O luto no Sertão




Nas matérias em que escrevi sobre poesia, eu ainda não havia discorrido sobre João Cabral de Melo Neto, considerado um dos maiores poetas brasileiros ao lado de Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, entre muitos outros. Em muitos de seus poemas, João Cabral retrata o nordeste e as misérias que assolam esta parte do território brasileiro.






É impossível não notar o caráter social que perpassa os poemas de João Cabral. Eles, de alguma maneira, denunciam as mazelas, o descaso das autoridades com o Sertão, além do sofrimento causado pelas adversidades climáticas que, às vezes mais brandas, outras vezes mais severas, atingem ao povo sertanejo. Talvez por estes motivos, e por outros de escolha pessoal, resolvi apresentar a vocês o poema “O luto no Sertão”:



O luto no Sertão

Pelo Sertão não se tem como
não se viver sempre enlutado;
lá o luto não é de vestir,
é de nascer, com luto nato.

Sobe de dentro, tinge a pele
de um fosco fulo: é quase raça;
luto levado toda a vida
e que a vida empoeira e desgasta.

E mesmo o urubu que ali exerce,
negro tão puro noutras praças,
quando no Sertão usa a batina
negra-fouveiro, pardavasca.

Ao ler este poema, percebemos claramente o retrato da vida árdua dos sertanejos residentes no Nordeste brasileiro, ou de quaisquer pessoas que vivam em lugares nos quais há condições semelhantes, como, pro exemplo, em muitos países africanos e americanos.





O sertanejo em “O luto no Sertão” é retratado como alguém que nasce fadado à morte. Mesmo que esta não lhe atinja prontamente, ela está em seu entorno, vitimando pessoas através da fome, de doenças, da sede. A seca não proporciona água, não permite a vida de animais necessários à sobrevivência, impossibilita a plantação para consumo e, consequentemente, diminui a chance de sobrevivência humana. O luto é como tatuagem, marca inapagável, inextinguível, tristeza constante “é quase raça”, carregado durante toda a vida “e que a vida empoeira e desgasta”. O desgaste se dá, a meu ver, pelo uso em excesso desta “roupa”. A recorrência do encontro com o indesejável o torna quase que banal, de maneira que, nem mesmo o negro do Urubu, ave conhecida por tripudiar, festejar ao deparar-se com a morte que lhe fornece alimentos, é puro, na verdade, este negro é marcado pelo excesso do uso, da recorrência, do encontro com o sofrimento.

Obviamente, nos perguntaremos quais as causas da morte que espreita a vida a todo o momento no Sertão. Algumas causas já foram apontadas. Entretanto, existem aquelas que não são causadas pela natureza, porém, pelo descaso das autoridades ou mesmo do homem pelo homem, pela individualização excessiva, pelo egoísmo. E desde quando João Cabral de Melo Neto publicou este poema, mais especificamente em 1985, o que mudou? O que poderia ser melhor? O que deverá ser diferente? E o que podemos fazer para ajudar na mudança?





Questionamentos estes que ficarão em aberto, para que possamos avaliar tudo e todos ao nosso redor e, ainda melhor, possamos nos reavaliar. É bastante recorrente, quase clichê, propor estas reflexões para o final de um ano e início de outro, que pode e deve ser melhor. No entanto, não é este clichê necessário?

A poesia cabralina é rica em sentimentos, ritmo, reflexões. Além disso, ela nos proporciona o encontro com o real, que muitas vezes choca, porém é necessário que ele nos seja apresentado, para que saiamos da individualidade cruel imposta pela vida contemporânea e que é, de alguma forma, compartilhada e aceita por todos.

Rodrigo C. M. Machado é Graduado em Letras pela Universidade Federal de Viçosa.

