiça, não creio ser capaz de apresentar uma solução plausível para o caso já que não concordo que essa lei tenha que ser revisada neste momento estranho da política brasileira, somada às incertezas mundiais. Ainda mais se, como acordo político, pareceu por bem que a oposição concordasse, naquela época, com a lei que também perdoaria os crimes de guerrilha, dos quais os grupos de esquerda deveriam responder. Não que concorde com a barbaridade da tortura ou com o que aconteceu naquele período, mas como já vi advertências, essa revisão pode representar mais uma revanche do que justiça. Sou contra qualquer barbaridade contra o ser humano, independente de quão humano ele seja. Infelizmente, independente da resposta interna de cada um sobre o assunto, acredito que, o quê consideramos ou gostaríamos de considerar como Justiça, em se tratando da humanidade, acabará por existir em vão.





Yone Ramos Marques de Oliveira, teóloga e historiadora, escreve aos sábados, quinzenalmente no ContemporARTES.
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Santiago, o mordomo de João Moreira Salles e Santiago, 2006, o filme.


 







André, um antigo colega de faculdade, disse-me certa vez que ao visitar o programa Bambalalão da TV Cultura sentiu uma mistura de fascínio e tristeza. Fascínio pois pode conhecer ao vivo os personagens que desde pequeno vira pela TV; tristeza por ver que por detrás de todo aquele mundo fantástico existia trabalho duro com pessoas de verdade e que quase nada daquilo visto no mundo mágico seria possível no mundo real. Talvez essa tenha sido a sensação que tive ao assistir Santiago, 2006, de João Salles.

Conheci João Salles em 1999, no cinema da ECA, quando comentava a respeito do filme Notícias de uma Guerra Particular. Com uma voz calma e tranqüila conversava com os alunos a respeito do filme, das situações vividas por ele em decorrência do envolvimento com Marcinho VP e duvidava do poder da arte em modificar o cotidiano das pessoas, das situações e conseqüentemente do mundo. Desci antes de acabar o debate pois tinha pressa para chegar ao trabalho. Pude ver que havia um carro importado com um chofer dentro, bem em frente à ECA, e pensei: esse rapaz dentro do carro está esperando o João. De qualquer forma não podia ter certeza de que aquele carro era de fato de João, mas certamente o era.  Fui embora pensando no filme, em João e em tudo que ele havia dito e questionado a respeito do filme e da vida.

O que mais me impressionou foi a figura de João Salles, ele, acostumado a viver em um mundo glamoroso, estava ali apresentando seu filme sobre o morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, falando sobre policiais e traficantes com vigor, propriedade e energia. Fiquei extasiada com o que vi. Um filme sobre uma realidade nua e crua que possuía uma incrível beleza oriunda da poética das que imagens e dos textos. O filme foi tecendo a vida daquelas pessoas, traficantes e policiais que, apesar de viverem experiências diferentes, povoavam o mesmo território.









Pouco tempo depois João Salles começa a rodar seu novo filme, Nelson Freire, lançado em 2003. Nesse filme João desvenda a intimidade desse grande pianista brasileiro que, com seu talento, corre o mundo. O filme sobre Nelson Freire possuía a mesma sensação de propriedade vivenciada em Notícias de uma guerra particular. Foi maravilhoso viver a trajetória de Nelson Freire pelas lentes de João. Os momentos de angústia que o pianista sentia antes de entrar em cena, sua timidez, discrição e sua maravilhosa interpretação, ganharam força e magnitude pelas lentes do diretor.






O filme Entreatos, 2004 foi realizado por João Salles com o propósito de acompanhar, no período de 25 de setembro a 17 de outubro de 2003, o então candidato a presidência da República Luis Inácio Lula da Silva, filmando juntamente com Walter Carvalho os bastidores da campanha para o segundo turno. Com imagens exclusivas de conversas privadas e de reuniões estratégicas, João invade o território de Lula mostrando cenas de dentro do pequeno avião onde o candidato combinava e resolvia assuntos políticos, intercaladas a cenas com familiares em lugares casuais. Podemos ver José Dirceu, Aloísio Mercadante, Marco Aurélio Cunha, Luís Gushiken, Marta Suplicy ou Antônio Palocci como personagens desse cenário político marcadamente tenso. Ao que parece Lula se destaca de seu opositor pela sua  disposição, calma, segurança com que tratava de questões familiares ou políticas. Aliado a isso estava o seu senso de humor, que deixa transparecer seu amor pelo futebol e a imensa vontade de tornar-se o presidente da República.

