Cavalos ao mar





Quem já leu alguma obra da poeta Sophia de Mello Breyner Andresen deve ter percebido o destaque que ela dá ao mar. A sensação que temos, enquanto leitores, é de que o mar foi muito importante não só quanto inspiração, mas que se fez presente durante toda a vida da artista. Há um poema que para mim é muito simbólico e faz com que eu sinta o mar de Sophia. O poema chama-se ondas:

Ondas

Onde - ondas – mais belos cavalos
Do que estes ondas que vós sois
Onde mais bela curva do pescoço
Onde mais longas crinas sacudidas
Ou impetuoso arfar no mar imenso
Onde tão ébrio amor em vasta praia.






Não é difícil perceber a relação estreita que a poeta faz entre as ondas e um cavalo. Ambos em movimento constante, com suas crinas que se sacodem, com seus pescoços imponentes e curvos e com o quebrar que é diretamente relacionado ao sacudir destas crinas. Os cavalos são animais fortes, vigorosos, que com sua força fizeram parte não só da vida de Sophia, mas ficaram marcados na história, lembremos do famoso cavalo de Napoleão Bonaparte, o cavalo de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal importante na independência brasileira, além de muitos outros fatos históricos nos quais eles estiveram presentes.

Por outro lado, as ondas, ou melhor, o mar também ficou marcado na história, já que através dele desbravaram e descobriram novos mundos e novas terras. Ele foi muito importante para a expansão marítima e imperial dos ex Impérios europeus, além de obviamente, figurar com extrema importância para o desenvolvimento econômico de tais países.


Em meio a esse mar tão imponente, que gera medos, amores, que hoje serve tanto para transações comerciais quanto para deslumbramento de suas belezas, há as ondas que são descritas de maneira brilhante como “Ou impetuoso arfar no mar imenso”. Ou seja, as ondas funcionam como a respiração ofegante do mar imenso, maravilhoso. Elas têm o papel de estabelecer um contato maior com a terra, mostrando aos habitantes desta o quanto o mar é vivo e sábio.

Ao fim deste texto, transcrevo outro poema de Sophia no qual o mar e as ondas possuem uma grande importância.

Beira-Mar

Mitológica luz da beira mar
A maré alta sete vezes cresce
Sete vezes decresce seu inchar
E a métrica de um verso a determina
Crianças brincam nas ondas pequeninas
E com elas em brandíssimo espraiar
Em volutas e crinas brinca o mar



Para os leitores que queiram conhecer mais os poemas de Sophia e desejam saber as referências dos poemas acima: o poema Ondas foi retirado da obra Musa e o poema Beira-Mar está presente em O Búzio de Cós e outros poemas.





Rodrigo C. M. Machado é Mestrando em Letras pela Universidade Federal de Viçosa.

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127 horas, de tensão, introspecção e superação


Cartaz do filme.

Quantas vezes você teve a oportunidade de ver imagens de um cânion nas telas do cinema? Já pensou em viver uma aventura num cânion em Utah? Então é bom se preparar pois o que vem a seguir são cenas de pura emoção. 127 horas é emoção, introspecção e muitos, muitos primeiros planos do protagonista que posa para uma câmera digital e faz dela sua cúmplice perfeita. 

A imagem de Aron pela câmera
Sexta passada, dia 18, cheguei às 21:10 da Faculdade, nada especial para fazer. Ah, claro, pensei logo: posso ir ao cinema. Rapidamente olhei o que ainda poderia ver naquela hora da noite e lá estava, 127 horas. Vi o trailer e corri para o cinema na sessão das 22: 40.
Sem saber muito bem a respeito do filme, pois não havia lido nada sobre, fui apenas com o trailer em minha mente. Parecia algo de aventura. Demorou alguns bons minutos para eu perceber do que se tratava o filme. Ah, Danny Boyle como diretor, me lembrei de ter visto outros filmes dirigidos por ele como, Quem quer ser um Milionário?, romântica história de superação e A praia, filme impressionante e tenebroso com Leonardo de Caprio. No decorrer da sessão fiquei encantada com as imagens do cânion, enormes fendas numa paisagem ocre infinita. O personagem principal, um engenheiro que adora passar seus fins de semana explorando montanhas. 

