sábado, 25 de agosto de 2012

Votar pra que?

     



Todas as cidades do país estão em um momento de eleição de prefeitos e vereadores. Sendo assim, todos nós nos deparamos, diariamente, com carros de som (alto), panfletos, cartazes, entre outras formas de abordagem que tentam nos convencer acerca de quem votar.

A grande pergunta que fiz no início desse texto, todos os dias, vem à minha cabeça: “Votar pra que”? Sei que esse questionamento parece antidemocrático, desestimulante, mas, por outro lado acredito que os políticos que vemos na TV todos os dias apenas contribuem com o “desencanto” populacional.

Algumas notícias veiculadas em canais de TV, jornais, sites de notícias me deixaram atento quanto à política brasileira: mais da metade da população brasileira é composta de analfabetos funcionais; professores universitários são obrigados a proclamar greve para que consigam receber um salário condizente com os anos de estudo e carga de trabalho; muitas categorias de funcionários federais também entraram em greve por salários mais justos; julgamento do mensalão, entre outras coisas. É difícil acreditar em uma política feita em um país que figura dentre os dez mais ricos do mundo, mas que, por outro lado, tem tantos problemas básicos a serem resolvidos.

Dizem que somos um país em franco desenvolvimento, mas como acreditar nisso quando ligamos a TV e vemos hospitais sem vagas, pessoas que não conseguem se tratar, concomitantemente, surgem escândalos e mais escândalos envolvendo políticos corruptos?

Citemos também os descasos com as cidades brasileiras que têm asfaltos em péssimas condições, péssima iluminação pública, transporte “público” caro e ruim, falta de emprego. Por isso e muito mais me questiono se votar vale a pena, se utilizarei meu voto para eleger alguém preocupado em defender os interesses de TODOS ou apenas mais um que quer se aproveitar de seu cargo público para conseguir acumular bens.

Como é difícil acreditar nos candidatos, exerço meu direito de não votar em ninguém e, então, fazer o meu protesto, mesmo que só.


Rodrigo C. M. Machado é mestrando em Letras, com ênfase em Estudos Literários, pela Universidade Federal de Viçosa. Dedica-se ao estudo da poesia portuguesa contemporânea, com destaque para a lírica de Sophia de Mello Breyner Andresen

1 comentários:

Yara Silvia disse...

Você não está só, Rodrigo! A multidão em movimento, no mundo todo, está abraçando essa tese: não quer mais delegar o poder. Convido-o a ler nosso poema "Chega de voto!" publicado em nosso blog www.sitiopolemico.com

Yara e Valdo

31 de agosto de 2012 às 19:22

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