quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

tudo cabe no museu




Hoje a notícia de destaque foi a de que o o Museu "Haus der Geschichte" em Bonn está pensando seriamente em expor parte do caminhão usado no atentado terrorista ao mercado de natal em Berlim. O Museu trata da História da Alemanha sua exposição permanente a barca "tudo que é alemão" de 1945 até hoje, inclusive a história da divisão do país. Já está no conceito do museu apresentar objetos originais, não importando sua dimensão, expondo-os numa "cena original" e sempre acompanhado de outros documentos e informações.



Para tomar a decisão definitiva, segundo o presidente do museu, é necessário esperar ainda mais um tempo. Por conta do caminhão ser muito grande é preciso decidir que parte seria exposta. Hans Walter Hütter não quer deixar para a História apenas a versão dos terroristas e vê como tema de grande importância social, portando, querendo ou não, pertencente à História Alemã.

O jornal "Der Tagespiegel" publica uma opinião favorável, afinal existe o museu do corredor da morte no Texas, onde se pode sentar na cadeira elétrica e até comprar um livro com as receitas mais pedidas pelos condenados para a sua última "janta". Existe o museu de Auschwitz e o Ground-Zero, em NY, é bem documentado, apresentando restos achados nas ruínas do Trade Center... O caminhão já faz parte da História do país.




O "opinador" continua dizendo que, apesar de que, segundo Freud a troca da experiência sensorial pela abstração é uma etapa importante no caminho de "se Humanizar", o museu, por seu lado, reaviva os sentidos/experiências sensoriais e limita a fantasia/abstração. Seria então um lugar apropriado para o caminhão...



Fotos e reportagens:
http://www.faz.net/aktuell/feuilleton/anschlag-in-berlin-lkw-koennte-ins-museum-kommen-14603911.html
http://www.jo-igele.de/7-highlights-fuer-deinen-wochenendtrip-nach-bonn/

http://www.dw.com/de/nach-berlin-anschlag-gehört-der-terror-lkw-ins-museum/a-36996487
http://www.tagesspiegel.de/kultur/breitscheidplatz-wir-sind-so-frei-und-unverschaemt/19209716.html




Ana Valéria Celestino, mora em Berlim há quase duas décadas, tempo que vem observando as mudanças da cidade. Estudou História em São Paulo e em Berlim, hoje trabalha como tradutora.


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