Da Metamorfose à Metamorfossa


Hoje falarei um pouco de A Metamorfose, de Franz Kafka:

Para ler Kafka são necessários alguns cuidados especiais: contar com uma certa atenção à maneira com que toda obra se constrói, principalmente seus períodos; estar sempre consciente de que toda a sua criação literária foi feita com o intuito de não parecer bonita, de ser, principalmente, uma obra baseada na dor; e ficar atento a todos os detalhes do texto, pois em Kafka, até as imperfeições são propositais.

Sua obra está marcada por uma ruptura interior alimentada pela sua confusa identidade: um judeu tcheco que escrevia em alemão. Ao longo de toda a sua obra, Kafka entrega-se à exploração do seu universo interior.


Uma de suas obras em especial, com a primeira edição datada em 1915, reproduz a sensação do homem moderno que virou o inseto insignificante das grandes cidades. Como quase todas as suas obras, A Metamorfose é alicerçada no realismo, mas tem uma inclinação à metafísica e nela há uma síntese entre uma racional lucidez e um forte sabor irônico.

É interessante perceber que mesmo quase um século depois de ser publicada, tal obra trata de questões que ainda são muito presentes e exerce sua influência. Um bom exemplo disso é uma música da banda brasiliense Móveis Coloniais de Acajú. A música de que falo faz referência tanto a esse livro de Kafka como ao poema "José", de Drummond. Ressignifica ambos em uma evidente critica a atual política brasileira, na forma de uma melodia alegre e divertida:

E agora, Gregório?
de Leonardo Bursztyn


Quando acordou, Gregório Samsoniti
Tinha se tornado um horrível sanduíche
De frango compactado
De frango com aliche

Nem em seus mais terríveis pesadelos
Tinha picles no lugar dos cotovelos
E justo ele
Que tinha um futuro promissor
Como herdeiro de uma gigante do setor
De bolsas, malas e maletas

E agora, Gregório?
Não vou poder comparecer a seu velório
Não vou poder comparecer
E agora, Gregório
Não vou poder comparecer a seu velório
Não vou poder comparecer
Que final mais inglório
Numa lixeira de praça
Uma lixeira de praça
Praça de alimentação
Praça de alimentação

O caso de Gregório não foi isolado
Era sanduba de bacana pra todo lado
Se é bom pra você
Imagine pra mim
Ver o seu deputado devorado
Com alface e gergelim

Quem era foda
Se food
Quem era foda
Se food
Acabou-se a mamata

Seu Nestor
Celebrando
O fim da mamata
Seu Nestor e os incríveis previdenciários
Celebrando
O fim da mamata

Para conhecer mais do trabalho artístico dos autores dessa "Metamorfossa" (como eles mesmos denominam), acessem o site oficial da banda. Nele é possível ouvir gratuitamente todas as músicas da banda. Os que já conhecem confirmarão quando digo que são de ótima qualidade.

Enfim, humildemente espero que tenham apreciado o que escrevi e voltem a me ler mais vezes. Até! =]

Vinícius "Elfo" Rennó é graduando em Letras pela UFV. Gosta de cozer bem o que escreve. Basicamente, trata-se de um leitor glutão, amante de cinema e viciado em música. Já trabalhou com layout, diagramação e revisão de texto de sites e jornais. Atualmente é membro do corpo editorial da Contemporâneos – Revista de Artes e Humanidades e, juntamente com a Prof. Dr. Ana Maria Dietrich, coordena a ContemporARTES – Revista de difusão cultural.
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“A vingança é um prato que se come frio”….. Quentin Tarantino e suas personagens furiosas...


 


Mulheres fortes vivem violência, ação e vingança em Kill Bill e em À Prova de Morte.




