M.A.O.U - movimento de ocupação artística, últimas notícias



Hoje, excepcionalmente, publicamos algumas notícias relacionadas ao universo do M.A.O.U, movimento de ocupação artística. Nossa colunista, a socióloga Soraia O. Costa, é uma das líderes. Veja abaixo: 



Amanhã, 03 de abril, a partir das 9h haverá um grande ato artístico na Fábrica de Cimento Perus, um dos pontos históricos do bairro, que há anos está esquecido na memória dos moradores. O ato consiste em produção de grafite, fotografia e instalações relizadas por artistas de São Paulo, integrantes do Movimento Artístico de Ocupação Urbana ( M.A.O.U) . 

Esta iniciativa coletiva promove exploração urbana, encontros de artistas e população em locais abandonados como: fábricas, prédios, túneis, catacumbas, linhas de trem e metrô, teatros, cinemas ou cidades. 

A Comunidade Cultural Quilombaque participa e apoia essa iniciativa e convida a todos para a mais uma intervenção no bairro de Perus.


Notícia retirada do blog Comunidade Cultural Quilombaque.


O que é o M.A.O.U



O Coletivo Artístico Dialéticas Sensoriais - CADS é uma iniciativa sem fins lucrativos que propõe e executa estudos, pesquisas e ações nas áreas da arte contemporânea , estabelecendo parcerias e prestando serviços junto a órgãos governamentais, instituições culturais, organizações não governamentais e comunidades . Nasceu em 2006, numa época em que a comunidade da Vila Califórnia (divisa com São Caetano) exibia um quadro de fracasso e impotência para fazer frente às demandas culturais da população do bairro.
O CADS tem como missão intervir na realidade artística da região, visando à melhoria da vivência estética, assumindo a educação artística como condição necessária ao avanço da democracia cultural e do exercício da cidadania no País. Para cumprir sua missão social o CADS conta com uma equipe multiprofissional com uma larga experiência no campo das artes visuais contemporânea, arte educação, realização de pesquisas e na produção e sistematização de conteúdos. Além disso, desenvolve parcerias e participa de redes e articulações que potencializam metas públicas e ampliam os horizontes estratégicos da ação.
O coletivo CADS surge em momento político propício à participação. Neste processo de democratização cultural do País, foi travado um intenso embate para recuperar a cultura da arte visual como direito de cidadania. Ampliou-se o consenso de que só teremos eventos culturais de qualidade para todos se todos estiverem envolvidos em sua construção. O desafio de desenvolver uma proposta artística contemporânea de qualidade para todos ganhou a consigna de tarefa urgente e coletiva.
A trajetória do CADS apresenta três fases de sua atuação que se somaram e se incorporaram organicamente ao seu fazer, constituindo-se em grandes vertentes da sua ação. Na primeira, centrou sua ação nos pontos de cultura da zona leste, grande ABCD, centro comunitários do bairro e escola propriamente. Pensou currículos; produziu rico material voltado às expressões periféricas das diferentes linguagens artísticas para enfrentar a distorção arte contemporânea /arte educação /bairro.
Outra fase de fundamental importância: a da gestão cultural comunitária qualificando agentes sociais para agir em contextos de extrema pobreza. Essa vertente também ganhou peso e densidade na ação que hoje continua a priorizar. Uma terceira vertente caminha decisivamente para o alargamento de visão da arte contemporânea pública e meio de comunicação.





Saiba mais sobre esse trabalho no blog do grupo M.A.O.U.