Cânion em Utah
O filme começa com ares de aventura e vira um viagem existencialista, propondo ao espectador uma entrada para dentro da mente do personagem principal, seus desejos, arrependimentos, delírios, medos e superação. O clima de aventura do início, logo dá lugar a um intrigante jogo de lentes e câmera digital. Lentes que aparecem nos olhos de Aron, o protagonista, quando criança, substituídas por pequenas e gelatinosas lentes de contato quando adulto. A câmera digital que Aron carrega é uma personagem cúmplice que divide e compactua com sua fatídica dor.
O uso e abuso das câmeras subjetivas não são novidades no cinema; já há algum tempo elas são ótimas companheiras dos personagens, um exemplo disso foi o pioneiro A Bruxa de Blair, que usou, abusou e abusou mais um pouquinho das câmeras portáteis e digitais. O que impressiona em 127 horas é que apesar de ser passado em um cânion, há uma tentativa de dar ao filme uma “pegada” urbana, com algumas cenas em telas divididas em três mostrando pessoas aglomeradas nas cidades. Copiando um pouquinho de Peter Greenaway, o mestre das telas subdivididas, esse recurso dá ao filme uma sensação de modernidade. Outro fato interessante são algumas lembranças do protagonista que parecem saídas de um comercial de isotônico. Fiquei deslumbrada com essas misturas referenciais e confesso que o filme encantou-me por esse e por outros motivos: a atuação de James Franco, cômica, sutil e muito leve; pelas imagens do cânion e pela coragem e vontade de viver de Aron. Saí do cinema com uma sensação leve, sublime e otimista sobre a vida e os homens, e claro com uma certeza: a câmera de Aron foi sem dúvida uma coadjuvante incrível. 


Aron, o real 


Depois, pesquisando sobre o filme fiquei sabendo que ele tem 8 indicações para o Oscar, inclusive de melhor ator e melhor filme e que, dia 18 de fevereiro, o dia que fui vê-lo, era sua estréia. O filme é uma adaptação do livro escrito pelo montanhista Aron Ralston, Between a Rock and a Hard Place, publicado pela Atria Books em 2004 e ainda sem tradução para o português brasileiro. Em 2003, o alpinista norte-americano Aron Ralston, 27 anos, fazia trekking pelo Parque Nacional Canyonlands, no estado de Utah, quando caiu numa fenda e teve o braço preso por uma rocha. Uma historia real com ânsia de virar filme.
Adaptar literatura para o cinema é um grande desafio. É preciso transformar palavras em imagens, não aquelas que aparecem em nossas mentes quando estamos lendo; precisa ser mais que isso, é preciso transformar escrita em imagens incríveis, relevantes para o espectador. É necessário conversar com o espectador, passar as emoções, ver o tempo que cada imagem deve durar, que música o espectador deve ouvir quando essas imagens são mostradas. E muito importante, quem serão os atores que viverão essa historia. O roteirista e o diretor passam muito tempo pensando em como transformar aquele livro de memórias em imagens e sons para o cinema.

A criatura e o criador 
Por esse motivo quando assisto um filme de adaptação de um livro sei que para ficar bom é preciso muita sensibilidade. Palmas para o produtor Christian Colson, parceiro de Boyle em seus projetos, para o próprio Boyle, que viu no livro de Aron Ralston um filme em potencial e para Simon Beaufoy, pela sua adaptação do roteiro.
O ator escolhido por Boyle para viver Aron foi o americano de 32 anos James Franco, que possuí um currículo extenso, com participações em torno de 30 filmes. Aron se destacou no cinema pela atuação na trilogia Homem Aranha, encenado Harry Osborn, personagem que contracena com o homem aranha.
Recontar uma história que já repercutiu em jornais e que já foi contada em um livro exige criatividade para fazer render o seu potencial. Com uma produção razoável e uma linguagem a la reality show, o filme promove um pensamento profundo a respeito da solidão, da auto confiança, da vontade de viver e superação dos limites. Deste filme meio “moral da historia” ficam algumas lições: primeira - a natureza é grandiosa e imprevisível, é preciso respeitá-la; Segunda - saia sozinho, mas sempre diga a alguém onde foi; Terceira e última, porém não menos importante - se você tiver uma câmera, filme sempre, mesmo que seja sua própria morte.
Vale muito a pena conferir 127 horas, mas saibam.... em alguns momentos é necessário fechar os olhos ou ter a coragem de vivenciar cenas explícitas de muita atitude. Atitude, é essa a palavra do filme.

Bom filme!




Kátia Peixoto é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Mestre em Cinema pela ECA - USP onde realizou pesquisas em cinema italiano principalmente em Federico Fellini nas manifestações teatrais, clowns e mambembe de alguns de seus filmes. Fotógrafa por 6 anos do Jornal Argumento. Formada em piano e dança pelo Conservatório musical Villa Lobos. Atualmente leciona no Curso Superior de de Música da FAC-FITO, na UNIP nos Cursos de Comunicação e na FPA no curso de Artes Cênnicas, é integrante do grupo Adriana Rodrigues de Dança Flamenca sob a direção de Antônio Benega.

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A FOTOGRAFIA a SERVIÇO dos DIREITOS HUMANOS



Entrou em cartaz nessa última terça-feira a exposição itinerante do fotógrafo carioca João Roberto Ripper na Caixa Cultural de Curitiba. Conversei com ele e também com o curador da mostra Dante Gastaldoni, professor de fotojornalismo da Universidade Federal Fluminense e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de quem tomo a liberdade de transcrever parte do texto de apresentação da mostra, chamada Imagens Humanas.

