Votar pra que?
Todas
as cidades do país estão em um momento de eleição de prefeitos e vereadores.
Sendo assim, todos nós nos deparamos, diariamente, com carros de som (alto),
panfletos, cartazes, entre outras formas de abordagem que tentam nos convencer
acerca de quem votar.
A
grande pergunta que fiz no início desse texto, todos os dias, vem à minha
cabeça: “Votar pra que”? Sei que esse questionamento parece antidemocrático, desestimulante,
mas, por outro lado acredito que os políticos que vemos na TV todos os dias
apenas contribuem com o “desencanto” populacional.
Algumas
notícias veiculadas em canais de TV, jornais, sites de notícias me deixaram
atento quanto à política brasileira: mais da metade da população brasileira é composta de analfabetos
funcionais; professores universitários são obrigados a proclamar greve para que
consigam receber um salário condizente com os anos de estudo e carga de
trabalho; muitas categorias de funcionários federais também entraram em greve
por salários mais justos; julgamento do mensalão, entre outras coisas. É
difícil acreditar em uma política feita em um país que figura dentre os dez
mais ricos do mundo, mas que, por outro lado, tem tantos problemas básicos a
serem resolvidos.
Dizem
que somos um país em franco desenvolvimento, mas como acreditar nisso quando
ligamos a TV e vemos hospitais sem vagas, pessoas que não conseguem se tratar,
concomitantemente, surgem escândalos e mais escândalos envolvendo políticos corruptos?
Citemos
também os descasos com as cidades brasileiras que têm asfaltos em péssimas
condições, péssima iluminação pública, transporte “público” caro e ruim, falta
de emprego. Por isso e muito mais me questiono se votar vale a pena, se
utilizarei meu voto para eleger alguém preocupado em defender os interesses de
TODOS ou apenas mais um que quer se aproveitar de seu cargo público para
conseguir acumular bens.
Como
é difícil acreditar nos candidatos, exerço meu direito de não votar em ninguém
e, então, fazer o meu protesto, mesmo que só.
Rodrigo C. M. Machado é mestrando em Letras, com ênfase em Estudos Literários, pela Universidade Federal de Viçosa. Dedica-se ao estudo da poesia portuguesa contemporânea, com destaque para a lírica de Sophia de Mello Breyner Andresen
1 comentários:
Você não está só, Rodrigo! A multidão em movimento, no mundo todo, está abraçando essa tese: não quer mais delegar o poder. Convido-o a ler nosso poema "Chega de voto!" publicado em nosso blog www.sitiopolemico.com
31 de agosto de 2012 às 19:22Yara e Valdo
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