Veja fotos do trabalho do grupo:






Ana Maria Dietrich
Editora-chefe da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades
Coordenadora da Contemporartes - Revista de Difusão Cultural
Laboratório de Estudos e Pesquisas da Contemporaneidade
Núcleo de Ciência, Tecnologia e Sociedade - UFABC
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CULTURA CONTEMPORÂNEA



A DIÁSPORA MASCULINA NA CULTURA CONTEMPORÂNEA

Acabei de colocar um ponto final no meu artigo de Pós-Doutoramento e vou partilhar um pouco do que apresentei lá, alguns pontos que vem tomando meu tempo nos últimos anos. O Artigo intitulado “Masculinidades Precárias” fala de sobre homens, especialmente um tipo identidade masculina que venho colocando tanto no horizonte das práticas políticas como na esfera da reflexão teórica crítica.
Além de serem apresentados em inúmeros debates, encontros, conversas, leituras, atividades e lutas, dos quais pude participar – ou presenciá-los apenas –, tais pontos são reflexões mediadas pela minha própria experiência como homem contemporâneo que tem atravessado algumas fronteiras sociais e simbólicas, entre a vivência cotidiana em nossa sociedade machista e sexista e minha formação acadêmica multidisciplinar.


O corpo central da experiência, que dá margem à costura dos pontos apresentados a seguir, define-se basicamente pela pesquisa desempenhada no Estágio de Pós-Doutoramento em Literatura e Crítica Literária da PUC de São Paulo onde pude desenvolver o projeto “Cartografias do desejo e novas sexualidades: aspectos da cena contemporânea dos anos 90 e depois”. Nesse Projeto, devo destacar, além das leituras de textos de dramaturgos não publicados brasileiros e estrangeiros, também o envolvimento em uma rede de debates e ações em torno da questão das masculinidades.
A partir dessas experiências, então, proponho a primeira pista para essa coluna, a construção de um ponto de partida ou de observação para interrogar a identidade masculina contemporânea. Quem somos nós, os homens que habitam o século XXI? Ou, o que é essa tal masculinidade? Eu vou começar posicionando essa problemática.
Não é meu objetivo reconstituir aqui a história do movimento feminista com todas as suas nuanças, contradições e impasses, o que importa, sobremaneira, é ressaltar o papel que o movimento feminista teve na des-hierarquização e da despotencialização das identidades sociais em todo o mundo, afinal, é fácil perceber junto com Tomaz Tadeu da Silva que “afirmar (um)a identidade significa demarcar fronteiras, significa fazer distinções entre o que fica dentro e o que fica fora. A identidade está sempre ligada a uma forte separação entre ‘nós’ e ‘eles’. Essa demarcação de fronteiras, essa separação e distinção, supõem e, ao mesmo tempo, afirmam e reafirmam relações de poder” (DA SILVA, 2009, p. 82).


Mas na contramão desse movimento, há aqueles que conspiram para complicar e subverter a identidade, provocando uma desconstrução ou desnaturalização da mulher como entidade imóvel, ou melhor, imobilizada pelo peso do patriarcalismo, das convenções e das estruturas sociais opressivas. No bojo dessas lutas, a masculinidade foi reconduzida à sua diversidade e variação histórica. Aprendeu a perceber que existem muitas formas diferentes de masculinidades que se multiplicam pela história e pelas culturas.
Também aprendeu a perceber as diferentes versões de masculinidades concorrentes, ou ao menos coabitantes, no ambiente sociocultural das sociedades modernas. Algumas dessas versões são identificadas com as estruturas sociais dominantes, algumas apenas parcialmente e outras francamente subordinadas às estruturas e representações dominantes sobre o masculino ou delas marginalizadas. Nesse caso, seria possível falar em masculinidades hegemônicas ou hegemonizadas e em subalternas ou subalternizadas.

O teatro e o cinema tem sido fortes aliados na representação do homem contemporâneo. Filmes como “Shortbus”, “Shelter”, “Plata Quemada”, por exemplo, tem sido importantes na construção simbólica de uma sociedade menos engessada, menos dura. Nessa projeção, nos dizem que há outras maneiras de ser homem, que não precisamos nos sentir marginalizados por não seguirmos uma norma. Os estudos masculinistas são libertadores, contribuem para uma sociedade menos machista, misógina e homofóbica.