João Roberto Ripper é ao mesmo tempo, um fotógrafo das antigas e um visionário. Sua fotografia é herdeira direta de uma linhagem de fotógrafos humanistas de tradição clássica, gente como Lewis Hine e Eugene Smith, que ao longo do último século priorizaram os menos favorecidos e comprometeram-se politicamente com seus fotografados. 

Em contrapartida, Ripper tem os olhos voltados para uma documentação fotográfica da exclusão social que possa ser produzida precisamente pelos excluídos e, para tanto, durante os últimos cinco anos, empenhou-se em formar fotógrafos populares na periferia carioca, por meio do trabalho politico-pedagógico de "inclusão visual" que desenvolve no Observatório de Favelas.


A inabalável coerência entre o fotógrafo e o militante, que convivem nesse ser humano diferenciado que é o Ripper, começou a ser forjada na grande imprensa há exatos 35 anos, ganhou consistência na agência independente F4 e redundou em uma trilogia revolucionária, iniciada em 1991, quando ele funda o Imagens da Terra, uma cooperativa de fotógrafos que documentou a luta dos movimentos sindicais e o trabalho alternativo pelas entranhas do nosso país.

Estendeu-se pelo Imagens Humanas, um espaço virtual criado em 1999 para acolher seus projetos individuais, e desaguou no Complexo da Maré em 2004, com a agência-escola Imagens do Povo, a menina dos olhos de um inesperado e tardio professor que volta e meia diverte-se ao dizer, sempre em voz mansa, "estou criando a minha própria concorrência".


A dignidade do fotografado tem sido o fio condutor dessa trajetória de vida, pautada na assumida parcialidade com que ele retrata os despossuídos e alicerçada pelos laços de solidariedade que foram se estabelecendo a partir daí. Na contramão do noticiário, que sistematicamente estigmatiza a pobreza como foco de degradação e violência, as fotografias de Ripper procuram evidenciar a luta pela liberdade protagonizada  por ampla parcela da população brasileira e, como um mantra, enaltecem a beleza, a sensualidade, a alegria e o amor que emanam da nossa gente.


Fotos que, não raro, são doadas para integrar ações orquestradas pelos movimentos sociais; imagens que quase sempre retornam às comunidades fotografadas como uma espécie de prestação de contas.

De certo modo, o despojamento deste fotógrafo e seu desapego para consigo mesmo fazem com que sua exuberante - e malcuidada - produção não seja tão conhecida do grande público, daí a pertinência da presente exposição que, por obra do destino, ganha forma justamente quando a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 60 anos.


A mostra Imagens Humanas exibe 70 ampliações em preto-e-branco, pinçadas de um minucioso garimpo nos 140 mil negativos do acervo de Ripper e divididas em quatro módulos temáticos, cujas fronteiras são muito tênues: Amor, Dor, Resistência e Liberdade.
Assim, os temas mais recorrentes de sua obra (índios, carvoeiros, trabalho escravo etc.) reaparecem aqui e ali emoldurados pelos sentimentos dominantes que transbordam das fotos e parecem guiar João Roberto Ripper em busca por um mundo socialmente mais justo.


Como pano de fundo, foi montado um grande painel composto por 110 pequenos retratos, que instigam o público a se aproximar para ver de perto. São indivíduos de diversas idades e etnias quenos olham de frente, cúmplices do fotógrafo que prioriza as objetivas de curta distância focal e se obriga a estar sempre próximo das pessoas que fotografa.


Gastaldoni, coordenador acadêmico da agência-escola diz que "o melhor curso do qual participo é o da Maré. Ali os alunos aprendem não só a fotografar, mas a refletir sobre a fotografia e a ter compromisso com os direitos humanos".

Fotos: João Roberto Ripper
Textos: Dante Gastaldoni e Izabel Liviski.



Izabel Liviski é Fotógrafa e Doutoranda em Sociologia pela UFPR. Pesquisadora de História da Arte, Sociologia da Imagem e Antropologia Visual.  Escreve quinzenalmente na Revista ContemporArtes.


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Do cinza ao Dark: O cinza - 1946 - 1955




Como primeira coluna deste ano gostaria de utilizar deste espaço para especificar o motivo de meu projeto de pesquisa se intitular "Do Cinza ao Dark". E para tanto gostaria de explicar o primeiro nome, ou seja, o cinza. O cinza seria exatamente nosso tema de hoje, o segundo surto de industrialização em SP e como este fato possui vínculo com a ferrovia, no diz respeito ao trecho LUZ- Rio grande da Serra da CPTM.

Primeiramente não basta mostrar por meio de imagens e vídeos apenas a degradação, uma carcaça de indústria. É preciso ter embasamento histórico, mostrar todo o processo que levou diversas indústrias a se instalarem no entorno da ferrovia e somente após este conhecimento básico, que necessita ser exposto, estar hábil a discorrer sobre tal tema. É por estas e outras que apresento para ao longo do ano os passos que levaram SP a ser considerada a "Detroit Brasileira" e a região do ABC como a "Detroit paulistana". Mas primeiro temos que entender como o período de 1946- 1950 influíram para tal nomenclatura.