O filme consegue arrancar momentos mágicos e sublimes dessa importante transição na política brasileira, na qual pela primeira vez o povo elegeu um presidente como Lula, oriundo da classe trabalhadora.  Nas  imagens finais do filme, quando Lula recebe a notícia de que ganhou as eleições, ele se emociona ao ver uma reportagem sobre sua vida sofrida no interior de Pernambuco. As últimas tomadas do filme foram feitas por Mariana, filha de Mercadante. Não conheço nenhum filme sobre um político que o retratou com tanta intimidade e em momentos tão decisivos como em  Entreatos.





Mas o filme de João que me impressionou profundamente foi sem dúvida Santiago. No primeiro parágrafo escrevi sobre o meu colega André e a sensação dos bastidores do programa Bambalão, uma mistura de fascínio e encanto com tristeza e desolação. Esses sentimentos aparentemente opostos estão presentes em Santiago.

Na narração de Fernando Moreira Salles vemos a casa da Gávea onde João morou por vinte anos. Ela aparece no ano 1992 já sem móveis, sem pessoas,  apenas ocupada de lembranças. João filmou o tempo.  Quando ele voltou a ver as imagens de seu mordomo e de sua casa, 13 anos depois, ficou intrigado por que razão não conseguiu montá-las. Com ajuda de Eduardo Escorel e Lívia Serpa o filme Santiago pode enfim ser montado. A exemplo de Coutinho em Cabra Marcado para morrer, João voltou à aqueles rolos antigos de filme e, revendo-os, pode entender que o tempo é o senhor das transformações e que a vida talvez não faça mesmo sentido.

Santiago, um mordomo argentino de uma cultura idiossincrática, escrevera durante anos sobre várias dinastias e reinados, tocava Beethoven de fraque e com seu espanhol já misturado ao português fazia  sua dança das mãos e, com elas, talvez pudera agarrar-se a vida e a suas memórias. 

Mãos expressivas que dançam uma canção sublime que é a própria existência de Santiago e sua forma de reverenciar o mundo. Vivera para a família Salles e deixara transparecer o amor por João. A cozinha do pequeno apartamento de Santiago é o cenário do filme. Entre portas abertas é possível ver a grandeza desse homem de 80 anos.

O fascínio que senti logo no início do filme vem da sensibilidade com que ele foi conduzido, poético, sincero e corajoso. Uma espécie de angústia tomou conta de mim, uma tristeza profunda ao ver João tratar Santiago durante as filmagens como seu fiel empregado e Santiago, ainda como um servo de João, o obedece com benevolência. 






Gostei muito da coragem de João ao desvelar esse seu jeito de dirigir Santiago. Me emocionei profundamente ao ver como o tempo pode determinar instancias escondidas dentro do ser. Santiago, as pausas, a alegria com que contava as histórias, o seu jeito de dizer que não foi feliz mais bem “contento”, em seu espanhol articulando com o português. João desnuda o seu passado e elege Santiago para o fazer.

A admiração por esse mordomo que o ensinou a equilibrar bandejas e ouvir Beethoven tinha um tempo para maturar. Não preparado, João necessitou de 13 anos para se voltar para Santiago e o admirar sem vergonha, sem medo de amar o mordomo que foi também sua referência de amor e companhia.

Câmeras paradas, preto e branco, O barbeiro de Sevilha, a ópera Orfeu e Eurídice, e para entender melhor esse puro êxtase que senti é necessário assistir o filme.
Bom filme.

Kátia Peixoto é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Mestre em Cinema pela ECA - USP onde realizou pesquisas em cinema italiano principalmente em Federico Fellini nas manifestações teatrais, clowns e mambembes de alguns de seus filmes. Fotógrafa por 6 anos do Jornal Argumento. Formada em piano e dança pelo Conservatório musical Villa Lobos. Atualmente leciona no Curso Superior de de Música da FAC-FITO e na UNIP nos Cursos de Comunicação.
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Silêncio ao ar livre: uma tarde em meio à arte contemporânea em Minas Gerais




Há um mês atrás finalmente conheci o Instituto Inhotim, espécie de museu a céu aberto que abriga parte significativa de nossa produção de arte contemporânea, além de obras de artistas estrangeiros. Mais importante acervo (público) de arte contemporânea aqui do Brasil fica em meio a um parque ambiental – “uma das maiores coleções botânicas do mundo, com espécies tropicais raras e uma reserva florestal que faz parte do bioma da Mata Atlântica”, conforme lemos no site do Instituto. Localizado em Brumadinho, a 60 quilômetros da capital mineira, as ações de Inhotim incluem “iniciativas nas áreas de pesquisa e de educação. É um lugar de produção de conhecimento, gerado a partir do acervo artístico e botânico”.

