Poema antes de dormir
Caros Leitores,
Hoje apresento-lhes uma produção que é, em si mesma,
uma inquietação. Como o próprio título realça é uma reflexão que sugere uma
busca mais intimista das experiências vividas. A ótica da existencialidade sob
um mergulho mais substancial, capaz de maiores entregas. Estamos na era da
transitoriedade e o texto esboça um questionamento acerca da magnitude desse
efêmero, do quão capaz é de realizar os nossos anseios. Onde residem, de fato, as nossas buscas? Do que
depende a alegria? Não estaríamos complexificando demais a simplicidade e extraindo
a sua essência mais autêntica? “Poema antes
de dormir” é um grito de liberdade, um oásis em meio à ditadura das
opressões pós-modernas, é uma carta de alforria.
Adriano de Almeida.
Poema antes de dormir
Deito os
pensamentos,
mas o sono
não vem...
Sinto um
mundo imenso
e um
excesso pra jogar no mar...
O ar
amanhece pesado
e os dias
insuportáveis...
Os pés
seguem cansados,
o sorriso
abre-se agora tímido.
Caminho
pelo deserto...
Encontro os
seres,
incertos...
Seus
pensamentos governados...
Vejo seus
ditadores,
seus homens
sagrados...
Suas
palavras puras,
seus doces
simulacros...
Quero de
volta as canções,
quero as
músicas e os abraços.
Espero seus
olhos sorrindo...
Seus laços,
seus passos...
Devolva-me
os sonhos.
Deixe-me
viver as melodias...
Entregue-me
as vozes e as palavras,
para eternizá-las
em poesia.
Onde está a
liberdade,
que outro
dia recitávamos?
Liberte
nossos ideais,
nosso mundo
sonhado...
E estaremos
de novo juntos,
gritando a
mesma verdade...
Sepultando
as dores,
escrevendo
as mesmas inspirações...
Sentindo outra
vez o mar e as flores.
Adriano Almeida é pesquisador na área de cultura, imaginário e simbologia do espaço. Mineiro, tem se dedicado a escrever poemas, crônicas e contos. Seus escritos, de caráter introspectivo, retratam as incertezas, os conflitos, a melancolia e os encantos da existencialidade humana.
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