1946 - 1955 : O embrião para o surto.

Apesar de economicamente o Brasil estar abalado, é a partir de 1946 que este quadro começa a mudar. Com a alavancada econômica diversas indústrias brasileiras puderam comprar maquinário novo e a frota de veículos puderam ser renovadas. As indústrias referentes ao setor de peças para veículos se firmaram definitivamente no mercado. Todo o contexto de SP estava fervilhando: a televisão, o cinema em extrema ascensão, o despontar do setor de eletrodomésticos, como a Wallita que lançava no brasil o primeiro liquidificador. A marca "indústria brasileira" passou a ser gravada em diversos produtos.

batedeira lançada pela Wallita em 1944 já era sucesso em 1946 ;foto: livro "110 anos de Industrialização em SP". pag105.


Em 1947 uma mudança significativa: desde o ínicio da industrialização em SP datada de 1880 sempre produzimos mais bens de consumo do que à produção. Mas a partir de 47 esta equação se inverte o que significou que passamos a ser fornecedores de nossas próprias fábricas.
Com a alta taxa de importação poderiam dizer que a indústria de autopeças iria por água abaixo. Mas por que ela se manteve? isso é simples, imaginem vocês, por mais que seu veículo "exótico" fosse uma super máquina ela não viria com peças extras para reposição. Isto significa que mesmo que não quisessem os próprietários deste veículos importados teriam que recorrer a conhecidas peças "piratas" da indústria nacional. Aliás este fato possui histórias engraçadas pois podemos dizer que este setor fez "milagres". Meninos do bairros do Brás, Lapa, Penha, Campinas e do ABC paulista corriam pelos terrenos baldios em busca de torneiras quebradas, enxadas velhas, pedaços de canos, pedaços de ferro, arames, panelas de ferro estouradas, todo o tipo de sucata que vendiam as indústrias de autopeças para garantir a matinê do fim de semana. E esta sucata se transformava em bronzinas, polias, coroas, tambores de freio, ou seja, em peças genuínamente brasileiras.

comercial da Companhia de Gás Esso em 1946; foto: livro "110 de industrialização em SP" pag 114.

Além das autopeças outras indústrias e fábricas abriam o terreno para ocorrer o segundo surto de industrialização, como a Arno que a partir de 1944 também passou a produzir eletrodomésticos, a Antarctica Paulista abria mais 12 filiais em 12 cidades (sendo a matriz na frente da estação mooca da linha turquesa), os irmãos Jafet abriam mais três metalúrgicas, a Vigorelli passou a fabricar máquinas de costura, a Votorantim aumentou sua produção de cimento e sustentou diversas obras de expansão em SP, e por fim, a fundação da Compahia Nacional de Gás Esso.


O pós Guerra fez de São Paulo uma cidade moderna e que necessitava se expandir. Foi um renascimento. Vários imigrantes de diversos países viram no Brasil um local de paz e prosperidade e por isso diversos judeus se instalaram no bairro do Bom retiro, assim como alguns italianos. Poloneses, alemães, franceses, eslavos, e que não eram meros camponeses mas sim cientistas, comerciantes, técnicos, industriais. Entre os últimos o mais conhecido industrial foi Francisco Matarazzo Sobrinho, sim sobrinho do imigrante de 1881 que se tornara o maior industrial brasileiro.


Outro fator importante neste período foi a construção da via Anchieta, obra que o paulistano demorou oito anos para ver construída. Isto mudou o quadro até então de ferrovia como a melhor opção para o escoamento de mercadorias entre São Paulo e o porto de Santos. Outro problema é que tanto o maquinário quanto as peças referentes a ferrovia, como o por exemplo, o ferro gusa, estava em falta neste período. Isto mostra o quanto investir na ferrovia, em um país que a pouco tempo sabia o que era ser fornecedor de suas próprias fábricas, era difícil.

Construção da Anchieta. foto: livro "110 anos de industrialização em SP, pg 106.

Entre a opção rodoviária e a ferroviária a primeira ganhou e São Paulo com suas ruas novas, bairros novos, novos percursos como a Anchieta e Anhaguera, o Aeroporto de Conhonhas etc, expansão, mudanças geográficas, transformação. Não dava mais para negar, o paulistano precisava e queria espaço. O confronto entre rodovia e ferrovia se torna injusta na medida que entendemos que o Brasil, em especial São Paulo, precisa crescer mas ainda sofre com seu atrelamento ao passado, pois, quando colocado na balança é nítido que estamos falando de um país essencialmente agralista, que possui uma burguesia medrosa e retrógada, visto que todo o exemplo europeu nos mostra que um país essencialmente industrial necessita de uma malha ferroviária eficiente.
É neste cenário que em 1955 irá ocorrer o chamado "segundo surto de indústrialização paulista",pautada pela indústria automobilística, o tema de minha próxima coluna.Para saber o motivo do Cinza ao Dark, continue seguindo esta coluna, quinzenal sempre com o título do Cinza ao Dark.