Desde que Inhotim foi aberto para visitação, em 2005, tinha vontade de conhecê-lo, o que acabei por fazer sem muito programar, aproveitando viagem a uma cidade próxima de Belo Horizonte. A primeira impressão foi excelente. Depois da triste semana de chuvas (inéditas!) no Rio de Janeiro, cheguei num dia lindo à recepção do Instituto, quando confirmei o que imaginava: o lugar é muito bonito, e extremamente organizado. Impecável desde o estacionamento, Inhotim consiste em empreendimento inédito entre nós, e talvez no mundo, na medida em que conjuga um acervo de arte contemporânea e enorme variedade de plantas – “uma das maiores coleções botânicas do mundo”, como podemos ler no site do Instituto, “com espécies tropicais raras e uma reserva florestal que faz parte do bioma da Mata Atlântica”. Oportunidade única de ver reunidas obras que, por suas características físicas, muitas vezes grandes instalações, dificilmente se encontram em museus.

O ineditismo da iniciativa acaba reforçado, aqui entre nós, pela ausência de uma política cultural capaz de garantir, por exemplo, no caso das artes visuais, a constante renovação dos acervos de museu. Grande parte das obras de nossos maiores artistas encontra-se, aliás, em coleções particulares, às quais o público não tem acesso. Iniciativa privada sem fins lucrativos, Inhotim tem origem, de fato, em uma dessas coleções (que começa a ser formada na década de 1980, com foco em pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações criadas a partir dos anos 1960), sendo um de seus maiores méritos talvez o de viabilizar nosso acesso a um conjunto importantíssimo de obras.



Posso distinguir ali dois tipos de experiência: a das obras expostas ao ar livre, e aquelas abrigadas em salas. Destaco na primeira o silêncio vivo, fresco, bem diferente daquele reinante em muitas galerias e museus. Assim uma obra como Magic Square de Hélio Oiticica, por exemplo, parece caber à perfeição ali, à beira do lago; presença espontânea realçada naquele lindo dia de sol ...















Bem distinta é a emoção provocada pelo trabalho de Janet Cardiff (Canadá, Bruxelas), Forty Part Motet (2001), instalação sonora em 40 canais, com duração de 14’7’’. A artista grava o coro da catedral de Salisbury interpretando Spem in Alium nunquam habui, conhecida como uma das mais complexas obras polifônicas para canto coral jamais compostas. Utilizando microfones individuais, Cardiff grava cada integrante do coral, as vozes masculinas de baixo, barítono e tenor, e uma soprano infantil. E, na instalação, ela usa um alto-falante para cada voz, de modo que o espectador ouça as diferentes vozes e perceba as diferentes combinações e harmonias à medida que ele percorre a instalação. O impacto provocado pela poderosa sonoridade de vozes, capaz de sugerir, assim que adentramos a sala uma atmosfera sagrada, talvez - tão distante dos inúmeros barulhos mundanos de várias naturezas que enfrentamos no dia-a-dia, quando nos sentimos cada vez mais expostos -, se desdobra num mergulho em nosso íntimo, acentuado conforme ouvimos as vozes individuais ao percorrer os alto-falantes.



Queria muito rever a instalação “Ão” (1981), instalação, projeção de filme de 16mm, 45’, som), trabalho de Tunga, um de nossos mais importantes artistas “experimentais”, para usar termo recorrente nos anos 1970, que começa a atuar então, sendo hoje internacionalmente reconhecido. Trata-se de uma instalação onde se projeta filme (16 mm, 45’, som) realizado em uma curva do túnel Dois Irmãos, no Rio de Janeiro. Diante da tela vemo-nos numa área vazia da sala, rodeados pelos fios e todo aparato de projeção. Como se a câmera percorresse o interior do túnel sem encontrar saída e nem entrada, um loop de 45 minutos sugere estrutura circular dentro da rocha sem comunicação com o espaço externo. Acompanhado pela gravação de Frank Sinatra, que repete o acorde-título de “Night and Day”, o filme provoca ligeira sensação de vertigem.