Quentin Tarantino possui uma Árvore Genealógica tão diversa que poderia até superar Chico Buarque de Holanda no quesito diversidade cultural dos ancestrais, confiram na letra música de Chico: “... o meu pai era paulista, minha mãe pernambucana o meu bisavô mineiro, meu tataravô baiano. O pai de Tarantino é de ascendência italiana, sua mãe descendente de irlandeses e índios cherokess e ele, o próprio Quentin, nascido no Tennessee. Ao que tudo indica esta mistura tem muito a ver com seu estilo de escrever, atuar e dirigir seus filmes, os quais possuem referências óbvias de filmes antigos e/ou clássicos japoneses, chineses, western spaghetti, nouvelle vague francesa, das personagens dos quadrinhos e da cultura pop. Por essa razão já foi taxado por alguns como plagiador, porém esse mix referencial está longe de ser somente uma cópia, ele consegue se destacar pela criação de um estilo único e criativo oriundo de seu interesse por vários gêneros artísticos e por ser um cinéfilo declarado. Seu estilo reúne formulas já utilizadas por outros cineastas; a não-linearidade, foco na violência, roteiros em capítulos,  diálogos afiados e verborrágicos e grafismos dos HQs, no entanto o seu diferencial surge da capacidade em juntar esses elementos de forma coesa e surpreendente.


Tenho pelo menos três bons motivos para falar de Tarantino na coluna AS HORAS desta semana; o primeiro, incentivar vocês leitores da Contemporartes à assistirem o filme À Prova de Morte, 2007, o sexto longa do diretor protagonizado por Kurt Russell, estreou no Brasil na segunda quinzena de julho com atraso de três anos em relação aos Estados Unidos. Na estréia do filme nos USA,  ele foi exibido juntamente com Planeta Terror e com o trailler fake de Machete, ambos de Robert Rodriguez, os dois filmes mais o trailler totalizavam 191 minutos.



A idéia era fazer como nas salas antigas de cinema americandos, as Grindhouses onde eram exibidos filmes B americanos, um após o outro na mesma sessão e geralmente do mesmo gênero, ou seja,  casados. Os filmes de Tarantino e Robert Rodriguez formam pensados para serem exibidos na dobradinha, por este motivo essa seqüência foi denominada Grindhouse. Parece que nem mesmo os americanos que inventaram  essas salas possuem paciência para ficarem tanto tempo sentados à frente de uma tela, os tempos mudaram... e a idéia de Tarantino e Roberto Rodriguez não obteve êxito,  os filmes foram separados para melhorar a audiência e para serem exibidos em outros países.

O segundo motivo é incentivar os assíduos leitores da Revista Contemporartes a assitirem ou reverem Kill Bill, intrigante filme composto de dez capítulos colocados de forma não cronológica que conta história de Beatrix Kiddo e de sua vingança. 


E o terceiro, observar como Tarantino constrói algumas de suas personagens femininas: fortes, determinadas, inteligentes, sagazes e extremamente cruéis, fazendo-nos lembrar de Almodóvar em Volver, 2006, claro que Almodóvar é bem mais sutil que Tarantino. Vamos entender como foi construido Kill Bill.
Kill Bill, foi concebido em um único filme porém exibido em duas partes, (Kill Bill: Volume 1,  no outono de 2003 e Kill Bill: Volume 2, na primavera de 2004), devido à sua duração de aproximadamente quatro horas. Filmado no Estados Unidos, México, China e Japão, o filme conta a história de Beatrix Kiddo, ótima atuação de Uma Thurman que também fez parte da construção do roteiro, contra o Esquadrão Assassino de Víboras Mortais. As influências de Tarantino, já citadas anteriormente, aqui atingem toda sua plenitude ao fazer referências e/ou homenagear  filmes antigos de Kung fu, filmes japoneses de samurai, western spaghetti, trash, anime, cultura pop e ainda o do estilo  blaxploitation (esse termo é a fusão de duas palavras; black e exploitation, criado na cinematografia norte-americana da década de 1970  para denominar filmes que usavam black e soul como trilha sonora).  As referências dos filmes de Kung fu vem do wuxia, (wu/artes marciais e xia/cavaleiro errante), histórias clássicas em que o herói supera suas habilidades por meio de concentração, repressão de seus sentimentos e muito estudo para transcenderem tudo e alcançarem a honra, a lealdade e a justiça. Já nas primeiras cenas do filme, a violência é escancarada e deliberada, iniciando com um provérbio Klingon (raça alienígena fictícia criada para a série Star Trek), que diz: Revenge is a dish best served cold, mais ou menos como "A vingança é um prato que se come frio". Depois ouvimos uma respiração profunda e aparece Beatrix Kiddo ensagentada caida no chão,  pode-se ouvir os passos de Bill se aproximando. Bill diz a ela que com seu ato provará que não é sádico e sim masoquista,  enquanto ela fala que espera um filho dele, ele dá um tiro certeiro na cabeça de Beatrix.


