Uma versão White Power para a canção Johnny B. Goode
Johnny B. Goode é sem dúvida um clássico do Rock n Roll. A canção composta por Chuck Berry, na década de 1950, que fala de um rapaz do campo e sua habilidade excepcional como guitarrista, ganhou ao longo das décadas inúmeras regravações honoríficas, conhecidas como covers, executadas por conjuntos musicais dos mais variados estilos.
Outros conjuntos se apoiaram no sucesso da canção para publicizar versões que modificaram o sentido original da música e serviram para difusão de ideais políticos. É o caso de Johnny Joined the Klan (Johnny ingressou na Klan), versão de autoria do conjunto The Klansmen, nome em referência aos membros da organização supremacista racial norte americana Ku Klux Klan.
Fundado por Ian Stuart, que também foi mentor da banda skinhead inglesa Skrewdriver e, supostamente, por membros da também inglesa Demented Are Go, no final da década de 1980, este conjunto tocava canções no estilo Rockabilly abordando temas como cultura Redneck sulista norte americana, a cultura Biker (motociclistas) ou a guerra civil americana, com um forte discurso supremacista branco. O objetivo era conquistar o público norte americano que comungava com estes ideais.
A canção Johnny Joined the Klan foi lançada em 1989, pela gravadora Klan Records, em um EP homônimo. Ao invés de tratar do excepcional guitarrista descrito por Chuck Berry, a versão trata de um jovem branco que teve seus bens roubados e por conta disso decidiu ingressar na “Klan”.
Outros conjuntos se apoiaram no sucesso da canção para publicizar versões que modificaram o sentido original da música e serviram para difusão de ideais políticos. É o caso de Johnny Joined the Klan (Johnny ingressou na Klan), versão de autoria do conjunto The Klansmen, nome em referência aos membros da organização supremacista racial norte americana Ku Klux Klan.
Fundado por Ian Stuart, que também foi mentor da banda skinhead inglesa Skrewdriver e, supostamente, por membros da também inglesa Demented Are Go, no final da década de 1980, este conjunto tocava canções no estilo Rockabilly abordando temas como cultura Redneck sulista norte americana, a cultura Biker (motociclistas) ou a guerra civil americana, com um forte discurso supremacista branco. O objetivo era conquistar o público norte americano que comungava com estes ideais.
A canção Johnny Joined the Klan foi lançada em 1989, pela gravadora Klan Records, em um EP homônimo. Ao invés de tratar do excepcional guitarrista descrito por Chuck Berry, a versão trata de um jovem branco que teve seus bens roubados e por conta disso decidiu ingressar na “Klan”.
Capa do EP Johnny Joined the Klan. Klan Records, 1989.
A letra da canção possui alterações significativas em relação à letra original. Entre elas, destaca-se o refrão e uma frase que, na versão original, "previa" o nome de Johnny exibido em um letreiro luminoso, enquanto que na versão da Klansmen a luz emanaria de uma cruz em chamas, um dos símbolos mais conhecidos da Ku Klux Klan.
Johnny Joined the Klan, não é um cover, nem uma paródia. Trata-se de uma ferramenta de difusão de ideais supremacistas raciais. O fato de Chuck Berry ser afrodescendente e, provavelmente, o Johnny da versão original também, não provoca nenhum constrangimento, pois a versão da Klansmen pretendeu, como já dito no início texto, ganhar visibilidade com a polêmica.
Abaixo, para fins de comparação, deixo as letras das canções e um link para a versão da Klansmen. As imagesn do vídeo são do filme " O nascimento de uma nação" (Birth of a Nation, 1915) de David W. Griffith.
Johnny Joined The Klan (The Klansmen)
Deep down in Louisiana close the New Orleans,
Way back up in the woods among the evergreens,
There stood a log cabin made of earth and wood,
Where lived a country boy named Johnny B Good,
Didn't like muggers taking over his land,
Johnny got clever and joined the Ku Klux Klan.
Go, go Johnny go go,
Go Johnny go go,
Go Johnny go go,
Go Johnny go go,
Well Johnny joined the Klan.
He used to carry his shotgun in a gunny sack,
Or sit beneath the tree by the railroad track,
Watching for the muggers who had robbed the girls,
Johnny put up the rifle and his flag unfurled,
Muggers seen the gun held in Johnny's hand,
Johnny put his life into another land.
His mother told him one day you will be a man,
And you will be the leader of a big old Klan,
Many people coming from miles around,
And see your burning crosses when the sun goes down,
Maybe one day your name will be in light,
Sayin' Johnny join the Ku Klux Klan tonight.