Descobri, no entanto, que a obra, integrante do acervo do Instituto, não estava em exibição, mas sim na reserva técnica. À breve decepção seguiu-se, porém, outra descoberta, ou antes uma redescoberta, do trabalho de outro de nossos grandes artistas surgidos nos anos 1970, Cildo Meireles. Pela primeira vez vi/percorri Através (1983-1989), instalação feita com variados materiais e objetos do cotidiano. Como ocorre com grande parte da arte contemporânea, para além da experiência visual, o artista solicita todo nosso corpo para a percepção do espaço – espaço da obra que remete afinal ao espaço do mundo. O vasto repertório materiais e objetos utilizados para criar barreiras – de cortina de banheiro a grade de prisão, tela de mosquito a cerca de fazenda -, forma os obstáculos a nós ali oferecidos. Se à distância essas barreiras se mostram como planos ou camadas sobrepostas, facilmente penetradas pelo olhar, é ao acompanhá-las de perto, percorrendo o espaço da sala, encontrando, passo a passo, novos ângulos daquela situação, que descobrimos e superamos novos obstáculos, deixando-os para trás. “Com sua conformação labiríntica”, lemos na análise da obra encontrada no site do Instituto, “Através e seus obstáculos aludem às barreiras da vida e ao nosso desejo, nem sempre claro, de superá-las”.


Essa (re)descoberta me levou a repensar a obra de Tunga, meu interesse primeiro. Gostaria de compartilhar um pouco dessa reflexão com vocês em nosso próximo encontro.

Obs. Com exceção das fotografias das instalações de Cardiff e de Cildo Meireles, as imagens foram tiradas por mim - com câmera alugada no próprio Instituto Inhotim.
 


Fernanda Lopes Torres, historiadora da arte, graduada pela ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial) da UERJ, mestre e doutora em História pela PUC-Rio, pesquisadora de arte da Multirio (Empresa Municipal de Multimeios) e professora do Instituto de Artes da UERJ, escreve às quintas-feiras quinzenalmente no ContemporARTES.
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"Neo" Primeiro de Maio Alemão

Cada passeata nazista tem seu preço
Bloquear, Sabotar, Impedir 1º de maio em Berlim
30.04 Passeata contra o bar nazista zum Henker
17h estação de trem Schöneweide
Passeata revolucionária de 1º de maio
18h estação de metro Kotbusser Tor
Fique atento para outros avisos
http://www.antifa-berlin.de/
Hoje apresento um texto de Ana Valéria de Souza Celestino, historiadora que mora em Berlim, e que presenciou o movimento de neo-nazistas que antecedeu o primeiro de maio alemão. Em voga, as forças neoconservadoras da sociedade que se expressam em pontas de iceberg como essa tentativa de movimento. A sociedade civil respondeu com protestos e faixas para boicote do evento.

Agora são quase dez horas da manhã aqui em Berlim. Bem perto da minha casa, uns 15 minutos a pé, vai haver uma grande demonstração do Partido "neo" nazista.

Já há tempo ouço o trânsito de helicópteros e brigo comigo mesmo para não largar meu trabalho e ir lá ver o que acontece. Escrevo agora emocionada porque acaba de passar uma turma de umas duzentas pessoas na frente da minha janela, correndo em direção à demonstração. Na sua maioria jovens "de esquerda" vestidos de preto, mas pude ver um carrinho de bebê, e algumas pessoas mais velhas e até "velhos" também.

Parece que a polícia proibiu o acesso até lá, para não haver confronto. Assim vendo de fora, parece que o governo "não encontra" meios eficazes de reprimir ou pelo menos proibir uma manifestação deste tamanho, de um partido que propaga "parole" contra a constituição e os direitos humanos. Enquanto isto este partido é financiados por grandes empresários alemães...

Como pensei, a ponte aqui da minha esquina está fechada...

Esta manifestação está ocorrendo num país que não pode esconder do mundo sua história e presente nazi-facista. Ontem vi na TV que a "Espanha" está processando um Juiz que luta há anos contra a impunidade dos responsáveis da era Franco, muitos conservadores de direita estão no poder por lá! Na Itália na Turquia e onde mais...

Impedir a passeata nazista - sábado 1.5.
Estação de trem Bornholmer
Fascista: fora de Prenzlauer Berg
Detalhe interesante é que no cartaz, feito com antecedência ainda não se sabia onde iria ser a passeata.
Um dia antes era conhecido apenas o início, na estação de trem Bolholmer Straße, a mesma onde oficialmente, foi a "abertura" do muro.