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Meu malvado favorito, estréia da Universal no mundo das animações



Gru e as crianças que mudaram sua vida
Meu Mavado Favorito 
O mundo está sempre mudando, ainda bem. Quando eu era pequena, ouvia muitas histórias criadas para crianças que eram impregnadas de preconceitos.O jeito certo de viver estava muito preso a ideais que geralmente não eram contestados pelos criadores dessas artes destinadas às crianças. Esses ideais perpassavam pela família convencional com pai, mãe, filhos, cachorros, avós e sempre com amores heterossexuais. Também o conceito de bem e mal eram engessados, bem definidos e sempre contrários, baseados em alguns paradigmas contestáveis. Os mais idosos estavam fadados a se concentrarem em afazeres próprios da idade, a medicina moderna revolucionou essa prática. A beleza era encarada como sinônimo de felicidade para os jovem e as melhores profissões eram aquelas com nomes, como: médicos, engenheiros, professores, dentistas e assim por diante. A fórmula certa para essa família ideal funcionar vinha até nas referências midiáticas, principalmente nas propagandas de margarina, aquelas que todos se reuniam à mesa repleta e todos felizes comiam sob o olhar da mamãe linda, sorridente e nem um pouco cansada, servindo a todos com alegria. Imaginem as crianças que não possuíam papai e mamãe juntos como deveriam sofrer ao verem aquilo. As famílias mudaram. Pais casam algumas vezes, aparecem os meio irmãos e com eles uma infinidade de rearranjos para redefinir o convívio com essas várias meias familias ou inteiras, mas fragmentadas. Príncipes e princesas já não fazem o mesmo sucesso de antes e o casamento com pessoas do mesmo sexo também passou a ser uma realidade. Meninas muito bonitas nem sempre são tao felizes e amadas como se pensava. Então, para dar conta dessa demanda de "novas formas de ver e viver o mundo moderno" se fez necessário histórias menos tradicionais e mais, digamos, concretas. Apareceram histórias infantins como as de Ruth Rocha, as de Ziraldo como o Menino Maluquinho, apenas exemplificar. No teatro, Maria Clara Machado ousou ao adaptar clássicos infantins com uma visão diferenciada, mexendo com as estruturas convencionais.
Cenas de meu malvado Favorito
O cinema por sua vez não se fez de surdo. Ouviu o clamado do mundo moderno. Muitas histórias foram surgindo e as fábulas de Walt Disney foram ficando cada vez mais incrementadas dando, vazão às novas constatações e dúvidas da humanidade. A Pixar inovou com roteiros bem escritos e pensados, criando um novo conceito de animação, adaptando os desenhos da Disney a animações que deveriam dar conta de lidar com as as diversas diferenças de várias ordens, com outros tipos de família e com crianças mais conscientes. Foram criadas animações como: Toy Story, Os Incríveis, Procurando Nemo, Ratatouille, Carros, Up, com um protagonista da terceira idade que após a morte de sua amada companheira ainda tem pique para viver uma aventura, e outras. Histórias construídas para crianças que também dão conta do universo adulto, passou a ser uma forma de atrair também os pais. Estúdios de animação como a Dreamworks com filmes como Shrek,  mexeu com as estruturas de príncipes e princesas; Kung Fu Panda, com um urso gordo e desengonçado que vira mestre de Kung Fu; Madagascar, leve e gracioso que trata de questões sociais; Bee Movie, Megamind e outros.

Vetor, personagem arquiinimigo de Gru








Meu Malvado Favorito, é a novidade 3D do produtor Chris Meledandri que em junho passado trouxe o filme para o Brasil com sua nova Companhia a IIIumination Entertainment. Chris foi ex-presidente da 20th Century Fox Animation, que lançou a Era do Gelo, Robôs, Os Simpsons, Horton, o Mundo dos Quem, Alvim e Os Esquilos, entre outros. Meledandri tem  contrato de distribuição com a Universal Pictures e já está elaborando novos projetos para 2011.
Meu Malvado Favorito, conta a história de Gru, um homem malvado que está em segundo lugar na maldade e tenta ganhar do maior vilão do mundo, Vetor, um nerd jovem e louco. Gru bola um plano infalível, roubar a lua. Uma coisa meio felliniana. Já aconteceu de uma lua ser aprisionada em La Voce della Luna. No filme de Fellini,  a lua fora aprisionada pelos loucos de Roma. Gru tem seu plano ameaçado pelas três garotinhas órfãs que aparecem em seu caminho e percebem que Gru pode ser um bom pai.  Os minions são umas coisinhas amarelas não muito inteligentes que servem ao malvado Gru. Eles são umas espécies de cobaias e ao mesmo tempo dá um charme especial ao filme.