Marina Rosmaninho é formada em Ciências Sociais no Centro Universitário Fundação Santo André(2008). É socióloga, amante da linguagem audiovisual, documentários, ferrovias, indústrias e escombros e procura juntar todas suas paixões para analisar a sociedade. Convida a embarcar neste trem sem descarilhar!














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PESADELOS FALANTES


Hoje é um daqueles dias que acordei com a alma carente. A escuridão da noite infinita quase me sufocou. Não fosse a melodia das maritacas lembrando-me adolescentes felizes, eu continuaria deitada. A fuga é dormir, procurar no mundo dos sonhos o pote de ouro no fim do arco-íris. Acordada, procuro no mundo dos homens o pote de esperança a cada dia.
Mas só encontro hipocrisia. Pessoas vivendo em mundos pessoais onde impera o egoísmo acima do bem-comum. Dentro de mim cai uma nevasca que congela sentidos e cobre a paisagem, ao me deparar com essas situações cada vez mais comuns.

A vida transforma-se em filme em preto e branco em que pessoas caminham em slow motion. Os pensamentos ecoam tão alto no vazio da desumanidade, que a dor dilacera meus versos. Apesar das lágrimas de neve, buscarei algo. Não sei o que, nem onde. Já passei da idade em que sufocamos as mágoas com compras inúteis. Será que se me aproximar da felicidade alheia serei contagiada, como por um sarampo inoportuno? Saio em busca de bom tempo. Meu refúgio são os livros, as pessoas de papel e letras.
Essas decepcionam na ficção, enquanto os de carne e osso o fazem nas pretensões, falsas modéstias e exageros de suas realizações. Entro em uma livraria e observo pessoas solitárias. Concentradas em livros, não estão tristes. Caminho pelas vielas cheias de desconhecidos. Sinto o frio londrino do ar condicionado. Percebo que o silêncio é diferente do silêncio em minha alma. Presto atenção e escuto crianças na área infantil. De repente, uma gargalhada depois de um eletrônico “múúú”. Fecho os olhos e sinto o calor de uma fogueira e cheiro de café quente. Crianças aquecem tudo, desde gélidos estabelecimentos até corações ebulindo de ódio. Sem perceber, procuro o porquê de crescermos e nos transformarmos em corruptos políticos, pessoas sem ética, educação ou condições de conviver em sociedade.
Bilhões de ilhas solitárias dentro de um globo terrestre que se torna cada dia mais árido, quente e insuportável.
Passeio entre os departamentos, como se estivesse viajando por terras antigas. Um índio, sentado em uma poltrona, gargalha com textos de Arnaldo Jabor. Em pé, a idosa marca um livro de Lygia Telles com líquida emoção. Decido escolher um livro de poesia. A dois não existe solidão nem desesperança. O livro, o companheiro, o amigo, aquece minhas mãos com imagens e acaricia meu coração com exemplos imortalizados de deuses de amor. A arte tem o poder de curar chagas e abrir janelas de onde pontes (e)levam-nos ao céu. Mesmo que por curtos períodos. Sobre o tapete mágico sobrevoo o vazio que amanheceu em mim. Vejo anjos chorando desesperadamente. São tantas lágrimas que inundam cidades, transbordam barreiras e afogam inocentes. O tapete desaparece e caio em minha cama, de onde nunca sai. Mesmo sonhar tornou-se objeto de desejo em um mundo onde os pesadelos são noticiados em todos os meios de comunicação e, infelizmente, vivem lado a lado conosco, discursando sobre sua falsa santidade, enquanto inocentes pagam por suas fantasias.



Simone Pedersen escreve para o Bar Contemporartes na última terça-feira de cada mês. Autora de diversos livros infantis, foi premiada em inúmeros concursos literários e publicou dois livros para o público adulto: Fragmentos & Estilhaços com prosa e verso e Colcha de retalhos com poemas.


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Morre o poeta Antônio Sodré!

Parte "El Poeta de la Transmutación e de la Trancedencia!"
por Altair de Oliveira


Tristíssima, como é as vezes a vida, a nossa coluna retorna esta semana para noticiar a morte do poeta "Antônio Sodré", uma das grandes vozes da poesia contemporânea em Mato Grosso, que faleceu nas primeiras horas deste sábado (19/02/2011), deixando a lua cheia de sol em seu lugar. Segundo consta-nos, o poeta teria ido participar de um sarau de poesia na noite de sexta-feira (18/02) no bairro Cophema, em Cuiabá, e após declamar seus poemas ele sofrera um enfarto fortíssimo, tendo que ser resgatado pelo SAMU e encaminhado ao hospital, onde teria sofrido outros ataques que vieram a vitimá-lo nas primeiras horas do sábado.