Serão este os "cães de guarda" da Europa??? Um potencial de guerreiros prontos para defender sua pátria, sua cultura, sua identidade, expulsando estrangeiros ou pelo menos, latindo no quintal para por medo em visitas indesejáveis???

De repente me lembrei de Hindenburg em 33!

Ui! Um direita conservadora que não acha tão ruim assim os brados dos cães!

saudações de uma historiadora que, sem querer, se viu perto demais do " novo 1° de maio alemão" ...

Ana Valéria Celestino
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A BARCA CANSADA

A barca parou cansada sobre as marolas suaves e sentindo a brisa salgada do mar, suspirou aliviada... A tempestade havia cessado, e ela sobrevivera mais uma vez..O mar era como a vida, de repente, tudo mudava, os ventos modificavam os caminhos, e seu sopro nos conduzia à destinos por ele escolhidos, sem nos consultar.

Mas a barca estava cansada também de navegar por tantos mares verdes, sem ter uma companhia. O pôr-do-sol ainda a seduzia, mas desejava contemplá-lo acompanhada ao menos uma vez, para saber se enxergaria outras cores que não conhecera até então.

Sentindo uma nostalgia de um dia que nunca houvera, a barca recomeçou seu caminho, deslizando suavemente pela espuma das ondas indomáveis, que por vezes lhe eram carinhosas, em outras, inimigas, jogando-a para cima e para os lados, deixando-a sem sentido de direção, forçando-a a reunir todas suas forças, na tentativa de resgatar o controle de algo que nunca tivera.

Inesperadamente, algo lhe chamou a atenção. Sempre que navegava, apreciava outras barcas que por ela passavam, mas sem maior interesse do que observar o que os mares escondem, e às vezes revelam sem querer.

Aquela barca que via na linha do horizonte, era muito diferente de todas as barcas que ela já havia visto passar. Algo a atraia àquela barca, com uma força inexplicável. A barca bem que tentou se conter, mudar de rumo, ou simplesmente parar, mas foi tudo em vão. Como um imenso imã, foi atraída por aquela barca misteriosa e aos poucos foi aceitando que os ventos a envolvessem e a levassem naquela direção. Precisava descobrir o que lhe causara tanta inquietude.

Ao aproximar-se , percebeu que as cores da outra barca cintilavam quando tocadas pelos raios de sol naquele fim de tarde. Foi então tomada por uma imensa paz, como jamais sentira. E aos poucos, foi permitindo-se aproximar-se da outra barca, que ao percebê-la, alinhou-se de forma que ela pudesse parar bem ao seu lado.

As velas da barca batiam-se freneticamente. Ela tinha dificuldade em manter-se no mesmo lugar. Sentia como se o próprio Poseidon a empurrasse para mais perto daquela barca cintilante. Precisava desesperadamente sentir o seu calor, e assim, levada pela sua curiosidade imensa, permitiu-se aproximar...

A outra barca assustou-se, pois percebeu que ela mal podia controlar-se. Elas eram barcas muito diferentes. A primeira era uma barca leve, que navegara por muitos mares, sozinha e sem medos. A segunda era uma barca com uma âncora pesada, que lhe trazia equilíbrio, e lhe permitia tranquilamente apreciar o pôr-do-sol. Mas também a impedia de velejar rapidamente. E a velocidade da pequena barca a assustava.

Mesmo assim, as duas barcas não conseguiram afastar-se uma da outra. E depois de acalmarem-se as ondas causadas pelo ímpeto da primeira barca , a paz reinou por um momento, e elas conseguiram alinhar-se, numa perfeita sintonia.

Elas sabiam que não seria fácil velejarem juntas, lado a lado. Uma teria que acalmar-se e domar seus instintos selvagens, enquanto a outra, precisaria levantar sua âncora e seus medos ...Acreditando que o destino de suas jornadas seria o mesmo, se elas assim o desejassem .

E naquela noite, sob a luz do luar, na linha do horizonte, orientadas pelas constelações estelares, as duas barcas lentamente iniciaram uma nova viagem, por mares ora calmos, ora agitados, por terras conhecidas e estrangeiras, entre brisas suaves e ventanias enfurecidas, sob o forte calor do sol ou a fria tempestade escura...nada importando à elas, pois juntas se complementavam, e completas, sentiam-se fortes e capazes de enfrentar qualquer obstáculo.

