sexta-feira, 27 de julho de 2012

Versos de Inverno




Caros Leitores,


       Nesta sexta trago-lhes o poema "Versos de Inverno". É um resultante das introspecções complexas que essas noites frias de Minas são capazes de proporcionar. Trata-se de uma reflexão sobre o cárcere, a liberdade e sobre a mansidão dos novos começos. 

                                                                                                                                            Adriano Almeida


Versos de Inverno


Agora é tempo de encontro,
de lábios e contos...
Lá fora o frio abre os sonhos,
os mais loucos e insanos.


Chora o tempo à sua hora...
Cantam os santos, os monges,
os bêbados profanos.
Libertos dos cárceres e dos planos...

 
Grita a noite, calma...
Sorri e devaneia a alma.
Corre, sem rumo, vívida...
Desperta o sono e acalma.


Abre a janela e deita,
a noite e os poetas.
Dançam os pensamentos...
Em firmes passos plenos...

 
Foge o medo,
Medonho e cego...
Achegam-se os sons,
em notas vibrantes...
Encontrando as portas abertas...

Abraçam as canções,
que há anos não tocavam...
Reacordando os violões adormecidos...
De suas noites hibernais.


Sorriem os esboços,
os desenhos inacabados,
seus riscos e traços...
Desejando os toques intensos,
seus olhos, seu suor exalado...

Agora é tempo de encanto,
de vozes e cantos...
Aqui dentro o calor alimenta os sonhos,
os mais vivos humanos...




Adriano Almeida é pesquisador na área de cultura, imaginário e simbologia do espaço. Mineiro, tem se dedicado a escrever poemas, crônicas e contos. Seus escritos, de caráter introspectivo, retratam as incertezas, os conflitos, a melancolia e os encantos da existencialidade humana.




5 comentários:

Fanzineviagens disse...

Querido Adriano, como é bom ler suas poesias, são lindas!! E essa me fez refletir; que o recomeço vem sempre depois de um fim, fim de tantas coisas que precisam ser revistas e repensadas. Adoro recomeçar, tentar de outra forma, ir a lugares que nunca fui, fazer coisas que nunca fiz. Conhecer pessoas, andar por ruas estranhas, perceber cada detalhe do antigo, do já visto mil vezes. Recomeçar tem o frescor da manhã e a graça do sorriso da criança... parabéns querido! Mil beijos!

27 de julho de 2012 às 10:26
Fanzineviagens disse...

Ah, querido, esqueci de dizer que Ceneart sou eu, a Katia, caso não reconheça na fotinho!! beijos

27 de julho de 2012 às 10:27
Unknown disse...

Muitíssimo bom! Coisas assim deveriam aparecer com mais frequência.

27 de julho de 2012 às 11:14
Adriano de Almeida disse...

Kátia, feliz pela arte produzir frutos, tocar, emocionar, fazer refletir...Essa é a sua importância... E PH, essa revista é permeada de textos ótimos, meus e de outros autores, se delicie... ^^ Bjooss

27 de julho de 2012 às 15:22
Ana Dietrich disse...

Querido estamos em salvador, eu taty djalma lucia, lembramos de vc. Adorei o poema, mudancas de alma nao so de habitos. Bjs

31 de julho de 2012 às 11:35

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