Sem treino e preparo físico, todas pessoas são frágeis!
Se
raros são os espaços de lazer destinado aos trabalhadores, pior ainda
são para as mulheres. Muitas de nós têm medo de ser assediada,
perseguida ou por "má fama" e se limitam ainda mais deles.
China e Austrália serão as representantes da Ásia no futebol feminino do Rio 2016 (Foto: Getty Images/Atsushi Tomura) |
As
coisas estão assim por um histórico que antecede o presente e, ao
pensar localmente, temos documentado que "futebol não é esporte para
mulheres" e, na ditadura militar, fomos legalmente fomos proibidas de jogar futebol.
Mesmo
com a revogação desta lei e os vários direitos humanos formais
conquistados após 1988, temos ainda na prática uma cultura segregadora
em larga escala.
Passeatas contra a Ditadura Militar Foto: Reprodução
Na prática esportiva não é diferente, na escola estadual que estudei haviam duas quadras, uma delas era destinada para os meninos jogarem futebol e a outra as meninas jogavam handebol ou queimada.
Esta separação ainda se faz em vários níveis: futebol de várzea, profissional e amador, pois não se tem estrutura, patrocínio, apoio e jogos regulares, assim as equipes vão desaparecendo.
São
raros os times exclusivos feminino e quando há mistos, muitas vezes as
mulheres têm que ter uma habilidade e concentração exímia para conseguir
participar ativamente da partida, pois ter uma mulher em campo que tem
medo ou não joga muito bem, não descontrói nada, pelo contrário, só
perpetua a segregação. Então, a auto-cobrança é redobrada por ser
ativista e querer jogar.
Não necessariamente precisa pegar leve porque é menina, vejo homens mais frágeis do que muitas garotas que conheço.
Conseguimos ajeitar a bola no peito sim, pois aprendemos também a dominar a bola treinando.
Sem treino e preparo físico, todas pessoas são frágeis!
Sem treino e preparo físico, todas pessoas são frágeis!
O
futebol feminino profissional é um reflexo do quão marginalizadas ainda
estamos. Apesar de existir jogadoras fortes, ágeis e guerreiras estamos
inviabilizadas por uma sociedade patriarcal e capitalista que segrega,
excluí e favorece uma parcela bem pequena da população...
Perto do dia 08/03/2016 fui convidada por uns camaradas do ABC Celeste Proletária Futebol Operário para escrever algo sobre mulher e futebol.
Com base em materiais que pesquiso e conversamos no coletivo e time que faço parte Rosanegra Ação Direta e Futebol, escrevi essa matéria. Aproveito para divulgar uma reportagem sobre o tema que saiu na TV Brasil (EBC):
Toda colaboração/comentário/divulgação que venha somar é bem vinda.
Até a próxima,

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