À busca de lugar algum, pois elas já haviam encontrado seus destinos.





Simone Alves Pedersen
Escritora
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A Poeta Lucila Nogueira


 Apresentação: Lucila Nogueira
                   por Altair de Oliveira

Em homenagem à minha mãe e às mães de todos vocês, nossa coluna de poesia-como-a-vida hoje traz estes belos poemas da excelente Lucila Nogueira, carioca radicada no Recife PE, mas uma pessoa do mundo  como ela própria diz.  Enfim, uma poeta grandiosa, infelizmente pouco conhecida do grande público,  como os seu versos bem sabem confirmar.

Apresentamos a seguir um pouco da extensa biografia da poeta e, oportunamente, pretendemos convidá-la novamente à nossa coluna para falar um pouco mais de seu trabalho numa entrevista.


        POEMA DAS MÃES

        As mães são bonecas quebradas que nós esquecemos no sótão
        Um dia foram românticas e amaram desesperadas
        Respeitem o seu segredo que explode em súbitas lágrimas
        Embora pareçam escravas todas possuem uma alma
       
        Na verdade são mulheres que sonharam apaixonadas
        E um dia sem ter remorso despediram-se de casa
        Na vida e no romance são estranhas personagens
        Perdidas de seus volumes na poeira das estantes
       
        Eu sou a que ensaiou o vôo mas permaneceu na praia
        Aquela que cruzou o porto mas voltou na hora marcada
        Salvou-me a maresia do convés dos transatlânticos
        E o hábito de reger os pássaros ao chegar a madrugada
       
        Os pártos cobriram minhas asas de raízes e folhas de árvores
        E três rostos diferentes complementam minha face
        O jejum me devolveu a primeira virgindade
        E eu me tornei mártir de uma estória extraordinária
       
        As mães são apenas mulheres aspirando à divindade
        O espírito de aventura sublimado na paisagem
        Criticadas por suas filhas sobrevivem como fadas
        São as primeiras muralhas que desejamos quebradas
       
        Assim como essas bonecas que nós esquecemos no sótão



                     Poema de Lucila Nogueira, In: "Casta Maladiva".



Sobre a poeta Lucila 

Lucila Nogueira nasceu no Rio de Janeiro em 30 de março de 1950,  é poeta, professora, ensaísta, contista, crítica literária, tradutora, articuladora cultural e etc. Tem mais de vinte livros de poesia publicados: Almenara (1979); Peito Aberto(1983); Quasar (1987); A Dama de Alicante (1990); Livro do Desencanto (1991); Ainadamar (1996); Ilaiana (1997); Zinganares (1998); Imilce (1999); Amaya (2001); A Quarta Forma do Delírio (2002); Refletores (2002); Bastidores (2002); Desespero Blue (2003); Estocolmo (2004);Mar Camoniano (2005); Saudade de Inês de Castro (2005); Poesia em Medellin (2006); Poesia em Caracas (2007);  Poesia em Cuba (2007) e Casta Maladiva e Tabasco.

Seu livro de estreia, Almenara, obteve o prêmio de poesia Manuel Bandeira do Governo do Estado de Pernambuco em 1978, premiação que lhe foi novamente concedida pelo livro Quasar em 1986, ano do centenário do poeta modernista pernambucano. Ilaiana teve lançamento no Centro de Estudos Brasileiros de Barcelona, em 1998; Zinganares, na Embaixada do Brasil em Lisboa, nesse mesmo ano.

Como ensaísta, Lucila publicou Ideologia e Forma Literária em Carlos Drummond de Andrade (em 3ª edição no ano de 2002), A Lenda de Fernando Pessoa (2003) e tem no prelo O Cordão Encarnado, sua tese de doutorado sobre os livros “O Cão sem Plumas” e “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto. É professora da pós graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Pernambuco, onde vem ensinando disciplinas como Teoria da Poesia, Ideologia e Literatura, Literaturas de Expressão Portuguesa do século XX e Literatura Hispano-americana; na graduação ensina Literatura Portuguesa (Cadeira do seu Concurso Público), Literatura Brasileira, Teoria da Literatura e Língua Portuguesa (Português Instrumental).