A menininha e os minious
O protagonista Gru

A ideia dessa coluna é incentivar os adultos a levarem seus filhos ao cinema ou pegarem vários DVDs nas férias para que vocês e seus filhos vivam esses momentos incríveis do cinema. Não se esqueçam, esses lindos filmes infantins também são ótimos para adultos e alguns promovem um pensamento inteligente a respeito dos nossos conceitos e preconceitos.
Assistam Meu Malvado Favorito e outras tantas animações feitas com tanto carinho para ativar  nosso pensamento a respeito do universo infantil, e claro, do nosso também.

Assistam ao trailler de meu Malvado Favorito


Para terminar queria agradecer a equipe de Contemporartes por esse ano maravilhoso e a vocês leitores que são a essência e o incentivo maior da revista. Um grande beijo aos leitores, Feliz Natal e Boas férias a todos.
Um beijo especial a Ana Dietrich e ao Vinicius.


Kátia Peixoto é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Mestre em Cinema pela ECA - USP onde realizou pesquisas em cinema italiano principalmente em Federico Fellini nas manifestações teatrais, clowns e mambembe de alguns de seus filmes. Fotógrafa por 6 anos do Jornal Argumento. Formada em piano e dança pelo Conservatório musical Villa Lobos. Atualmente leciona no Curso Superior de de Música da FAC-FITO e na UNIP nos Cursos de Comunicação e é integrante do grupo Adriana Rodrigues de Dança Flamenca sob a direção de Antônio Benega.
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... uma lembrança boa ... saudosa ...




Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais

Eu quero uma casa no campo

Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais

Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal

Eu quero uma casa no campo

Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais


LINK: http://www.youtube.com/watch?v=75LcZFvLRrQ



DUDA WOYDA, ator, com experiências no Paraná e Rio de Janeiro, cidade com a qual mantem contatos profissionais. Integra a CIA Ateliê Voador e a CIA Teatro da Queda. Pesquisa questões relacionadas ao teatro físico e a sua relação entre dramaturgia corporal e teatralidade, priorizando a multidisciplinaridade.
dudawoyda@yahoo.com.br
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Homenagem aos colunistas Contemporartes 2010