O que chama mais a atenção no filme Kill Bill, é a frieza e determinação com que a personagens principal, Beatrix Kiddo, demonstra ao matar todos que compõem uma lista feita por ela mesma, seria uma espécie de  acerto de contas com as pessoas que a fizeram sofrer. O primeiro volume do filme é composto de 5 capítulos, alguns mostram cenas de Beatrix, outros são como um Story line ou argumento das personagens que estão na lista de morte.
Kill Bill, é composto de dez capítulos, cinco por volume, eles não estão em ordem cronológica, portanto aqui vai uma dica para relacionar a ordem do filme com a cronológica:



Já em À Prova de Morte, Tarantino faz referências aos filme B, trashs americanos e subverte o próprio gênero mesclando-o a novos conceitos. O filme é tosco de propósito  e o título “ A prova de Morte”, vem dos nomes dados aos carros dos dubles que são feitos a prova de morte para o piloto, garantia que não se estende ao passageiro, óbvio. Mike (Kurt Russell), é um psicótico dublê veterano que usa seu carro, um juggernaut branco, para seduzir e posteriormente praticar violência gratuita contra as mulheres, as cenas são de extremo terror, um verdadeiro massacre como se vê em Kill Bill. Noutras cenas, quatorze anos depois, ele ataca novamente só que agora em um Dodge Charger 1969 e com outras vítimas também mulheres. É interessante que muitas pessoas que assistem esse filme estão a espera de uma história complexa, com diálogos difíceis, como Tarantino fez em Cães de Aluguel, isso não acontece em  À Prova de Morte,  mas o filme expõe novamente a questão da violência   sofrida contra as mulheres e continua falando de superação e vingança.  Vale muito a pena, para quem gosta de Tarantino, ver esse filme, como diz Peter Greenaway, o cinema é uma arte, precisa ser livre da monotonia do realismo, os cineastas precisam acreditar na linguagem cinematográfica;  luzes, cores, câmeras, edição, sons, músicas, essa liberdade faz com que o diretor, o roteirista e toda a equipe de filmagem possam avançar e criarem histórias fictícias  saindo do lugar comum, como fez Tarantino com suas musas maléficas e cruéis, enfim, já se esqueceram de Alfred Hitchcock e suas histórias escabrosas?
  

Assistam Kill Bill e À Prova de Morte e confiram as mulheres de Tarantino.
Bons filmes! :D

Kátia Peixoto é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Mestre em Cinema pela ECA - USP onde realizou pesquisas em cinema italiano principalmente em Federico Fellini nas manifestações teatrais, clowns e mambembe de alguns de seus filmes. Fotógrafa por 6 anos do Jornal Argumento. Formada em piano e dança pelo Conservatório musical Villa Lobos. Atualmente leciona no Curso Superior de de Música da FAC-FITO e na UNIP nos Cursos de Comunicação e é integrante do grupo Adriana Rodrigues de Dança Flamenca sob a direção de Antônio Benega.



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Chamada de artigos edição número 7 - Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades




A Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades (ISSN 1982-3231), qualificada pela CAPES e indexada pela Sumarios.org, comunica que está aberta a chamada de artigos para a sétima edição cujo dossiê tem como tema DILEMAS DA CONTEMPORANEIDADE - RISCOS E PERIGOS DA VIDA CONTEMPORÂNEA. Estaremos recebendo artigos, ensaios, entrevistas e resenhas até o dia 15.8.2010 pelo email revistacontemporaneos@gmail.com. Vejam abaixo as normas editoriais.