Johnny B Goode (Chuck Berry)
Deep down Louisiana close to New Orleans
Way back up in the woods among the evergreens
There stood a log cabin made of earth and wood
Where lived a country boy named Johnny B. Goode
Who never ever learned to read or write so well
But he could play the guitar just like a ringing a bell
Go go
Go Johnny go go
Go Johnny go go
Go Johnny go go
Go Johnny go go
Johnny B. Goode
He used to carry his guitar in a gunny sack
Go sit beneath the tree by the railroad track
Oh, the engineers would see him sitting in the shade
Strumming with the rhythm that the drivers made
People passing by they would stop and say
Oh my that little country boy could play
His mother told him "Someday you will be a man,
And you will be the leader of a big old band.
Many people coming from miles around
To hear you play your music when the sun go down
Maybe someday your name will be in lights
Saying Johnny B. Goode tonight.
A letra da canção possui alterações significativas em relação à letra original. Entre elas, destaca-se o refrão e uma frase que, na versão original, "previa" o nome de Johnny exibido em um letreiro luminoso, enquanto que na versão da Klansmen a luz emanaria de uma cruz em chamas, um dos símbolos mais conhecidos da Ku Klux Klan.
Johnny Joined the Klan, não é um cover, nem uma paródia. Trata-se de uma ferramenta de difusão de ideais supremacistas raciais. O fato de Chuck Berry ser afrodescendente e, provavelmente, o Johnny da versão original também, não provoca nenhum constrangimento, pois a versão da Klansmen pretendeu, como já dito no início texto, ganhar visibilidade com a polêmica.
Abaixo, para fins de comparação, deixo as letras das canções e um link para a versão da Klansmen. As imagesn do vídeo são do filme " O nascimento de uma nação" (Birth of a Nation, 1915) de David W. Griffith.
Johnny Joined The Klan (The Klansmen)
Deep down in Louisiana close the New Orleans,
Way back up in the woods among the evergreens,
There stood a log cabin made of earth and wood,
Where lived a country boy named Johnny B Good,
Didn't like muggers taking over his land,
Johnny got clever and joined the Ku Klux Klan.
Go, go Johnny go go,
Go Johnny go go,
Go Johnny go go,
Go Johnny go go,
Well Johnny joined the Klan.
He used to carry his shotgun in a gunny sack,
Or sit beneath the tree by the railroad track,
Watching for the muggers who had robbed the girls,
Johnny put up the rifle and his flag unfurled,
Muggers seen the gun held in Johnny's hand,
Johnny put his life into another land.
His mother told him one day you will be a man,
And you will be the leader of a big old Klan,
Many people coming from miles around,
And see your burning crosses when the sun goes down,
Maybe one day your name will be in light,
Sayin' Johnny join the Ku Klux Klan tonight.
Johnny B Goode (Chuck Berry)
Deep down Louisiana close to New Orleans
Way back up in the woods among the evergreens
There stood a log cabin made of earth and wood
Where lived a country boy named Johnny B. Goode
Who never ever learned to read or write so well
But he could play the guitar just like a ringing a bell
Go go
Go Johnny go go
Go Johnny go go
Go Johnny go go
Go Johnny go go
Johnny B. Goode
He used to carry his guitar in a gunny sack
Go sit beneath the tree by the railroad track
Oh, the engineers would see him sitting in the shade
Strumming with the rhythm that the drivers made
People passing by they would stop and say
Oh my that little country boy could play
His mother told him "Someday you will be a man,
And you will be the leader of a big old band.
Many people coming from miles around
To hear you play your music when the sun go down
Maybe someday your name will be in lights
Saying Johnny B. Goode tonight.
Alexandre de Almeida é graduado em Historia e mestre em Antropologia, ambos pela PUCSP. Sua pesquisa tem como foco os grupos juvenis urbanos e seus posicionamentos políticos/partidários. Também realiza pesquisa na área de Arquivologia, com ênfase em documentos audiovisuais e sonoros. Foi radialista na Patrulha FM, em Santo André (SP), especializada no gênero Rock, no final da década de 1990, onde além de apresentar a programação comercial noturna, produziu e apresentou o programa “Expresso da Meia Noite”. Trabalha, há mais de dez anos, com patrimônio histórico arquivístico, atuando em instituições como o Arquivo Público do Estado de São Paulo e Centro de Memória Bunge. Atualmente, coordena a área de Arquivos Sonoros e Audiovisuais do Acervo Presidente FHC e trabalha como professor na rede pública de ensino de São Paulo.
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