Djalma Thürler é Cientista da Arte (UFF-2000), Professor do Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar em Cultura e Sociedade e Professor Adjunto do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA. Carioca, ator, Bacharel em Direção Teatral e Pesquisador Pleno do CULT (Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura). Atualmente desenvolve estágio de Pós-Doutorado intitulado “Cartografias do desejo e novas sexualidades: a dramaturgia brasileira contemporânea dos anos 90 e depois”.
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é dia de feira de São Joaquim



canção: GENTE HUMILDE (1970)
CHICO BUARQUE, VINÍCIUS DE MORAES E GAROTO
fotos: é dia de feira de São Joaquim (março/2011)
Duda Woyda


Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Como um desejo de eu viver
Sem me notar

Igual a tudo
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar


São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar


E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar





DUDA WOYDA, ator, com experiências no Paraná e Rio de Janeiro, cidade com a qual mantem contatos profissionais. Integra a CIA Ateliê Voador e a CIA Teatro da Queda. Pesquisa questões relacionadas ao teatro físico e a sua relação entre dramaturgia corporal e teatralidade, priorizando a multidisciplinaridade. dudawoyda@yahoo.com.br

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Liz Taylor nos deixa



Hoje a Contemporartes - Revista de Difusão Cultural registra sua homenagem a atriz Elizabeth Taylor, que morreu no dia 23 desse mês. A atriz tem um significado especial para essa revista, uma vez que é o símbolo da mesma, pintada pela arte de Andy Warhol e já foi temática de outras colunas aqui.

Quem escreve essa breve homenagem é nossa nova editora-assistente, Priscilla de Araujo, estudante do curso de História da Universidade Severino Sombra (Vassouras - RJ). Como dizia Vinicius de Moraes, em seu poema, Minha amada imortal, a beleza, o encantamento, o talento e as doces loucuras de Liz Taylor estarão sempre no imaginário do século XX por meio de uma de suas armas mais poderosas, o cinema.



Ó minha amada
Que olhos os teus
São cais noturnos
Cheios de adeus
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe
 Longe dos breus.. 







Breve biografia da Liz Taylor
Por Priscilla Araujo

Um dos maiores ícones do cinema mundial faleceu na última quarta-feira, 23 de março em Los Angeles, aos 79 anos. Elizabeth Taylor foi e é reverenciada e conhecida no mundo todo por sua estonteante beleza e seus olhos azul-violeta, vida pessoal conturbada após oito casamentos, compulsão por jóias e acima de tudo pelo talento como atriz, que lhe rendeu dois oscars da academia, o primeiro em 1961 pela atuação no longa Butterfield 8 e o segundo, em 1967 por Who's Afraid of Virginia Woolf?
Elizabeth Rosemond Taylor, nasceu em 27 de fevereiro de 1932 em Hampstead, Londres. Filha do casal norte americano Francis Leen Taylor e Sara Viola Rosemond Warmbrodt, que retornaram aos EUA em 1939, onde Elizabeth foi descoberta aos 10 anos de idade. 
Após filmar There's One Born Every Minute, não teve o contrato renovado com a Universal Pictures. Seu talento só foi finalmente foi revelado num pequeno papel da série Lassie. Á partir daí Elizabeth apaixonou-se pela profissão.
Respeitada pela crítica, na década de 1950 Liz Taylor, como ficou conhecida, filmou dramas como A Place in the Sun, com o ator Montgomery Clift e Giant, com Rock Hudson, ambos atores homosexuais dos quais Liz se tornou grande amiga
Na década de 1960, Liz consagrou-se quando interpretou no cinema a rainha Cleópatra, um de seus papéis mais notáveis. Foi durante as filmagens que seu conturbado relacionamento que duraria mais de dez anos, com o também ator Richard Burton começou. Cleópatra trouxe várias inovações para a época, tanto pelas 65 trocas de figurino, quanto pelo cachê de Elizabeth Taylor que foi de 1 milhão de dólares, superando o de Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo, que foi de 75 mil dólares.