Informamos ainda que será lançada às 19h no próximo dia 27 a edição nr. 6 da Contemporâneos cuja temática é DIÁLOGOS ENTRE HISTÓRIA E LITERATURA. O lançamento vai ocorrer na Universidade Católica de Salvador e está  inserido nas atividades do Simpósio Estadual da Associação Nacional de História -BA. Nesse mesmo dia e local será lançada a 15a. edição da Contemporartes - Revista de Difusão Cultural (ISSN 2107-4404). Essa revista, feita pelo mesmo grupo, também aceita colaborações de opiniões e crônicas nas seguintes áreas: Literatura, Fotografia, Cinema, Artes Cênicas, Artes Plásticas, Música e Humanidades.



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Em tempo:

SEMINÁRIO VOZES DA GLOBALIZAÇÃO
MÓDULO II  - Identidades e Gênero
Palestra do próximo sábado, dia 24, às 10h30 às 12h30.

Gênero, música eletrônica/eletroacústica e ciberpoética.
Com Profa. Dra. Andrea Paula dos Santos (UFABC)

Local: Casa da Palavra - Praça do Carmo, 171, Santo André - SP.

Ana Maria Dietrich, historiadora e docente da UFABC, é editora-chefe da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades e coordenadora da Contemporartes - revista de difusão cultural junto a Vinicius Rennó. revistacontemporaneos@gmail.com



Realização: Casa da Palavra - Escola Livre de Literatura


Prefeitura Municipal de Santo André

Apoio: Associação Cultural Morro do Querosene

Ana Maria Dietrich é professora adjunta da UFABC e coordenadora da Contemporartes.
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O Modernismo Brasileiro: Tarsila do Amaral



Queridos leitores, na última matéria que escrevi, me propus a expor alguns aspectos e alguns autores do Modernismo brasileiro. Ao pensar acerca do que eu exporia nesta semana, procurei uma referência feminina que tenha participado ativamente do movimento modernista no Brasil . Uma personagem importantíssima na renovação estética que este movimento iniciou em nossa terra e que é uma das mais importantes pintoras brasileiras é Tarsila do Amaral.

Confesso que não sou um profundo conhecedor das Artes Plásticas, entretanto, os quadros de Tarsila sempre me chamaram atenção por algumas características como a utilização de cores fortes, marcantes, a representação de cenas do cotidiano brasileiro. Após o contato com pinturas desta artista, procurei entender um pouco sobre estas características e a importância de sua obra.

Para quem deseja entender a obra desta mulher modernista é indispensável saber que ela foi uma participante ativa da renovação artística no Brasil, relacionada ao Modernismo. Formou junto com Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti e Menotti Del Picchia o chamado Grupo dos Cinco, que dentre outras coisas, foi participante ativo na Semana de Arte moderna de 1922.

A pintura de Tarsila é marcada, principalmente, por três fases, a chamada Pau-Brasil, a Antropofágica e uma terceira fase de maior cunho social. A primeira delas se iniciou em meio a uma viagem de redescoberta do Brasil. Esta fase é dotada de cores e temas tropicais, na qual são retratadas a fauna, a flora brasileiras, além de máquinas, trilhos, elementos relacionados à modernidade. A segunda fase, Antropofágica, se iniciou após a pintura do quadro Abaporu (cujo nome em indígena significa “homem que come carne humana”). Esta obra originou o Movimento Antropofágico, que propunha a digestão de influências estrangeiras, com absorção das qualidades de tais influências, para desta forma surgir uma arte verdadeiramente brasileira.

A terceira fase desta artista teve início após o retorno dela de uma viagem feita à ex-URSS, em 1933, quando ela pintou o quadro "Operários". Neste momento, Tarsila iniciou a pintura de temas sociais observados no Brasil.

Um dentre os quadros desta pintora que muito me chama atenção é “O Mamoeiro”, pintado em 1925 e relacionado à primeira fase de Tarsila do Amaral.
Esta obra exalta a beleza natural brasileira, com a valorização dos homens que vivem neste país, como os caboclos e negros, e representação da tranquilidade das pequenas cidades. “O Mamoeiro” possui cores fortes e vibrantes e representa uma pequena cidadezinha na qual os moradores vivem em harmonia com a natureza. Há a presença de poucas e pequenas casas, de plantas, morros, rios, além de algo que me chamou atenção, que é a representação de roupas a secar em um varal, o que contribui para o aspecto simples do interior do país. A simplicidade ainda é apresentada por uma mulher a caminhar pela cidadezinha de mãos dadas com duas crianças e outra mulher na porta de casa.