Prezados leitores e amigos,
Fim de ano se aproxima e com ele todas as comemorações festivas de Natal, Reveillon, amigos-secretos. Aqui pela Contemporartes temos muito a comemorar. Nesse ano, a ideia que nasceu como um blog para publicar poemas, se transformou em uma revista com ISSN que já chegou à 38a. edição e que conta com 16 colunistas que trabalham a cada dia para fazer um produto diferenciado dentro do cenário cultural brasileiro.
Eles trazem seu talento para a revista fazendo arte ou refletindo sobre a produção dessa. O paranaense Altair de Oliveira entrevista e comenta novos e velhos poetas. Como grande escritor que é, sua interlocução nesse meio é maravilhosa, transita por entre os talentos, colhendo suas impressões de cada um deles. Geraldo Trombin, de Americana (SP), publicitário e escritor, traz plasticidade e contemporaneidade aos seus escritos com grafismos arrojados. Ambos tecem com grande criatividade o tecido de nossa Segunda Poética - Altair com a Poesia Comovida e Geraldo com o Uni.verso.
Alyne Vilaça, Simone Pedersen e Abílio Pacheco compõem o trio que serve muitas doses de poesia, crônicas e contos aos nossos leitores. Embriagam-nos com sua sensibilidade. O coquetel da bailarina de Rio Claro Alyne mistura música, dança e sinceras reflexões sobre a vida. Já Simone, grande escritora de Vinhedo (SP), nos presenteia a cada mês com uma inédita produção de conto. Indo para o Norte do País, diretamente do Pará, Abílio traz senso crítico e escreve crônicas sobre a realidade às vezes espinhenta de nosso país, mas sem perder o lirismo.
Direto de Santo André (SP), os pesquisadores da ferrovia paulista Demócrito Nitão Jr, Soraia Costa e Marina Rosmaninho desvendam os véus da Neblina sobre Trilhos. Para quem é apaixonado, interessado, estudioso é um prato cheio que eles oferecem em termos de pesquisa acadêmica, novos olhares e inquietações sobre nosso patrimônio ferroviário.
Izabel Liviski e Duda Woyda trilham pelos caminhos das artes visuais. A paranaense, fotógrafa e mestre em Sociologia da Imagem Izabel mostra suas belas produções e reflete sobre a produção audiovisual brasileira. Já o ator e pesquisador da dramaturgia carioca radicado na ensolarada Salvador Duda Woyda faz o bem sucedido casamento entre a linguagem musical com a linguagem imagética. Produz fotos sobre canções nos deixando boquiabertos com suas transcriações.
O carioca e pesquisador da dramaturgia Djalma Thürler navega pelas águas do teatro na nossa revista. Novas produções, críticas ardentes, enfim ele coloca toda sua energia e masculinidade em críticas sagazes e seu olhar perspicaz sabe captar além do olhar do mero espectador. Junto a ele, Katia Peixoto faz as vezes de crítica da Sétima Arte e nada escapa a sua mira, produções nacionais, internacionais, grandes cineastas, cineastas emergentes. Seu radar é potente e nós ganhamos com isso.
Rodrigo Machado e Vinicius Rennó andam pelos lados da Literatura brasileira, angolana e de outras nacionalidades. A dupla de estudantes de Letras da Universidade Federal de Viçosa (MG) nada deixa a desejar a seus mestres, a cada semana nos brindam com novas produções, novas críticas literárias, trazendo o olhar das novas gerações sobre grandes obras.
O Drops Cultural com a jornalista Ana Paula Nunes, de Guarulhos (SP), abre a semana com dicas culturais que saem do forno e reveza com o Espaço do Leitor que coroa a revista com produções inúmeras de leitores de todo o país, que chegam todos os dias às nossas mãos .
Enfim, aqui fica minha singela homenagem a essas grandes figuras que compõem o rico material humano dessa revista.
Que em 2011 continuemos nesse caminho tão agradável das Artes sempre com o verdadeiro espírito em equipe.

RETROSPECTIVA CONTEMPORARTES 2010

ABRIL DE 2010 - Contemporartes vira revista com ISSN.

MAIO DE 2010 - IV Encontro Nacional de Pesquisadores de Integralismo. Lançamento da 1a. edição da Contemporartes e da 5a. edição da Contemporâneos. Editores, colunistas se encontram em Juiz de Fora.




SETEMBRO DE 2010 - ENEARTE - A equipe da Contemporartes participa com a Mostra Científica Interativa - 14 vezes arte - composta de exposição iconográfica com os melhores textos de 2009 e com atividades culturais como sarau, exposição de filmes e vídeos e palestras em Ouro Preto-MG.



DEZEMBRO DE 2010 - Lançamento da 34a. edição da Contemporartes e da 7a. edição da Contemporâneos na JORNADA CULTURAL da UFABC. Contemporartes também participa com a exposição Contemporartes-14X Arte e com a elaboração de um sarau com danças ciganas.