Na década de 1970, Liz enfrentaria seu declínio gradual devido aos sérios problemas de saúde. Dores pelo corpo, um tumor benigno retirado do cérebro, e tratamento contra um câncer de pele foram obstáculos enfrentados pela atriz. Liz também se submeteu a inúmeras internações para a desintoxicação de álcool e remédios.
Nos últimos anos de sua vida, suas aparições públicas tornaram-se cada vez menos freqüentes, e sempre que as fazia era de cadeira de rodas, pois a atriz sofria com a intensa fadiga causada pela arritmia cardíaca, problema que mais tarde a mataria.




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E para quem curte canção, aí vai um recado do Prof. Dr. Marcos Napolitano (USP)

Caros e caras, 
Tomo a liberdade de divulgar o link da versão on line revista (e gratuita) do meu livro "Seguindo a canção: engajamento politico e indústria cultural na MPB (1958-1968)", que estava esgotado há muito tempo. Agradeço a divulgação nos seus cursos, orientandos e outros interessados. 
http://pt.scribd.com/doc/49477747/39107265-SEGUINDO-A-CANCAO-digital
Desde já, obrigado, 
abraços
Marcos Napolitano

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Se você gosta de discutir questões profundas sobre o cotidiano, a cidade e a contemporaneidade, uma boa pedida são as Tardes filosóficas na Casa da Palavra (Praça do Carmo, 171, Centro - Santo André). Aos sábados sempre a partir das 14h.


Tardes Filosóficas – Cronograma


 

02/04 - Vontade de Poder: negar o conhecimento para saber-se melhor

Com Ricardo Rossetti


16/04 - Imagens que se movem e constroem espaços: reflexão sobre uma memória fílmica do urbano

Com Soraia Costa


30/04 - Freud e a Psicanálise como manifestação da dúvida

Com Paulo Bessa


07/05 - Fotografia e história oral: linguagens entrelaçadas nas teias das lembranças

Com Ana Maria Dietrich


14/05 - Cinema e mundo do trabalho. O trabalho na perspectiva do filme O Corte

Com Luci Praun


21/05 - Corpo, performance e arte

Com Andrea dos Santos


28/05 - Ideologia e reprodução: reflexões a partir da obra de Marx e Louis Althusser

Com Cesar Mangolin


04/06 - Graffiti: expressão da arte de rua

Com Soraia Costa e Celso Gitahy (Artista plástico)


11/06 – O ato de filosofar no Brasil

Com Daniel Pansarelli


18/06 - Rap: expressões da periferia

Com Soraia Costa e Moises Patrício (artista plástico)


06/08 – Corpo, afetividade e educação

Com Wesley Dourado


13/08 – Interrelações da cidade antiga e atual

Com Marcos Sidney Pagotto


20/08 – Educação formal e capitalismo: transformação ou reprodução?

Com Cesar Mangolin


27/08 - Encontros e desencontros entre Política e Ética no mundo urbano

Com Daniel Pansarelli


03/09 – A caminho do “trans-humano” ou do “pós-humano”?

Com Hérmiton Oliveira Freitas


10/09 - Arte e política: o muro de Berlim

Com Ana Maria Dietrich


17/09 – Para uma ontologia do ser humano: uma reflexão sobre a obra de Clarice Lispector

Com Suze Piza


24/09 - Canções e vozes do gueto

Com Soraia Costa


01/10 – Porque a morte não é nada para nós... Vivemos até morrer!

Com Ricardo Rossetti


08/10 - Ciência, tecnologia e transformação da humanidade

Com Daniel Pansarelli


15/10 – Dialogando com Voltaire sobre a (in) tolerância religiosa

Com Hérmiton Oliveira Freitas


22/10 - Patrimônio, democracia e cidadania: um olhar a partir da polis grega

Com Marcos Sidney Pagotto


05/11 – Tempo, tempo, tempo...