Entre várias outras atividades da poeta, podemos ainda destacar:  integrantes de várias bancas de pós-graduação e concursos públicos em vários estados; participante das comissões artística e julgadora dos prêmios Portugal Telecom e do Prêmio Binacional Brasil-Argentina em 2005; editora da revista de lusofonia "Encontro";  diretora  do Seminário de Estudos Literários Contemporâneos e chefia do departamento de letras na UFPE; organiza eventos culturais, destacando-se o II e III Seminário Internacional de Lusografias, realizados respectivamente na Universidade Federal de Pernambuco e na de Évora em 1999 e 2000; organizadora juntamente com o escritor Floriano Martins uma série de antologias de poesia hispano-americana; participante de vários encontros literários na Ámerica Latina (Colombia, México, Cuba e Nicarágua)  e em Portugal, Espanha e França; integrante da Academia Pernambucana de Letras desde 1992 e sócia correspondente da Academia Brasileira de Filologia, sediada ro Rio de Janeiro, etc.



A poeta LUC, por ela mesma.


BIOPOEMA

a minha bisavó Ana Rita de Albuquerque Mello/era filha de senhor de engenho em Pernambuco/fugiu adolescente no dia de seu matrimônio/para casar com o advogado português José Seabra/tabelião da cidade de Paudalho/onde fundou banda municipal há pouco centenária/a minha avó Lucilla esperou muitos anos/que meu avô Alberto Nogueira tivesse condições econômicas/para se casar e ter os sete filhos entre eles minha mãe Lygia/professora e estudante do primeiro curso de pós graduação em educação física no Rio de Janeiro/onde conheceu o meu pai português da Régua Alberto Mattos Rodrigues/que imigrara para a casa da tia Arminda Garcia casada e sem filhos/a qual nos anos 20 do século XX/viera à então capital do brasil onde estabelecera uma drogaria/e o meu nome ficou sendo Lucila Nogueira Rodrigues/com os olhos verdes do meu avô ourives José Rodrigues/e o riso claro da minha avó Lucilla de Mello Seabra/criada entre o regionalismo nordestino/e o cosmopolitismo carioca/a que chamavam "russinha" na maternidade da Piedade/que morou entre Botafogo/rua do lima/Olinda/e em um colégio recifense de freiras italianas/aprendeu a ter disciplina e fascínio pelas artes/a que por intermédio da sua vidência onírica/descobriu as paisagens do alto-douro/minho/Galiza/a meio-irmã Heleni jornalista e advogada/a doença de seu pai seguida de morte/reencontrando o nome galego Susabila/em sua tão dolorosa certidão de óbito/a que foi criada alheia dentro de uma vidraça/ignorando tanta coisa sobre sua origem/mas que a poesia sustentou na tempestade/porque dizem que o poema é quase sempre/a sobrevivência desesperada de uma falta



Outros Poemas


Canto II

El garrobo es el macho de las iguanas
e assim eu vi em seu resplendor ao sol 
pântanos mexicanos 
os pássaros em torno
o mundo original
paz da água
paisagem não tocada pelo homem
cardumes voadores
o garrobo parado e fantástico junto à iguana
saindo de um conto de Borges num tempo primordial
garrobo mais belo que sua fêmea
se arrastando verde na madeira
não se sabe com que finalidade
garrobo altivo e surreal
como os bichos de Cortázar
garrobo pré-colombiano
sustentando fogo no olhar e nos degraus



Lucila Nogueira, In: "Tabasco"

 ***
Falarão meus poemas pelas ruas

Falarão meus poemas pelas ruas

(2) de cor como receita de viver
(3) e aqueles que sorriam pelas costas
(4) recitarão meus versos sem os ler
(5) Falarão meus poemas pelas ruas
(6) de cor como receita de viver
(7) dirão que fui um mar misterioso
(8) onde quem navegou não esqueceu
(9) Falarão meus poemas pelas ruas
(10) de cor como receita de viver
(11) dirão que era poesia e não loucura
(12) meu jeito de sonhar todos vocês
(13) Falarão meus poemas pelas ruas
(14) de cor como receita de viver
(15) perguntarão por que vivi tão pouco
(16) sem dar-lhes tempo de me perceber
(17) - e aqueles que sorriam pelas costas
(18) recitarão meus versos sem os ler