Ana Maria Dietrich, historiadora e doutora em História Social, é coordenadora da Contemporartes junto a Vinicius "Elfo" Rennó.
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Mestres para que te quero?! Por Aline Vilaça




Mestres pra que te quero?!?
Ismael Ivo: Elegância, transpirando a arte, devotando paixão, emocionado com olhares,
hipnotizando com seu suave toque das mãos... A mestre, pra que te q....
Alguns acreditam em sorte. Outros que a vida é feita de oportunidades.
Há quem diga que “aqui se faz aqui se paga”, ou, que “é dando que se recebe”. Até tem aqueles que sofrem acreditando que a lua virou para as nádegas de poucos.
Não sei!
Merecimento, sorte, santo, patuá, fé, energia positiva, encontros e desencontros, dádiva, presente dos deuses, recompensa dos céus...
Ahh, sinceramente não sei.
Mas posso trabalhar em cima de fatos, assim para resumir o milagre, acompanhe vibrante comigo o que segue:
O Sesc (Serviço Social do Comércio) Pinheiros de São Paulo capital, proporcionou, recompensou, consagrou, condecorou, ofereceu, compartilhou, por fim, delicadamente e de sagacidade profunda com relação ao diferenciado tempo dos processos artísticos diferenciados e respeitosos desta nova realidade hibrida que se
estabelece no mundo das Artes, garantindo a cerca de 35 jovens bailarinos profissionais em ascensão, um momento único de Dança, processo artístico, audição, e contato direto corporal, e sensível com o brilhante e inspirador Ismael Ivo.
Inundados na infra-estrutura fantástica do Sesc, em sua organização e responsabilidade, embalados por música ao vivo, entusiasmados com o virtuoso professor de Dança Contemporânea, curiosos sob o olhar critico de mais uma importante coreógrafa brasileira, e abatidos em uma explosão de emoções, foi verdade, estávamos diante de Ismael Ivo.
Projeto ARSENALE DELLA DANZA- Body in progress, era a parceria fantástica estabelecida com o Sesc. O objetivo era que está audição de 3 dias, 8 horas e meia diárias de muita transpiração, criação e troca, levassem a escolha de 5 jovens bailarinos bolsistas, para culminar numa criação dirigida por Ismael Ivo, coreógrafo, bailarino, diretor artístico do Festival de Dança da La Biennale di Venezia, no Festival de Dança Contemporânea da Bienal de Veneza.
Para os selecionados: O projeto prevê a permanência dos cinco
bailarinos selecionados por quatro meses de Janeiro à Maio de 2011 (sem interrupção) na cidade de Veneza, com aulas diárias de dança, em um espaço multifuncional que facilita o diálogo com outras disciplinas artísticas como música, vídeo, fotografia, teatro, multimídia e arquitetura.
Bom, oportunidade profissional fantástica;
O que preciso ressaltar, agradecer em nome de todos, frisar, explicitar, tornar nacionalmente público foi o processo respeitoso, humano, atencioso, carinhoso que permeou às 24 horas de audição. Felizmente Ismael e sua equipe juntamente com o Sesc não nos lançaram na tensão Chorus Line de
seleção, nos proporcionaram com profissionalismo, administração eficiente, e conhecimento de causa em um verdadeiro processo, ou pelo menos, início de processo de conhecimento mais aprofundado das possibilidades corporais dos bailarinos.
Somos da nova geração da Arte, buscamos um fazer artístico que contemple cada indivíduo, que respeite as emoções, os corpos, os contextos, os desejos. Uma geração que exige que o artista
não se deixe iludir pela facilidade da repetição, que volte a acreditar na importância da quebra de paradigmas aprisionadores, que sabe que mais vale um processo artístico saboroso e consistente, do que um espetáculo (produto) sem corpo, sem alma.Somos da geração que volta a pedir mestres que nos apaixonem, inspirem, desestabilizem. Mestres que nos intrigam, enfrentam, que conseguem arrancar o que há de melhor em cada intérprete, que tragam o arrepio espontâneo, que causem admiração inevitável, que estabelece um diálogo bailarino- diretor, bailarino- coreógrafo, bailarino- indivíduo, bailarino- público, bailarino- corpo- alma.
Assim, sem medo de exagerar indico um mestre:
Ismael.
E inicio uma diálogo para entendermos pra que te quero...

