Versos de Inverno
Caros Leitores,
Nesta sexta trago-lhes o poema "Versos
de Inverno". É um resultante das introspecções complexas que essas noites
frias de Minas são capazes de proporcionar. Trata-se de uma reflexão sobre o
cárcere, a liberdade e sobre a mansidão dos novos começos.
Adriano
Almeida
Versos de Inverno
Agora é tempo de
encontro,
de lábios e contos...
Lá fora o frio abre os
sonhos,
os mais loucos e insanos.
Chora o tempo à sua
hora...
Cantam os santos, os
monges,
os bêbados profanos.
Libertos dos cárceres e
dos planos...
Grita a noite, calma...
Sorri e devaneia a alma.
Corre, sem rumo,
vívida...
Desperta o sono e acalma.
Abre a janela e deita,
a noite e os poetas.
Dançam os pensamentos...
Em firmes passos
plenos...
Foge o medo,
Medonho e cego...
Achegam-se os sons,
em notas vibrantes...
Encontrando as portas
abertas...
Abraçam as canções,
que há anos não
tocavam...
Reacordando os violões
adormecidos...
De suas noites hibernais.
Sorriem os esboços,
os desenhos inacabados,
seus riscos e traços...
Desejando os toques
intensos,
seus olhos, seu suor
exalado...
Agora é tempo de encanto,
de vozes e cantos...
Aqui dentro o calor
alimenta os sonhos,
os mais vivos humanos...
Adriano
Almeida é pesquisador na área de
cultura, imaginário e simbologia do espaço. Mineiro, tem se dedicado a escrever
poemas, crônicas e contos. Seus escritos, de caráter introspectivo, retratam as
incertezas, os conflitos, a melancolia e os encantos da existencialidade
humana.
5 comentários:
Querido Adriano, como é bom ler suas poesias, são lindas!! E essa me fez refletir; que o recomeço vem sempre depois de um fim, fim de tantas coisas que precisam ser revistas e repensadas. Adoro recomeçar, tentar de outra forma, ir a lugares que nunca fui, fazer coisas que nunca fiz. Conhecer pessoas, andar por ruas estranhas, perceber cada detalhe do antigo, do já visto mil vezes. Recomeçar tem o frescor da manhã e a graça do sorriso da criança... parabéns querido! Mil beijos!
27 de julho de 2012 às 10:26Ah, querido, esqueci de dizer que Ceneart sou eu, a Katia, caso não reconheça na fotinho!! beijos
27 de julho de 2012 às 10:27Muitíssimo bom! Coisas assim deveriam aparecer com mais frequência.
27 de julho de 2012 às 11:14Kátia, feliz pela arte produzir frutos, tocar, emocionar, fazer refletir...Essa é a sua importância... E PH, essa revista é permeada de textos ótimos, meus e de outros autores, se delicie... ^^ Bjooss
27 de julho de 2012 às 15:22Querido estamos em salvador, eu taty djalma lucia, lembramos de vc. Adorei o poema, mudancas de alma nao so de habitos. Bjs
31 de julho de 2012 às 11:35Postar um comentário
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