Há ainda outra tela da artista, da qual gosto muito, chamada “Carnaval em Madureira", pintada em 1924.
Nesta pintura nos deparamos com muitas cores, o que reflete o carnaval e a alegria brasileiros, além da miscigenação das raças, com a presença de caboclos e negros. Há também, nesta tela, uma representação do carnaval de rua do Brasil, no qual crianças, animais, adultos, portanto, o povo, se junta nas ruas para se divertir.

Vale ressaltar que Tarsila do Amaral buscou sempre renovar e contribuir para a mudança do rumo das asrtes no Brasil, juntamente com o grupo modernista. Mesmo dentro e junto a este grupo, ela sempre foi precursora, fato que a levou a ser considerada uma das artistas de alta relevância no âmbito artístico brasileiro.

A dica que deixo para os interessados na pintura de Tarsila é que acessem um site especializado, no qual poderão encontrar mais informações acerca da vida e obra desta grande pintora. É só clicar aqui e usufruir das informações contidas neste endereço.













Rodrigo C. M. Machado é Graduando em Letras pela Universidade Federal de Viçosa e, neste momento, pesquisa a representação dos corpos na poesia de António Botto.
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Um pouco sobre Manoel de Barros.


Poesia de Viver e de Brincar.
por Altair de Oliveira


Para o deleite de nossos leitores, trouxemos hoje à nossa coluna uma pequena mostra da poesia do matogrossense Manoel de Barros, que há quase um século tem se dedicado a manejar palavras para compor uma obra poética inovadora. Esta, dia a dia tem conquistado e encantado leitores de poesia, uma espécie rara de clientela, nesses tempos de globatização em nosso país.

Manoel Wenceslau Leite de Barros, nasceu em 1916, em Cuiabá MT, filho de fazendeiros criadores de gado, ainda garoto o poeta mudou-se para Corumbá (hoje no Mato Grosso do Sul) e posteriormente, por influência do irmão mais velho (que viu nele "o dão da poesia") com 8 anos fora enviado à Campo Grande e depois ao Rio de Janeiro para estudar, onde formou-se advogado em 1949. No Rio, o jovem manoel teria feito amigos esquerdistas, lido Marx e ingressado "Juventude Comunista". Isto o teria o inspirado a escrever "Viva o Comunismo" em uma estátua, o que motivou a polícia a ir procurá-lo na pensão onde residia e só não foi preso porque a dona da pensão teria intervido, alegando que ele era um bom menino, que tinha até escrito um livro chamado "Nossa Senhora da Minha Escuridão". A polícia então apreendeu a única cópia de seu primeiro livro e liberou o subversivo autor. Anos depois, devido a um discurso de Júlio Prestes no Largo do Machado no Rio de Janeiro, em apoio ao ditador Getúlio Vargas (que teria entregado Olga Benário aos nazistas), o poeta abandonaria de vez o comunismo.

Formado, o poeta foi viver uns tempos na Bolívia e no Peru e depois seguiu para Nova York, onde estudou cinema e pintura. Mais tarde estabeleceu-se no Rio, onde conheceu e casou-se com a mineira Stella e tiveram 3 filhos. Nos anos 60 Manoel de Barros retornou ao Mato Grosso do Sul e passou cerca de 10 anos no Pantanal, para abriu a fazenda que havia herdado, o que garantiria-lhe o sustendo da família e o tão sonhado "ócio criativo". A partir daí ele pode estabelecer-se em Campo Grande-MS e dedicar-se à poesia, deixando a administração dos negócios por conta dos filhos.