Com Regina Rossetti


12/11 - Sentidos da educação no espaço urbano. Formar. Controlar

Com Daniel Pansarelli


19/11 – Espaços da Intimidade

Com Regina Rossetti


26/11 – Villa Lobos e suas cidades – Palestra e Apresentação Musical

Com Renato Gilioli







Ana Maria Dietrich
Editora-chefe da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades
Coordenadora da Contemporartes - Revista de Difusão Cultural
Laboratório de Estudos e Pesquisas da Contemporaneidade
Núcleo de Ciência, Tecnologia e Sociedade - UFABC
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A MORTE E O ADEUS


“My heart has broken into a million
dying stars on a dark, dark sky.
Neither comets nor planets shall
ever candle my night again”.

Naqueles dias em que o passado bate a sua porta e você finge que não ouve, mas ele o espreita pela janela, o que fazer?Partidas sem despedidas deixam um vulto em nossas vidas. Muitas vezes, as pessoas são levadas pela morte na calada da noite. Outras, a doença nos anuncia a chegada e não sei dizer se sofremos menos por diluir em um prazo maior ou se simplesmente morremos um pouco a cada dia de espera.
Outras despedidas são impostas pela vida. Uma amiga saiu do emprego onde trabalhava há sete anos. Não foram poucas as lágrimas. Quantos laços criados em um ambiente de trabalho em que passamos mais tempo do que com a própria família? As promessas de reencontros são muitas. O tempo é implacável e aos poucos o esquecimento se apodera das relações. Talvez um ou dois colegas continuem a se encontrar. Para onde vão os sentimentos e os laços desenvolvidos nesse período? Emoções divididas, fotos de momentos marcantes e palavras de incentivo ou consolo: tudo desaparece de um momento para outro e fica apenas a sensação de nevasca na alma. Um coração que recebe tantas pancadas acaba transfigurado no final da vida. Compreensível as pessoas que criam um escudo em novas relações.
Quem já sofreu com uma despedida, não deseja outras. Conheço pessoas que passaram a vida em uma mesma cidade, desde o nascimento até a morte. O resultado são relações fortes, apoio no infortúnio, popularidade e um sentimento de estar em casa: o conhecido nos conforta! Eu morei em tantas cidades desde a infância, cruzei e convivi com pessoas de diferentes localidades e etnias. Perdi de vista amizades importantes enquanto construía ninhos em novas florestas. Mudei de casas, escolas, cidades, países, cidades em outros países. Espero nunca mais ter que me mudar. Sinto que hoje nascem raízes de meus pés.
Com tantos deslocamentos, tenho amigos em lugares distantes e não é fácil encontrá-los pessoalmente. Algumas amizades perduram até hoje e quando nos encontramos parece que foi ontem a última vez que nos vimos, mesmo que tenha se passado meses ou anos. Não nos despedimos, apenas dissemos “até breve”. Outras pessoas desapareceram como grãos de areia em uma tempestade de deserto e hoje sequer sei como estão. Contatos perdidos não são lembranças jazidas. De vez em quando me lembro delas e me pergunto por onde andam, como estão de saúde, como foram tratadas pela vida... Sem o ritual do adeus, nunca superamos a dor da perda.
Além dos amigos e familiares, temos as despedidas dos amores. Algumas são extremamente afortunadas e caminham de mãos dadas desde a juventude até o sono final. Outras nunca sequer provam desse momento de fusão de almas, buscando eternamente por alguém que as ame, algumas vezes se contentando com relações doentias. Outras vezes, encontramos a pessoa perfeita, mas não temos sentimentos por ela – ou ela por nós -, ou temos sentimentos por uma pessoa que não é compatível. Perfeição não existe. Mas dentro da nossa imperfeição é possível encontrar alguém que se encaixe, compensando falhas e nos trazendo equilíbrio, paz e serenidade. Quando duas pessoas fazem mal uma à outra, o único remédio é a despedida. A não ser que haja motivação suficiente para mudar, o que raramente acontece.
Essa despedida é a mais difícil de todas: a que tem que partir de nós. Nesses casos, acenar de longe é permitir que a outra pessoa siga seu caminho e encontre a felicidade em outra ilha. Dizer adeus é dar a Deus quem queríamos que fosse nosso para sempre, pelo seu próprio bem.
“Adeus meus sonhos, adeus meus amores! Meus pobres versos, minha doce lira, desta vida insana, só vagas flores, breves ilusões e tristes mentiras”. 
( Onofre F. do Prado)