Saía de cena, não dos corações daqueles que o conheceram, o "Poeta de la Transmutación e de la Trancedencia!", como ele mesmo gostava de se denominar, após ter militado na poesia independente por mais de 30 anos e ter deixado seus 2 livros de poemas "A Besta Poética" - 1984 e "Empório Diversos" de 2004 e ter participado de 2 CDs com o grupo litero-musical "Caxemir-Bouquê", do qual fazia parte. Foi a nós, da coluna "Poesia Comovida", que o poeta concedeu a sua última entrevista em junho do ano passado, onde falava-nos de si, de seu trabalho e de seus planos para o próximo livro "Lirismo à Flor da Pele", do qual na ocasião publicamos um poema inédito. Livro este que o poeta provavelmente não chegou a concluir. Confira: http://revistacontemporartes.blogspot.com/2010/06/o-poeta-matogrossense-antonio-sodre.html

Para nós, que conhecemos o poeta desde o início da década de 80, e que desde então nunca deixamos de visitá-lo na casa de sua mãe a cada vez que regressamos ao Mato Grosso, a querida dona Joaquina do bairro Pedregal, para trocar figurinhas de poesia ou para nos encaminharmos a saraus, bares ou mesmo à casa de nossa querida e genial amiga pintora Vitória Basáia e de seu filho e poeta Juliano Moreno, espaços onde a poesia sempre soube ser o prato principal, perder o poeta não é nada legal! Quando voltarmos à Cuiabá teremos mesmo que parodiar o Manoel Bandeira da ocasião da perda de Mário de Andrade e fingir que o poeta não está lá porque foi às cachoeiras da Chapada dos Guimarães ou algum outro recanto conhecido...

Era conhecido como Antônio, Antônio Sodré ou apenas Sodrezinho, em referência ao seu irmão mais novo, o grande pintor matogrossense Adir Sodré, que foi um dos incentivadores da poesia dele. Era poeta e livreiro, durante anos dirigiu um point de compra e venda de livros usados no campus da UFMT em Cuiabá, de onde tirava o seu sustento. Uma pessoa culta e simples, que encantava as pessoas com seus poemas curtos de forte musicalidade e que levava uma vida que contrariava os comuns: onde o carro da poesia aparecia sempre na frente dos bois.
Por enquanto ficamos com mais alguns versos do poeta Antônio Sodré, que escreveu pouco, nos deixou tão cedo e que, mesmo assim, soube deixar o mundo por onde passou com um pouco mais de poesia! Bravíssimo! Vá com as musas, meu bardo!



***

Poemas de Antônio Sodré II


***


Sei que nuvens escuras

Obscurecem o céu da minha
Poesia
Apesar do meu poema
Passar em brancas nuvens



***



ROSA FORTE

Quando a sombra da caneta
Resvala sobre a borda do papel.
Ativa o (ins) pirado ser que escreve
Impelido pela força do cordel
Abre o céu qual abismo d'água imenso
Verso denso de chuva poderosa
Cá na terra desabrocha esplendorosa
A rosa dos amores inquietos!


Essa rosa de que falo francamente
Desabrocha
Numa rocha
Que se fende!

Porém, todos que ao vê-la não entende
Essa força arretada que lhe atenede,
Partindo ao meio cristal tão poderoso,
Rosa rubra de beleza indescritível!



***

Eu não quero as réguas
Para traçar os meus caminhos
Eu prefiro as éguas
Num galopar torto y veloz!


***

abismumano

um abismo me separa
dos meus próprios semelhantes ...

mas se tento chegar mais perto deles
sinto estar mais longe
do que estava antes!

é que entro cada vez mais
para dentro de mim mesmo
numa viagem, que se afasta da chegada,
pois vou pra lugar nenhum
numa lenta caminhada ...

... que me diminui
não sou, pois nunca fui...

... apenas me desfaço
como uma estátua que rui! ...


Poemas de Antônio Sodré, In: "Empório Literário".


***

Uma pequena Homenagem

Desde que mudei-me de Cuiabá em 1987, sempre que regressava à cidade aportava no bairro pedregal, onde também morava o poeta Antônio Sodré, e constumeiramente ia vê-lo, assim que possível, para trocarmos figurinhas, para discutirmos o caminho das pedras da poesia, para ser mais preciso.

Nestas ocasiões, um ou outro sempre tinha um poema novo ou uma idéia de poema para mostrar e para constatar a opinião do outro. Este "bate-bola" era importante, porque além de amigos a gente se respeitava muito como poeta, ambos tínhamos dificuldades de escrever e também um certo senso-crítico que pode ir sendo melhorado com o passar do tempo e com as nossas novas leituras.