Inicialmente impressionado por Arthur Rimbaud e padre Antônio Vieira, Manoel de Barros, que desde os 13 anos estava envolvido por encantamentos e tentativas poéticas, escreveu seu primeiro poema aos 19 anos e publicou seu primeiro livro no Rio em 1937 "Poemas concebidos sem pecado", numa edição atesanal de 21 exemplares, distribuídos aos amigos. Desde então, o poeta militou na poesia, e publicou regularmente (Face Imóvel - 1942; Poesias - 1956; Compêndio para uso dos Pássaros - 1960; Gramática Expositiva do Chão - 1966; Matéria de Poesia - 1974; Arranjos para um Assobio - 1982; Livro de pré-coisas - 1985; O Guardador de Águas - 1989). Durante este período de praticamente 50 anos o tímido poeta era pouco conhecido e passou mais ou menos ileso sobre os movimentos literários que aconteceram no Brasil até se tornar, na década de 80, em um dos peincipais poetas do país. Nos anos 80 o grande poeta Drummond de Andrade teria dito que o maior poeta brasileiro vivo se chamava na verdade "Manoel de Barros", vários depoimentos de amigos revelavam o valor do poeta que ele era, surgiu o filme "Caramujo-Flor" de Joel Pizzini celebrando à sua obra, seu livros passaram a ser publicados e divulgados pelas grandes editoras e sua obra passou a ser estudada e festejada nas universidades de letras.




Depoimentos sobre o poeta:

"Na humildade diante das coisas. (...) Sob a aparência surrealista, a poesia de Manoel de Barros é de uma enorme racionalidade. Suas visões, on ricas num primeiro instante, logo se revelam muito reais, sem fugir a um substrato ético muito profundo. Tenho por sua obra a mais alta admiraçã e muito amor." - Antônio Houaiss, filólogo.

"A poesia de Manoel de Barros tem a força de um estampido em surdina. Carrega a alegria do choro.", João Antônio, escritor.

"Rica e inaugural, o apogeu do chão!" - Millor Fernandes, poeta, sobre a obra de Manoel de Barros.


"Desde Guimarães Rosa a nossa língua não se submete a tamanha instabilidade semântica" - Geraldo Carneiro, poeta, sobre Manoel de Barros.


Frases do Poeta:


"As três coisas mais importantes para mim são duas: o amor e a poesia.", MB, em entrevista à Cláudia Timarco.

"Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria.", In: "De noite o silêncio estica os lírios"

"A mim me parece que é mais do que nunca necessária a poesia. Para lembrar aos homens o valor das coisas desimportantes, das coisas gratuitas. [...] Há que se ter umas coisas gratuitas para alimentar os loucos de água e estandarte." em entrevista a José Otávio Gizzo.


"Minha poesia é feita de palavras, não de paisagens. Ela é também impregnada da água e do solo da minha infância.. A poesia é a infância da linguagem.", em alusão ao Pantanal, da matéria "Manoel de Barros, o poeta que veio do chão", do "O Estado de São Paulo".



Obras:


1937 - Poemas concebidos sem pecado
1942 - Face imóvel;
1956 - Poesias
1960 - Compêndio para uso dos pássaros
1966 - Gramática expositiva do chão
1974 - Matéria de poesia
1982 - Arranjos para assobio
1985 - Livro de pré -coisas
1989 - O guardador das águas
1990 - Poesia quase toda
1991 - Concerto a céu aberto para solos de aves
1993 - O livro das ignorãças
1996 - Livro sobre nada
1998 - Retrato do artista quando coisa
1999 - Exercícios de ser criança
2000 - Ensaios fotográficos
2001 - O fazedor de amanhecer (infantil)
2001 - Poeminhas pescados numa fala de João
2001 - Tratado geral das grandezas do ínfimo
2003 - Memórias inventadas (A infância)
2003 - Cantigas para um passarinho à toa
2004 - Poemas rupestres
2005 - Memórias inventadas II (A segunda infância)
2007 - Memórias inventadas III (A terceira infância)


Prêmios recebidos pelo poeta:


1960 Prêmio Orlando Dantas - Diário de Notícias, com o livro "Compêndio para uso dos pássaros"
1966 Prêmio Nacional de poesias, com o livro "Gramática expositiva do chão"
1969 - Prêmio da Funda o Cultural do Distrito Federal, com o livro "Gramática expositiva do chão"
1989 Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria Poesia, como o livro "O guardador de águas"
1990 Prêmio Jacaré de Prata da Secretaria de Cultura de Mato Grosso do Sul como melhor escritor do ano
1996 Prêmio Alfonso Guimarães da Biblioteca Nacional, com o livro "Livro das ignorãças"
1997 Prêmio Nestlé de Poesia, com o livro "Livro sobre nada"
1998 Prêmio Nacional de Literatura do Ministério da Cultura, pelo conjunto da obra
2000 Prêmio Odilo Costa Filho - Fundação do Livro Infanto Juvenil, com o livro "Exercício de ser criança"
2000 Prêmio Academia Brasileira de Letras, com o livro "Exercício de ser criança"
2002 Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria livro de ficão, com "O fazedor de amanhecer"
2005 Prêmio APCA 2004 de melhor poesia, com o livro "Poemas rupestres" 06 Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira, com o livro "Poemas rupestres"


***


Poemas deManoel de Barros



Poema da Lesma

se no tranco do vento a lesma treme
o que sou de parede a mesma prega
se no fundo da concha a lesma freme
aos refolhos da carne ela se agrega
se nas abas da noite a lesma treva
no que em mim jaz de escuro ela se trava
se no meio da náusea a lesma gosma
no que sofro de musgo a cuja lasma
se no vinco da folha a lesma escuma
nas calçadas do poema a vaca empluma!


Manoel de Barros, In: Gramática Expositiva do Chão.

***

As lições de R. Q.

Aprendi com Rômulo Quiroga (um pintor boliviano):
A expressão reta não sonha.
Não use o traço acostumado.
A força de um artista vem de suas derrotas.
Só a alma atormentada pode trazer para a voz um
formato de pássaro.

Arte não tem pensa:
O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo.
Isto seja:
Deus deu a forma. Os artistas desformam.
É preciso desformar o mundo:
Tirar da natureza as naturalidades.
Fazer cavalo verde, por exemplo.
Fazer noiva camponesa voar – como em Chagall.

Tirar da natureza as naturalidades.
Fazer cavalo verde, por exemplo [...]
Agora é só puxar o alarme do silêncio que eu saio por
Aí a desformar.
Até já imaginei mulher de 7 peitos para fazer vaginação comigo.


Manoel de Barros, In: Livro Sobre Nada.


SABIÁ COM TREVAS


IX

O poema é antes de tudo um inutensílio.

Hora de iniciar algum
convém se vestir roupa de trapo.

Há quem se jogue debaixo de carro
nos primeiros instantes.

Faz bem uma janela aberta
uma veia aberta.

Pra mim é uma coisa que serve de nada o poema
enquanto vida houver.

Ninguém é pai de um poema sem morrer.


Manoel de Barros, In: Arranjos para um Assobio.

***

O CATADOR


Um homem catava pregos no chão.
Sempre os encontrava deitados de comprido,
ou de lado,
ou de joelhos no chão.
Nunca de ponta.
Assim eles não furam mais - o homem pensava.
Eles não exercem mais a função de pregar.
São patrimônios inúteis da humanidade.
Ganharam o privilégio do abandono.
O homem passava o dia inteiro nessa função de catar
pregos enferrujados.
Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.
Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.
Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser.
Garante a soberania de Ser mais do que Ter.


Manoel de Barros, In: Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo.

***

Filmes:

- Caramujo-Flor (1988), de Joel Pizzini, com Ney Matogrosso, Araci Balabanian, Rubem Corrêa, Tetê Espindola, Almir Sater; Sinpse: O itinerário da poesia de Manoel de Barros, através de uma colagem de fragmentos sonoros e visuais.
- Só dez por cento é mentira (2007), documentário de Pedro Cezar, sobre a vida do poeta. Veja site oficial: http://www.sodez.com.br/



Ilustrações: 1- foto do poeta Manoel de Barros; 2- foto do pantanal matogrossense ; 3- Desenho do poeta M. de Barros; 4- Capa do livro "Guardador de Àguas".



