SOFIA BOCCA: A ARTE DA TRADUÇÃO
Como diria nosso eterno poeta Vinícius de
Moraes, “a vida é a arte do encontro”, não por acaso a escolha do nome desta
coluna: Incontros. Desde o seu início
e ao longo desses anos, sempre procuramos trazer aquelas pessoas, histórias e
temas que de alguma maneira fazem a diferença em nossa vida. Um dos encontros memoráveis deste ano (embora
virtual), foi com Sofia Bocca, tradutora e professora de língua inglesa. Seu profissionalismo,competência e simpatia nos cativaram totalmente, demonstrando que o trabalho de tradução, acima de tudo, é uma arte.
Em seu processo de formação, Sofia concluiu a licenciatura
em Letras Português – Inglês pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR),
e anteriormente havia concluido o curso técnico em Travel Studies no Portobello Insitute of Further Education em
Dublin, na Irlanda, no ano de 2010. Mas deixemos que ela mesma fale sobre sua
trajetória profissional...
“Comecei a estudar inglês em casa, despretensiosamente, por volta dos sete anos de idade, tendo meu pai (que pouco conhecia a língua) como professor. Meus pais, professores, reconheciam a importância de se aprender uma língua estrangeira. Assim, me incentivaram a aprender a língua Inglesa.
Londres, Inglaterra. |
“Comecei a estudar inglês em casa, despretensiosamente, por volta dos sete anos de idade, tendo meu pai (que pouco conhecia a língua) como professor. Meus pais, professores, reconheciam a importância de se aprender uma língua estrangeira. Assim, me incentivaram a aprender a língua Inglesa.
A princípio, quando criança, pensava em ser
professora de Português. Porém, com o passar do tempo, depois de muitos anos
estudando Inglês, iniciei o curso de Letras Português-Inglês motivada pelo
gosto por essa língua estrangeira. Nesse período, em 2007, trabalhei como
professora particular de Inglês e como tradutora em uma empresa da área de
Tecnologia da Informação, na qual fazia tradução (do inglês para o português) e
versão (do português para o inglês) de apostilas e diversos materiais.
No entanto, em 2008, decidi me aventurar pela
Europa e, claro, o destino não poderia ser outro se não o berço da língua Inglesa.
Então fui parar em Londres, onde morei e vivenciei a língua e a cultura Inglesa
por 2 anos. Foi uma experiência maravilhosa, pois nunca havia saído do país e
usado na prática o inglês em todas as situações cotidianas. Foi ótimo para
adquirir vocabulário e perceber as diferenças entre a língua na teoria, dos
livros, e a língua na prática, da ‘vida real’.
Galway, Irlanda. |
Além da língua, pude conhecer diversos britânicos
(de todas as faixas etárias e condição social) e desconstruir a imagem de um
povo frio e preconceituoso. Ao contrário, fui muito bem recebida por todos, que
demonstraram respeito e curiosidade em relação ao Brasil.
Dublin, Irlanda. |
Decidida a voltar a estudar e vivenciar outra
cultura, mudei-me para Dublin, na Irlanda, onde fiz um curso técnico de
turismo. Foi muito interessante fazer parte do mundo acadêmico em outro país e
observar como as aulas eram ministradas, como era dada autonomia aos alunos
(diferente do Brasil, onde, me parece, o professor é responsável pelo
aprendizado e pela conduta do aluno). Além de estudar Turismo e aprender sobre
a área, ampliei, ainda mais, meus conhecimentos sobre a língua Inglesa.
Carlow, Irlanda. |
Pude
comparar e observar as diferenças entre o inglês falado pelos americanos (que
havia aprendido no Brasil), o inglês dos britânicos (do período em que passei
na Inglaterra) e o inglês dos irlandeses. Também, por morar com pessoas de
diversos países, foi possível verificar como as pessoas de outras culturas
percebem e usam a língua, e como encaram e se inserem (ou não se inserem) na
cultura do país anfitrião. Outro ponto positivo de morar em um país europeu é a
possibilidade de viajar para os países vizinhos por preços razoáveis e com curtas
distâncias.
Após esse período enriquecedor de três anos no
exterior, resolvi voltar para o Brasil e dar continuidade aos estudos e à
carreira de professora e tradutora, com mais conhecimento linguístico e de
mundo. Assim, iniciei (novamente) o curso de Letras na UTFPR. Apesar do meu
trabalho de conclusão de curso ter sido sobre Literatura Infantil brasileira (sobre
história em quadrinhos), meu foco ainda permaneceu sendo a língua Inglesa.
Glasgow, Escócia. |
Assim, continuei ministrando aulas particulares e em
escolas de idiomas para todo tipo de público, com os mais variados níveis de
conhecimento da língua e com diferentes focos de aprendizagem. Além das aulas,
voltei a traduzir, agora como autônoma. Venho traduzindo diversos textos, das
mais variadas áreas – saúde, educação, etc, – o que é, de certa forma, um
desafio, já que tenho que fazer pesquisas para encontrar o vocabulário
específico de cada área.
Como se sabe, apesar de nem sempre ser reconhecido, o trabalho do professor é muito importante. O trabalho do professor de línguas não seria diferente. Hoje, com a globalização, a facilidade de acesso à informação, com o inglês como língua franca, língua universal, é quase impossível não ter qualquer tipo de contato com a mesma. Por isso, a busca por aulas está cada vez maior. Além das aulas, a busca por tradução e versão é muito grande, seja para apenas possibilitar a leitura de um texto originalmente no inglês, ou para poder ter algo publicado na língua inglesa.
Como se sabe, apesar de nem sempre ser reconhecido, o trabalho do professor é muito importante. O trabalho do professor de línguas não seria diferente. Hoje, com a globalização, a facilidade de acesso à informação, com o inglês como língua franca, língua universal, é quase impossível não ter qualquer tipo de contato com a mesma. Por isso, a busca por aulas está cada vez maior. Além das aulas, a busca por tradução e versão é muito grande, seja para apenas possibilitar a leitura de um texto originalmente no inglês, ou para poder ter algo publicado na língua inglesa.
Não são trabalhos fáceis, já que exigem constante
atualização, estudo e pesquisa, mas é muito legal
poder fazer parte do aprendizado dos alunos ou ver a satisfação dos clientes de
tradução. Vê-los animados com seus próprios progressos ou com a possibilidade
de ver seus textos em outra língua é muito gratificante para mim.”
4 comentários:
Sempre bom ver exemplos de profissionalismo num jovem.
16 de dezembro de 2015 às 09:41Parabéns, professora(s).
É importante divulgar experiências tão interessantes. Gostei do comentário da Sofia que ao fazer o curso técnico na Irlanda observou "como as aulas eram ministradas, como era dada autonomia aos alunos (diferente do Brasil, onde, me parece, o professor é responsável pelo aprendizado e pela conduta do aluno)". Concordo e acrescento que no Brasil existe muito paternalismo nas escolas. Está mais do que na hora de mudar para o despertar da consciência crítica. Parabéns pelo trabalho.
17 de dezembro de 2015 às 07:45Parabéns, Sofia!!! Orgolhosa de você... Achei muito interessante também o comentário que VC faz dos alunos brasileiros, pois essa é a grande crítica percebida no exterior... Eu, com os mês dois filhos na Europa, eles sentem isso também...
18 de dezembro de 2015 às 20:04Sofia querida, registro também a alegria deste encontro e a certeza de que nossa parceria será longa e frutífera!
19 de dezembro de 2015 às 09:46Postar um comentário
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