(1) Eu sou a não nascida que não morre
(2) sonhando sonhos sobrenaturais
(3) daimon sobrevivente nos relógios
(4) da quarta dimensão querendo paz
(5) consciência alterada do invisível
(6) cumprindo o seu papel premonitório
(7) a revelar os mundos esquecidos
(8) de um texto concebido em hipnose
(9) trago o poder perdido nas pirâmides
(10) do México e do Egito e nos degraus
(11) de cada zigurate eu entro em transe
(12) para curar doentes terminais
(13) eu sou a mais antiga e a mais moderna
(14) narração de teu rumo sobre a terra
(15) recital visionário de crateras
(16) revelação que arrasta o que revela
(17) - eu sou a não nascida que não morre
(18) sonhando sonhos sobrenaturais

1) Esta palavra beira o precipício
(2) mas ninguém solta o livro sobre o altar
(3) benedicte malkpeblis benedicte
(4) e o poema é a senha para entrar
(5) esta palavra beira o sacrifício
(6) mas dá disposição para voar
(7) uso divinatório de um zodíaco
(8) e o poema é a senha para entrar
(9) estas ervas secretas tem feitiço
(10) vida e morte nos fazem delirar
(11) benedicte malkpeblis benedicte
(12) e o poema é a senha para entrar
(13) narcótico da lenda do destino
(14) é o magma dos místicos do mar
(15) esta palavra beira o hipnotismo
(16) e o poema é a senha para entrar
(17) - benedicte malkpeblis benedicte

e o poema é a senha para entrar



Lucila Nogueira, In: "Zinganares".


 ***

E se inda houver amor

E se inda houver amor eu me apresento, 
E me entrego ao princípio do oceano,
E se me atinge a onda, úmida eu tremo
esquecida de insones desenganos.

E se inda houver amor eu me arrebento
feliz, atravessada de esperança
e mesmo lacerada inda assim tento
quebrar com meu amor todas as lanças.

E se inda houver amor terei alento
para aguentar o inútil destes anos.
E não me matarei, sonhando o tempo
em que me afogarei no seu encanto

E se inda houver amor, ah, me consente
ser pasto de tua chama, astro medonho.
e se inda houver amor, eu simplesmente
apago esta ferida do meu sono.



Lucila Nogueira, poema copiado do Blog do Noblat do  jornal Globo Online.



Para comprar os livros de Lucila Nogueira, buscar no site: http://www.estantevirtual.com.br

Para ler mais sobre Lucinda:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lucila_Nogueira
http://www.interpoetica.com/estetica_do_desejo.htm




Ilustrações: 1- trabalho da artista plástica gaúcha Marli Sassi; foto da poeta Lucinda Nogueira aos 6 anos, vestida para a primeira comunhão; foto da poeta mais tarde; capa de "Tabasco", o livro mais recente da poeta.

Altair de Oliveira (poesia.comentada@gmail.com), poeta, escreve às segundas-feiras no ContemporARTES. Contará com a colaboração de Marilda Confortin (Sul),  Rodolpho Saraiva (RJ / Leste) e Patrícia Amaral (SP/Centro Sul).
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Mais dicas!


A coluna Drops Cultural de hoje já inicia com um grande evento que está sendo realizado pela primeira vez na cidade de Guarulhos, o Salão do Livro.

O I Salão do Livros de Guarulhos estará sendo realizado entre os dias 7 e 16 de maio, das 10 às 22 horas, no Parque Transguarulhense, no Continental. O evento é uma iniciativa das secretarias de Educação, Cultura e Comunicação, em parceria com a Associação Nacional de Livrarias – ANL.
Em uma tenda climatizada de 5 mil m² serão expostos cerca de 80 mil títulos literários dos principais autores brasileiros. O evento também contará com a presença de autores como: Ariano Suassuana, Ignácio de Loyola Brandão, Carlos Heitor Cony e Pasquale Cipro Neto. A entrada é gratuita.
Mais informações : http://www.guarulhos.sp.gov.br/salaodolivro/


Para os mineiros, ou mesmo aquelas pessoas que não são, mas estão dispostas a viajar um pouquinho e curtir um evento audiovisual, estão abertas as incrições para oficinas de cinema da 5ª edição do CineOPMostra de Cinema de Ouro Preto. Estarão abertas até o dia 21 de maio as inscrições online para os interessados em participar gratuitamente de oficinas de cinema. São 8 oficinas com 230 vagas, a serem ministradas durante a realização do evento, de 17 a 22 de junho, na cidade de Ouro Preto (MG).
Mais informações: http://www.universoproducao.com.br/site/oficinas_lista.php



Ana Paula Nunes é jornalista, coordenadora de Comunicação da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades e escreve aos domingos na ContemporARTES.
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