Altair de Oliveira (poesia.comentada@gmail.com), poeta, escreve às segundas-feiras no ContemporARTES. Contará com a colaboração de Marilda Confortin (Sul), Rodolpho Saraiva (RJ / Leste) e Patrícia Amaral (SP/Centro Sul).
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Mais programação de férias!



 A coluna Drops preparou mais algumas dicas para vocês continuarem as férias gastando pouco!

A Cinemateca Brasileira promove, entre os dias 06 e 15 de agosto, a IV Jornada Brasileira de Cinema Silencioso, evento dedicado ao cinema mundial produzido entre o final do século XIX até aproximadamente 1930, quando a chegada do som modificou os rumos da arte cinematográfica.

 Nesta edição, o foco é o cinema silencioso da Suécia e as obras selecionadas são resultado de restaurações da Cinemateca Sueca. Ao todo serão exibidos 35 títulos, divididos em seis programas, incluindo a seção permanente dedicada às Giornate del Cinema Muto, de Pordenone, a maior manifestação cinematográfica mundial dedicada ao cinema silencioso. A seção brasileira apresenta alguns documentários de longa-metragem restaurados (ou em processo de restauração) pela Cinemateca Brasileira nos últimos anos.

 O programa Janela para a América Latina exibe o longa-metragem Wara Wara, realizado na Bolívia em 1929 por José María Velasco Maidana, que relata um episódio da civilização inca durante a invasão espanhola.
A entrada é gratuita.
Mais informações: http://www.cinemateca.gov.br/programacao.php?id=48


Outro evento que está imperdível é o 10º Festival de Inverno de Paranapiacaba, em Santo André,  acontece nos dias 18, 24 e 25 de julho.Entre os nomes confirmados estão Léo Maia, Fernanda Porto, Ed Motta, Ana Cañas, Zeca Baleiro, Isabela Taviani, Zélia Duncan e Maria Rita.
Para conferir a programação acesse: http://www.guiaparanapiacaba.com.br/?pg=noticia&id=629
Para aqueles que gostam do Tarantino, vale a pena conferir a Mostra Rock Tarantino que acontece no Centro Cultural de São Paulo, entre os dias 13 a 31 de julho. O evento terá a exibição dos principais filmes que influenciaram o diretor Quentin Tarantino na criação dos dois volumes do longa Kill Bill. Ainda na programação, está marcada a pré-estreia nacional de “À prova da morte”, do cineasta. Entre os filmes previstos para a Mostra estão: The Street Fighter, Tóquio Violenta, Portal do Inferno e Jogo da Morte.
 Para conhecer a programação completa, acesse: http://www.centrocultural.sp.gov.br/programacao_cinema.asp#tarantino



Já, aqueles que preferem algo menos violento, a Cinemateca Brasileira, com o apoio do Consulado Geral da Índia em São Paulo e da Academia Internacional de Cinema (AIC), promove a quarta edição da Mostra de Bollywood e Cinema Indiano. Iniciativa conta com uma seleção de clássicos e produções recentes do cinema indiano.
A mostra acontece entre os dias 06 de julho a 05 de agosto e entre muitas atrações, merecem destaque especial clássicos como Awaara (1951), de Raj Kapoor, cineasta batizado por historiadores e fãs como o “Chaplin do cinema indiano”; A canção da estrada (1955), obra-prima de estreia do diretor Satyajit Ray, filme que deu origem à famosa Trilogia de Apu, premiado no Festival de Cannes de 1956; Do Ankhen Barah Haath (1957), de Rajaram Vankudre Shantaram, premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim de 1958. A IV MOSTRA DE BOLLYWOOD E CINEMA INDIANO também inclui uma série de produções dos anos 2000 como Zubeidaa (2001), de Shyam Benegal, Hum tumhare hain sanam (2002), de K.S. Adiyaman, e Baghban (2003), de Ravi Chopra.
Para conferir a programação: //www.cinemateca.gov.br/programacao.php?id=41



Ana Paula Nunes é jornalista, Pós-graduanda em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo/USP. Coordenadora de Comunicação da Contemporâneos, revista de Artes e Humanidades. Escreve aos domingos na ContemporArtes.
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