Do que é feito o seu Natal?
Nesta segunda, como é sabido, o fantasma do terrorismo chegou em Berlim. Apesar da seriedade do momento, a única coisa que me veio, foi imaginar como os estrangeiros estariam falando "Breitscheid Platz" e "Gedächtnisskirche"... Senti pena dos locutores deste mundão todo.
Em Berlim o clima está tenso, mas fora as notícias e os programas de entrevistas com especialistas, que parecem repetir tudo o que foi dito depois de Paris, aqui no meu cantinho nada mudou. Não posso dizer o quão inseguro e amedrontado está aquele que pega o trem ou o metrô todos os dias pro trabalho. No fim, mesmo no meio de uma guerra, a vida continua.
Enquanto isso, as autoridades estão desesperadas para entregar um culpado, já existe um suspeito. Os partidos conservadores - principalmente do sul - já começam a falar mal da chegada dos refugiados, antes mesmo da certeza de que o terrorista seria um deles. Os partidos de direita então, estão se servindo como num banquete, e a vida toma seu rumo.
O mais longe que o sol pode chegar, agora só resta a volta. |
Este momento foi e é importante para muitas culturas, e dele nasceu a ideia do Natal. Segundo o que li, no século 3 depois de Cristo foi criada pelos Romanos a Festa do "Sol Vencedor" - Sol Invictus. Os cristãos, pra contra-balancear, inventaram o nascimento de Cristo, "o sol" que (re)nasce todos os anos. Os de lá vinham com o "verdadeiro sol", os de cá com a "verdadeira luz do mundo". Juntaram o fenômeno astronômico com uma ou outra frase do Novo Testamento para justificar e, mais de 200 anos depois, no Primeiro Concílio de Constantinopla, a festa foi oficializada para todos os Cristãos.
São Nicolaus e os Krampus e as pobres crianças... Feliz Natal! |
E depois veio a "Coca-Cola" e mexeu no Natal e mais num montão de coisas...
foto de 2013: "Quem planta armas, colhe refugiados" |
Nikolaus e Krampus em serviço:
https://www.youtube.com/watch?v=6bdHr8Kdocc
Foto:
http://www.nachrichten.at/nachrichten/chronik/OEsterreicher-setzen-weiter-auf-Krampus-und-Nikolo;art58,2049496
Ana Valéria Celestino, mora em Berlim há quase duas décadas, tempo que vem observando as mudanças da cidade. Estudou História em São Paulo e em Berlim, hoje trabalha como tradutora.
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