Dica para as férias:











 




Aline Vilaça é natural de Rio Claro, interior de São Paulo. Cursa Licenciatura e Bacharelado em Dança pela Universidade Federal de Viçosa (MG)  e é estagiária do Ballet Stagium - Cia de Dança de São Paulo. Foi backing vocal da Banda Seiva Reggae Resistência. Ministrou oficinas no ENEARTE/ 2009 com o Projeto de Extensão Jazz com Jazz. Integrante do Núcleo GENGIBRE de ensino, pesquisa, extensão e arte em cultura popular.  Editora assistente da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades.
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A Poesia de Dalva Contar.


A POETA DALVA CONTAR
por Altair de Oliveira


Nossa orgulhosa coluna de poesia como a vida, que de maneira nenhuma é responsável por aqueles que cativa, apresenta nesta semana a poeta e artista plástica paulista Dalva Contar, uma apaixonada pela arte e habituada a dedicar sua vida à construir uma poesia com delicadeza.

Só aparentemente singela, a poesia de Dalva é introspectiva nos remete a um ser demasiado humano, muito parecido com nós mesmos, que se dedica a mergulhar em si a cada novo espanto em busca de aprender-se, entender-se e a extrair daí alguma compensação ou beleza. Uma poesia um pouco triste, diriam alguns. Mas é desta mesma beleza triste que sofrem os poetas, como bem diria o nosso saudoso Antero de Quental: ",..e para sempre eu fiquei tímido e triste."


A poeta, que sempre foi uma amante singular da poesia, só recentemente tem publicado seus escritos (poemas e contos) em antologias independentes na grande São Paulo e, em 2008, publicou o seu primeiro livro de poemas "Pietá" pela editora Casa do Novo Autor. Atualmente ela está trabalhando na preparação de seu segundo livro, que tem o título provisório de Magnitudes. Vale a pena esperar!

Por enquanto ficamos com a leitura de alguns poemas de Dalva Contar, uma pequena brasileira da cidade grande, que trabalha na saúde pública e que, como quem pinta, vai aos poucos descobrindo e prescrevendo o remédio que restabelece a saúde da alma, a poesia. Prescrevo-lhes então "Pietá" para este verão. Aviem-se, pois!


***

OS POEMAS


ANÁLISE SINTÁTICA


Eu,
sujeito do mundo,
objeto direto
em fato concreto.

Eu,
trago no peito predicados
faço do meu verbo
poemas delicados.

Eu
apenas sou
(quem sou sou?)
transitivo ser
suporto minha dor
sorrio sem rancor
Eu sujeito às tramas do amor.


Dalva Contar, In: "Pietá".

***

PERSONA NON GRATA

Desenhei numa tela rósea pétala
De uma flor colorida, sem espinhos
Rabisquei em contorno sua sépala
Num jardim solitário e sem caminhos.

Percebi na aquarela uma sombra,
Sutil, em um canto, de cor gris
Abre as asas na moldura - negra pomba!-
corpo estranho ao desenho, que eu não quis.

Solidão, teu desenho de cor triste
Contorna a minha tela em tom pastel
Acompanhas minha vida e existes
A rimar tristemente em meu papel.


Dalva Contar, In: "Pietá".

***

ARTE

Página em branco, espera o papel,
A castigá-lo com ponta macia
De uma caneta como um cinzel
A esculturar palavras, poesia!

Percorre linhas, como na paleta
Do colorido de uma dor que fala.
Pintura íntima, de uma cor concreta,
Perfume frágil que o artista exala.

E faz então, das dores, a colagem
A sinfonia de uma orquestra vã
E mostra com uns versos de coragem,
Tecendo a arte, à espera do amanhã.

Dalva Contar, In: "Pietá".

***

CAMINHOS

Piso sobre as pedras
e vou contando a noite.
Teço uma teia
entre a terra e o céu.

