"E então?"
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Esta pergunta não foi originada do meu pensamento e dos meus questionamentos, mas levou-me a questionar bastante coisa em um mundo globalizado no qual em alguns lugares observa-se que o vocábulo LIBERDADE, não passa de pura fantasia. Para entenderem melhor meus propósitos, transcreverei abaixo o poema “Meninas e Meninos” do timorense Fernando Sylvan:
Meninas e Meninos
Todos já vimos
nos livros, nos jornais, no cinema e na televisão
retratos de meninas e meninos
a defender a liberdade de armas na mão.
Todos já vimos
nos livros, jornais, n cinema e na televisão
retratos de cadáveres de meninos e meninas
que morreram a defender a liberdade de armas na mão.
Todos já vimos!
E então?
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVeTdFgmET_hoU9GqkphSdLf0YKAtUlaZIw3NDKEi6c7ys_DkKBcAXYmV1voyeBpSyRUBLXE8MIhM7tr6mT2x_NtL-yaYMATCYzPB6xQH-U7EDXU-W3vGaWzvGEMQoEnUd6_0t1HT2dfn-/s320/timor+leste.jpg)
Observamos este tipo de combate ao nosso redor constantemente – por exemplo, a batalha contra a ditadura de Mubarak no Egito. Vamos nos deter, principalmente, no título e nas imagens que meninos e meninas, enfim, crianças, nos suscitam. As guerras, não importa quais, atingem a todos os cidadãos de qualquer localidade, castram direitos, liberdade, a voz de um povo. Da mesma forma age uma ditadura, um regime totalitário. Crianças são os seres humanos que conhecemos mais vulneráveis a ataques, que mais sofrem com conflitos e que muitas vezes não entendem direito o que se passa, porém, mesmo assim compreendem que devem lutar para ter o direito de existir, de ter voz no mundo em que vivem, de expressarem-se. O poeta escritor de “Meninas e Meninos”, utiliza-se da ideia de fragilidade em torno da criança, para chamar atenção a todos em relação às atrocidades que acontecem e para as quais muitos somente cruzam os braços.
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Todos nós tomamos conhecimento destes acontecimentos, muitas vezes sangrentos, seja através de jornais, televisão, internet enfim, algum meio que sirva para comunicação. Vemos a injustiça a nossa frente, no entanto, nada fazemos. A pergunta feita ao final do poema é bem pertinente “E então?”: ficaremos somente como expectadores dos horrores? Continuaremos a permitir que as pessoas sejam mortas injustamente? Aceitaremos o fato de que a liberdade do outro inexiste?
Aqueles que gostaram do poema e queiram saber de onde foi retirado vale conferir: Primeiro livro de poesia: Poemas em língua portuguesa para a infância e a adolescência.
Rodrigo C. M. Machado é Mestrando em Letras pela Universidade Federal de Viçosa.