Dessas nossas discussões, vários poemas dele ou meu puderam ser amadurecidos ou simplesmente tiveram que ser sacrificados. Recordo-me especificamente de uma idéia de poema que ele tinha que me fascinara de imediato.A idéia d
e escrever um poema chamado "Fissíl", do qual ele tinha apenas 2 ou 3 versos que ele repetia-me durante anos com uma ou outra variação. A riqueza de assonância e aliteração destes versos tornava o poema difícil de ser composto e, ao mesmo tempo, me fissurava para que ele aprontasse logo o poema. Certa vez, brincando evidentemente, eu cheguei a ameaçá-lo:

- Se você não escrever logo este poema, eu irei escrevê-lo!

Parece que a brincadeira funcionou, porque pouco tempo depois ele me mostrou o poema, que ficou realmente muito bom. Fiquei sentindo uma alegriazinha boba de padrinho, como se ele de fato fosse me dar o poema para batizar. Por isto sempre tive um carinho especial por este poema.

No ano passado, quando fizemos a sua última entrevista, tivemos a oportunidade de ler este poema juntos uma vez mais, então eu tive a idéia de escrever a
lgo para homenágeá-los (o poema e o poeta), acabei compondo um outro poema, este. O texto que segue ( Passagens do Impossível) eu escrevi aos poucos, em sua homenagem e conclui só agora no final de janeiro. Tinha a intenção de mostrar ao poeta meados deste ano, quando pretendo ir à Cuiaba, mas o poeta não pode esperar... Por isto, amigos meus, gostaria de compartilhar estes poemas, aqui com vocês:



FÍSSIL


- I -

"tá" tudo tão "difácil"
"tá" tudo tão difícil
tudo seria mais fácil
se não fosse
assim tão físsil!

- II -

é tão cruel a espada,
é tão monstruoso o míssil
tudo seria mais fácil
se não fosse
assim tão físsil"

- III -

ó! doce manga dócil
ó duro osso fóssil!
tudo seria mais fácil
se não fosse
assim tão físsil!


Poema de
Antônio Sodré, In: "Empório Diverso".

***

Passagens do Impossível


(Para Antônio Sodré, in memoriam.)

Se o escombro do assombro fosse um verso
E o universo, em meu ombro, um benifício
Se o acesso da festa fosse físsil
e o difícil se fizesse fácil...


Se a moça do sonho fosse tátil
e, de fato, florisse aos meus tratos
Se a flor que me desse me sorrisse
e, na flor do seu viço, me afagasse.


Se o desejo alcançado me bastasse
e a dor, que me mora, desistisse
Se a morte, na hora, se matasse
E, na última cartada, eu conseguisse...


Eu não seria de esmar, de errar tanto
Nem teria este ar de degolado
Ficaria alegrado no meu canto
Com o meu canto de alento, de legado.



Poema de Altair de Oliveira, In: "As Provisões Provisórias".

***

Para ler mais sobre o poeta Antônio Sodré:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/mato_grosso/antonio_sodre.html
http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=3&idnot=42694
http://www.dihitt.com.br/barra/agora-estamos-sem-antonio-sodre-um-poeta-na-estrada-suspensa-no-ar
http://paginadoenock.com.br/home/post/8128
http://www.dihitt.com.br/barra/domingo-literario-antonio-sodre--o-poeta-da-transmutacao


***


Ilustrações:
1- foto do poeta Antônio Sodré declamando 2- "Dom Quixote", do pintor matogrossense Adir Sodré; 3- "Sexo Todo Mundo Vê!" da pintora matogrossense Vitória Basáia.



Altair de Oliveira (poesia.comentada@gmail.com), poeta, escreve quinzenalmente às segundas-feiras no ContemporARTES a coluna "Poesia Comovida" e conta com participação eventual de colaboradores especiais.
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A imprensa brasileira de rock: a era Rock In Rio (parte 2/4)


por Marcelo Pimenta e Silva


O primeiro Rock in Rio foi um marco para o mercado musical no Brasil. Realizado durante o mês de janeiro de 1985, o evento tornou-se um dos símbolos da juventude pós-ditadura que mitificaria a cultura rock e pop no país. O Brasil vivia a redemocratização e essa foi apenas uma das novidades naquele ano. O Rock in Rio vinha de encontro a esse momento histórico na política nacional e possibilitou uma “abertura” para que shows internacionais ocorressem com maior freqüência no país, bem como proporcionou a consagração do cenário pop e rock nacional. Entre 11 e 20 de janeiro, mais de um milhão e meio de pessoas presenciaram na ‘Cidade do Rock’, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, diversas atrações internacionais como Iron Maiden, Queen, Ozzy Osbourne, B-52s, Nina Hagen e nacionais como Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Ney Matogrosso (BISSIGO, 2005).

O festival sedimentou uma credibilidade de público e de organização que consolidou o mercado nacional num dos principais consumidores do produto rock. A importância do festival foi ter traduzido, naquele momento, o estilo musical como fenômeno político e social da juventude que vivia uma nova fase do Brasil.