Vislumbro luzes
de estrelas próximas
e retenho o pulso
ao peito de uma fera.

Existo na manhã
que nem nasceu ainda.
E morro numa noite
mais escura
e bela.

Dalva Contar, In: "Magnitudes" (título provisório).


***

Para adquirir o livro de poemas "PIETÁ", de Dalva Contar, por reembolso postal e ao preço de 15 reais, escreva para a poeta no seguinte endereço: dcontar@hotmail.com

***

Ilustrações: 1- foto da poeta Dalva Contar; 2- capa do livro de póemas "Pietá"; 3- trabalho da artista plástica Dalva Contar.


Altair de Oliveira (poesia.comentada@gmail.com), poeta, escreve quinzenalmente às segundas-feiras no ContemporARTES a coluna "Poesia Comovida" e conta com participação eventual de colaboradores especiais.
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Indicados ao Globo de Ouro



Um dos maiores prêmios da indústria audiovisual, o Globo de Ouro, começou sua história em 1944, em Hollywood. Até o ano de 1956 os prêmios eram limitados ao cinema, desde então a premiação começou a abranger a televisão.

A premiação que é feita uma vez ao ano e costuma ser uma prévia do Oscar esse ano acontece no dia 16 de janeiro.

Confira a lista dos indicados:

1. Melhor filme (drama)
  • Cisne Negro
  • O Vencedor
  • A Origem
  • O Discurso do Rei
  • A Rede Social
Melhor filme (musical / comédia)
  • Alice no País das Maravilhas
  • Burlesque
  • Minhas Mães e meu Pai
  • RED - Aposentados e Perigosos
  • O Turista
Melhor ator (drama)
  • Jesse Eisenberg - A Rede Social
  • Colin Firth - O Discurso do Rei
  • James Franco - 127 Horas
  • Ryan Gosling - Blue Valentine
  • Mark Wahlberg - O Vencedor
Melhor atriz (drama)
  • Halle Berry - Frankie and Alice
  • Nicole Kidman - The Rabbit Hole
  • Jennifer Lawrence - Inverno da Alma
  • Natalie Portman - Cisne Negro
  • Michelle Williams - Blue Valentine
Melhor ator (musical / comédia)
  • Johnny Depp - Alice no País das Maravilhas
  • Johnny Depp - O Turista
  • Paul Giamatti - Barney's Version
  • Jake Gyllenhaal - Amor e Outras Drogas
  • Kevin Spacey - Casino Jack
Melhor atriz (musical / comédia)
  • Annette Bening - Minhas Mães e meu Pai
  • Anne Hathaway - Amor e Outras Drogas
  • Angelina Jolie - O Turista
  • Julianne Moore - Minhas Mães e meu Pai
  • Emma Stone - Easy A
Melhor ator coadjuvante
  • Christian Bale - O Vencedor
  • Michael Douglas - Wall Street 2
  • Andrew Garfield - A Rede Social
  • Jeremy Renner - Atração Perigosa
  • Geoffrey Rush - O Discurso do Rei
Melhor atriz coadjuvante
  • Amy Adams - O Vencedor
  • Helena Bonham Carter - O Discurso do Rei
  • Mila Kunis - Cisne Negro
  • Jacki Weaver - Animal Kingdom
  • Melissa Leo - O Vencedor
Melhor diretor
  • Darren Aronovsky - Cisne Negro
  • David Fincher - A Rede Social
  • Tom Hooper - O Discurso do Rei
  • Christopher Nolan - A Origem
  • David O. Russell - O Vencedor
Melhor roteiro
  • Danny Boyle and Simon Beaufoy - 127 Horas
  • Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg - Minhas Mães e meu Pai
  • Christopher Nolan - A Origem
  • David Seidler - O Discurso do Rei
  • Aaron Sorkin - A Rede Social
Melhor filme em lingua estrangeira
  • Biutiful
  • The Concert
  • The Edge
  • I Am Love
  • Em um Mundo Melhor
Melhor longa animado
  • Meu Malvado Favorito
  • Como Treinar o Seu Dragão
  • O Mágico
  • Enrolados
  • Toy Story 3
