O Carnaval da Diversidade.
Salvador, realiza um dos melhores carnavais do mundo. A festa é reconhecida internacionalmente como uma das expressões populares de maior dimensão, seja na participação popular, ou na geração de dividendos para o Estado e emprego à população. Este ano, o carnaval da Bahia esteve ameaçado.
Na semana anterior ao carnaval, os policiais militares da Bahia entraram em greve. Alguns dos policiais grevistas cometeram diversos crimes pela cidade, às vésperas do carnaval, a Bahia viveu uma crise na segurança pública e o número de ocorrências aumentou consideravelmente.
As conseqüências da paralisação policial à festa foram enormes. Muitos turistas cancelaram seus pacotes turísticos comprados com bastante antecedência, isso resultou num fluxo menor de visitantes quando comparamos com outros anos. Apesar destes elementos, o carnaval ocorreu em clima de paz e respeito à diversidade. Este ano o carnaval se reoxigenou, graças ao investimento do Estado e do patrocínio de algumas entidades privadas, diversos artistas carnavalescos saíram com seus trios sem corda ofertando à população várias atrações. O folião pipoca , teve a oportunidade de ver estes artistas sem ser molestado pelo esquema de segurança montado pelos Blocos.
Além destas iniciativas de cunho privado, onde o patrocínio de algumas empresas possibilitou o desfile de trios sem cordas, a Secretaria de Cultura do Estado, financiou diversas atrações com o mesmo viés popular. Os blocos afros foram algumas das entidades que receberam apoio financeiro da SECULT, através de um programa especifico denominado Ouro Negro. A SECULT também apoiou os trios independentes através do seu programa de apoio denominado Carnaval Pipoca.
Outra iniciativa voltada para democratização do carnaval e promoção da diversidade de gêneros musicais se deu através da organização do Carnaval da Diversidade, no Pelourinho, onde artistas históricos como Armandinho, fizeram grandes espetáculos gratuitos para o público. Assim, através de ações com este perfil, democrático e popular, a Secretária de Cultura do Estado da Bahia, em conjunto com o Centro de Culturas Populares e Identitárias, está reconfigurando o carnaval baiano que, chegou ao limiar do esgotamento de um modelo elitista que privilegia os camarotes e os blocos com cordão de isolamento. A população da cidade está se mobilizando contra isso. Este ano um camarote ocupou, ilegalmente, uma área pública da cidade e armou sua estrutura neste local causando depredação do patrimônio público. Nas redes sociais houve uma série de debates que culminaram em manifestações contra a instalação do Camarote, ou seja, a população não tolera mais a privatização dos espaços públicos no carnaval que deve ser uma festa popular, gratuita e repleta de diversidade.
Diogo Carvalho é Historiador e Mestre em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia.
2 comentários:
oi querido, estava lá e vivi tudo isso... foi triste ver essa cidade do sol assim, a mercê... ainda que bem que vc. está no poder público e pode nos ajudar a pensar tal situação. bjs
25 de fevereiro de 2012 às 19:31ps. ainda brava pelos seus furos!!!!
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15 de abril de 2013 às 19:22Τhanκs
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