Simone Alves Pedersen nasceu em São Caetano do Sul, viveu anos no exterior e hoje mora em Vinhedo, SP. Formada em Direito, participa há três anos de concursos literários,  tendo conquistado inúmeros prêmios no Brasil e no exterior. Tem textos publicados em dezenas de antologias de contos, crônicas e poesias. Escreve para jornal, revista e diversos blogs literários. Mãe do Dennis e da Natalie, escreveu seu primeiro livro infantil em 2008, o “Vila felina” e não parou mais.  Autora dos infantis Conde Van Pirado, Vila Encantada, Sara e os óculos mágicos, Coleção Pápum e Coleção Fuá. No Prelo encontram-se “A vila dos ecomonstros”, “A galinha que botava batatas” e “Cartilha sobre o meio-ambiente”. Para adultos lançou “Fragmentos & Estilhaços” e “Colcha de Retalhos” com  poemas, crônicas e contos. Blog: http://www.simonealvespedersen.blogspot.com



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UM POUCO MAIS DE MIM MESMO

Na semana que marca a passagem de 52 outonos aprilinos, nada mais justo que abrir meu uni.verso aos queridos amigos e leitores para que comemorem comigo e também conheçam outros passos da minha caminhada literária. Em cada verso, em cada poema. Espero que permitam essa minha auto-homenagem e apreciem um pouco mais de mim mesmo.

Abraços literários e até +.
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Para anotar na agenda




A Drops Cultural traz eventos que valem à pena ser anotados nas agendas. São apresentações musicais  para agradar todos os gostos e gastando pouco dinheiro, claro.


Show da Zezé Motta no SESC Belenzinho nos dias 30 e 31 de março. O evento será o lançamento do CD Negra Melodia e haverá participações especiais: Luiz Melodia (quarta, 30/03) e Jards Macalé (quinta, 31/03). Ingressos à venda a partir de 01/03
Mais informações: http://www.sescsp.org.br/zeze_motta



 
Já que falamos da participação dele no show da Zezé Motta. Show de Luiz Melodia no SESC Santana nos dias 1, 2 e 3 de março. Espetáculo musical do artista, acompanhado de Renato Piau, em trabalho intimista de voz e violão.
Mais informações: http://www.sescsp.org.br/sesc





E para quem mora em Guarulhos, assim como eu, tem o Show da cantora Zélia Duncan no dia 3 de março. O show faz parte da turnê do seu mais recente álbum ‘Pelo Sabor do Gesto’ e será realizado no Pátio de Eventos do Centro Municipal de Educação Adamastor. Os ingressos serão distribuídos nos dias 1 e 2 de abril também no Adamastor. Mais informações pelo telefone – 2087-4175.





Também no dia 3 de março, porém lá no SESC Santos, tem apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. É uma boa oportunidade para os amantes da música clássica e também para aqueles que não conhecem passarem a conhecer.



Ana Paula Nunes é jornalista graduada pela Universidade Federal de Viçosa /MG. Atualmente faz Especialização em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo /USP e escreve aos domingos, quinzenalmente, na ContemporARTES. 





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