Melhor trilha sonora original
  • Alexandre Desplat - O Discurso do Rei
  • Danny Elfman - Alice no País das Maravilhas
  • A.R. Rahman - 127 Horas
  • Trent Reznor e Atticus Ross - A Rede Social
  • Hans Zimmer - A Origem
Melhor canção original
  • "Bound to You" - Burlesque
  • "Coming Home" - Country Strong
  • "I See the Light" - Enrolados
  • "There's A Place For Us" - As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada
  • "You Haven't Seen The Last of Me" - Burlesque
Melhor série de TV (drama)
  • Boardwalk Empire
  • Dexter
  • The Good Wife
  • Mad Men
  • The Walking Dead
Melhor atriz em série dramática
  • Julianna Marguiles - The Good Wife
  • Elisabeth Moss - Mad Men
  • Piper Perabo - Covert Affairs
  • Katey Sagal - Sons of Anarchy
  • Kyra Sedgwick - Closer
Melhor ator em série dramática
  • Steve Buscemi - Boardwalk Empire
  • Bryan Cranston - Breaking Bad
  • Michael C. Hall - Dexter
  • Jon Hamm - Mad Men
  • Hugh Laurie - House
Melhor série de TV (comédia / musical)
  • 30 Rock
  • The Big Bang Theory
  • The Big C
  • Glee
  • Modern Family
  • Nurse Jackie
Melhor atriz em série musical ou de humor
  • Toni Collette - The United States of Tara
  • Edie Falco - Nurse Jackie
  • Tina Fey - 30 Rock
  • Laura Linney - The Big C
  • Lea Michele - Glee
Melhor ator em série musical ou de humor
  • Alec Baldwin - 30 Rock
  • Steve Carell - The Office
  • Thomas Jane - Hung
  • Matthew Morrison - Glee
  • Jim Parsons - The Big Bang Theory
Melhor minissérie ou telefilme
  • Carlos
  • The Pacific
  • Temple Grandin
  • You Don't Know Jack
  • Pillars of the Earth
Melhor atriz em minissérie ou telefilme
  • Hayley Atwell - Pillars of the Earth
  • Claire Danes - Temple Grandin
  • Judi Dench - Return to Cranford
  • Romola Garai - Emma
  • Jennier Love Hewitt - The Client List
Melhor ator em minissérie ou telefilme
  • Idris Elba - Luther
  • Ian MacShane - Pillars of the Earth
  • Al Pacino - You Don't Know Jack
  • Dennis Quaid - The Special Relationship
  • Edgar Ramirez - Carlos
Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou telefilme
  • Hope Davis - The Special Relationship
  • Jane Lynch - Glee
  • Kelly MacDonald - Boardwalk Empire
  • Julia Stiles - Dexter
  • Sofia Vergara - Modern Family
Melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou telefilme
  • Scott Caan - Hawaii Five-0
  • Chris Colfer - Glee
  • Chris Noth - The Good Wife
  • Eric Stonestreet - Modern Family
  • David Straithern - Temple Grandin

E para quem ficou com vontade de curtir um cinema e fechar o ano com chave de ouro, o Sesc está fazendo a Retrospectiva do Cinema Brasileiro 2010. O evento que exibe 74 filmes nacionais lançados no ano de 2010, traz ao público um panorama da recente produção brasileira. A mostra é a oportunidade de ver ou rever o que o cinema brasileiro tem a oferecer entre ficções e documentários, entre os estão “Chico Xavier”, “Terra Deu, Terra Come”, “Antes que o Mundo Acabe”, “Sonhos Roubados”e “É Proibido Fumar”.


Ana Paula Nunes é jornalista, Pós-graduanda em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo/USP. Editora assistente e Coordenadora de Comunicação da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades. Escreve aos domingos na ContemporARTES.





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