Dois anos antes do Rock in Rio, bandas como Blitz, Barão Vermelho e Paralamas do Sucesso passaram a fazer sucesso trazendo uma identificação frente ao público jovem desejava músicas mais contextualizadas com o período de redemocratização.

O rock nacional expressava um fenômeno da classe média brasileira que após o Rock in Rio fortaleceu o mercado fonográfico graças também ao Plano Cruzado do governo do presidente José Sarney (1985-1990). O plano econômico serviu como ponte para que uma sociedade ávida por consumo e com condições de aquisição de bens se instalasse no país, ou seja, cerca de vinte milhões de pessoas que sobreviviam com um salário mínimo também passaram a adquirir produtos culturais como o hábito de comprar discos.

Essa gente também saiu comprando discos, a ponto de os Paralamas venderem trezentos mil e o Legião Urbana, oitocentos mil. O RPM contabilizou mais de dois milhões de consumidores em sua estréia. Em parte, o plano contribuiu para tornar o rock uma música realmente popular no Brasil. (Brunello, Borges e Takahashi, 2005).

Desta forma, é evidente que a primeira metade dos anos 80, chegando até o Rock in Rio, serviu para “formar” um público que não era mais representado pelos músicos de MPB. Ao invés da contestação social por metáforas, agora a juventude podia expressar de forma mais autêntica suas angústias, demonstrando toda sua pressa e impaciência, além da grande vontade de se divertir, sem precisar adotar ideologias ou utopias para ter seu espaço na sociedade.

A tribo heavy metal
O heavy metal já é um estilo quarentão dentro do rock e assim como o próprio rock tem inúmeras ramificações com grupos e cantores consagrados e outros obscuros, mas influentes dentro do próprio gênero. Os críticos apontam a banda inglesa Black Sabbath como a fundadora do estilo, isso porque em 1970 a banda lançou um disco que contrariava todos os preceitos do rock feito em plena contracultura. Com o fim do sonho hippie, o momento era devastador para uma juventude inteira que não poderia mudar o mundo, as letras tomadas de imagens obscuras como a de War Pigs(1) era a resposta para a alienação provocada pela política americana imposta ao mundo durante a Guerra Fria. A partir daí o metal se alastrou com diversas bandas e subgêneros, passando a fomentar inúmeras publicações underground que divulgaram o gênero.

Em contrapartida, no Brasil ainda vivia-se sob o clima de fechamento cultural, tendo como resultado desse processo político, uma cultura massificada que não permitia contato com outros formatos de música, em especial a feita em guetos como o punk, hip hop e o próprio metal. Como saída, havia uma profícua troca de informações que sustentava um underground ávido por rock pesado, bandas e cantores que não se enquadravam no modelo comercial veiculado pela grande mídia. Nesse cenário underground, os públicos de música heavy metal e punk rock se diferenciavam de qualquer outra tribo dentro da cultura pop, isso porque pareciam criar um universo simbólico dentro do sistema já estabelecido da música comercial. Esses fãs formavam tribos que sobreviviam às margens de grandes editoras e gravadoras, fomentando uma comunicação direta entre artistas e fãs, através dos fanzines e de fitas cassete que eram repassadas entre os fãs.

No próximo artigo, destacaremos a revista Rock Brigade e a revista Bizz.


Notas:

(1) - "Porcos de Guerra" – Música do grupo britânico Black Sabbath. Canção anti-guerra que protesta de forma agressiva contra a Guerra do Vietnã.

Referências bibliográficas:

BISSIGO, Luís. E assim se passaram 20 anos. Jornal Zero Hora. 19/01/2005. Porto Alegre. P. 6 e 7.

BRUNELLO, Aline Viviani; BORGES, Maria Fernanda Duarte Guimarães; TAKAHASHI, Vivian Cristina Bezerra. A Revista Bizz/Showbizz no jornalismo musical brasileiro da década de 90. Monografia de conclusão de curso de jornalismo da Universidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Disponível em: http://www.unaerp.br/comunicacao/i. Acesso em 28 de agosto de 2009.

FIGUEIREDO, Alexandre. A volta por cima. Observatório da Imprensa. Disponível em: http://observatorio.ultimosegundo.ig.combr/artigos.asp?cod=358JDB003. Acesso em: 17de julho de 2008.

GUIMARAENS, Edgar. Algo sobre Fanzines. Disponível em: http://kplus.cosmo.com.br/materias.asp?co+4. Acesso em: 22 de setembro de 2009.

MAFFESOLI, Michel. O Tempo das Tribos. 2 ed. Rio de Janeiro. Editora Forense Universitária, 1998.



Contribuição do leitor Marcelo Pimenta e Silva, natural de Bagé/ Rio Grande do Sul, nascido em 11 de outubro de 1979. Jornalista pela Universidade da Região da Campanha – Urcamp, atua como assessor de imprensa e pesquisador. E escreve artigos sobre política e cultura em geral.
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