A chegada de João Cabral na roça



Lá na roça vivia João. Era um menino alegre e que gostava de tudo que criança gosta, subir em árvores, colher goiaba no pé e comer, tocar os bois, andar a cavalo, enfim, viver muitas aventuras.
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João estudava em uma escola que ficava na cidade. Ele gostava das aulas, principalmente das de leitura. Já tinha lido O barquinho amarelo, Meu pé de Laranja Lima, A porquinha Preta, A galinha ruiva, as histórias da turma da Mônica – ele preferia as travessuras do Cebolinha, porque sua mãe havia dado a ele um boneco e dizia que era o Cebolinha - mas há pouco tempo ele descobriu certas leituras que a professora dizia não serem adequadas ao aprendizado que ele teve até então, por serem difíceis demais para uma criança entender. Foi na biblioteca da escola, pegou emprestado e começou a ler o livro Ou Isto ou Aquilo, de Cecília Meireles.

A princípio, João estranhou a escrita em versos. Versificação ele achava que só encontraria nas músicas que seu avô cantava nos almoços de domingo. Percebendo que também era possível escrever em versos, ele se interessou ainda mais pela dita Poesia. Quando chegava a hora de dormir, ele sonhava com o que os poemas contavam, como a história do cavalinho branco.

O cavalinho branco

À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:

mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.

O cavalo sacode a crina
loura e comprida

e nas verdes ervas atira
sua branca vida.

Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos

a alegria de sentir livres
seus movimentos.

Trabalhou todo o dia tanto!
desde a madrugada!

Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!

Nos sonhos de João o cavalinho era seu melhor amigo e o esperava para juntos correrem pelas campinas.
Certo dia, algo estranho aconteceu com esse garoto curioso. Ao remexer nas coisas da sua falecida avó, ele se deparou, primeiramente, com um nome que lhe chamou muita atenção, João Cabral de Melo Neto. “– Nome igualzinho ao meu”. Ele pensou. Instantaneamente abriu o livro e queria saber do que se tratava. Para sua surpresa, poesia.
Certo era que João, apesar de gostar muito da escrita em versos, teve dificuldades para entender a poesia do tal João Cabral em um primeiro momento. Após, tentativas de leitura, releituras, encontrou um poema que lhe encantou, “Tecendo a manhã”. Logo pensou, “Estranho um poema a respeito dos galos cantando ao amanhecer”.

Tecendo a Manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

Aos poucos esse poema foi se tornando, para o garoto que vivia na roça, algo mágico. Ele só pensava e imaginava na beleza dos fios que os galos lançam um ao outro para acordarem todo mundo nas fazendas.
Passados alguns anos, João cresceu e deitado aos pés de uma mangueira, ele vê chegando perto de si um homem e um burro. O homem do burro pergunta qual seu nome, ele responde prontamente, João. O homem se espanta, e diz: “- Nome igualzinho ao meu”. Então se apresenta: “- Meu nome é João, mas não um João qualquer, João Cabral de Melo Neto”.
O rapaz se espanta, por já ter lido esse nome em algum lugar. Após um tempo se recorda dos galos, da manhã. Então ele pergunta a seu homônimo o porquê fazer poema sobre os galos. A resposta que obtém é a seguinte: “- Meu jovem, a poesia está nas coisas mais simples e na sua imaginação. Existe coisa mais bela do que o cantar dos galos ao amanhecer?” O jovem João se levanta e não vê vulto de pessoa alguma.
Sem saber se o que havia acontecido era ou não verdade, ele corre pra casa e decide que a poesia sobre o tecer a manhã e todas as outras que tinha lido antes, sem entender, deveriam ser exploradas novamente. Ao ser tocado pela releitura dos poemas, ele, como uma corrente, passa para os amigos o que havia lido, que por sua vez passam para os conhecidos, criando um movimento que leva a poesia para vida de todos.

Foi dessa forma que João Cabral chegou na roça.


Este é o primeiro conto que escrevo na vida e é baseado nas histórias que escutei. Principalmente na de um novo amigo a quem agradeço, Rodrigo Frausino.





Rodrigo C. M. Machado é Mestrando em Letras , com ênfase em Estudos Literários, pela Universidade Federal de Viçosa.
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Cultura de massa e cultura para a massa


Cultura de massa e cultura para a massa

Há uma significativa diferença quando falamos de cultura de massa e cultura para as massas. A primeira, como já vimos, é a parte fundamental do sistema capitalista moderno, e se sustenta através de uma grande indústria fomentadora de “produtos” para serem vendidos em “prateleiras de supermercados”, metaforicamente descrevendo cultura de massa. Mas sendo fiel às suas principais características, percebemos que a mesma se utiliza em primeiro lugar da indústria cultural, passando em seguida pelo mercado cultural, e chegando então finalmente na sociedade de consumo, conhecida sociedade de massa.

Não podemos generalizar, como é o caso de muitos, a cultura de massa e dizer que ela é direcionada àqueles que possuem uma realidade financeira reduzida, ou que a cultura de massa é produzida somente para as favelas, pois para obter-se essa tal cultura é preciso que se pague nem que minimamente, mas que se pague por ela, e o que percebemos hoje em dia, é que cada vez mais as camadas privilegiadas da sociedade absorvem esse tipo de cultura massificada para o seu dia a dia e passam assim a fazer parte dessa sociedade, que sem distinção econômica, passam a fortalecer um mercado cultural alienador.

Usando como exemplo, um modelo cultural que nos dias de hoje é visto como cultura erudita , a ópera foi considerada um dos primeiros elementos da cultura de massa, por suas apresentações serem direcionadas ao grande público. Ela era vista como um tipo de atividade cultural considerada massificada no século XIV, aqui não mais por ter seu valor questionado, mas pelo fato de ser direcionado para o grande público.

A cultura para as massas é aquela feita especialmente para direcionar um modelo de pensamento que envolve e desenvolve ações e manifestações para a sociedade, mas que tem como objetivo principal fazer a sociedade enxergar questões (sendo dada uma visão distorcida da realidade) que necessitem do apoio e do apelo da mesma. A cultura para as massas se baseia no sistema ditatorial, podemos utilizar como exemplo, os modelos do fascismo e do nazismo, onde a massa da população podia se enxergar através de filmes que eram feitos com esse propósito; o cinema como grande precursor da cultura de massa, era utilizado para mostrar para aquela massa que eles podiam gritar e reivindicar os seus direitos, mas o que aquela sociedade massificada não percebia, era que todo aquele aparato fazia parte de um sistema manipulador, que subjetivamente incluía na mente de cada indivíduo que todos aqueles acontecimentos da época independentemente do tipo de desgaste social ou emocional que ele estivesse causando sobre cada indivíduo, era extremamente necessário, e se fazia para o progresso de toda a nação.

A cultura para a massa, diferente pensada com relação com à cultura de massa, na primeira, todas nações são feitas pelo, chamaremos assim, “produtor da cultura para a massa” a partir de um estudo adequado para cada situação. É estranho pensarmos assim, mas se repararmos bem, esse produtor, após analisar a situação que lhe interessa converter, permanecer ou justificar, transformar qualquer situação ideal, ou seja, faz a sociedade se sentir parte realmente dos acontecimentos e logo ela está inserida, queira ou não, naqueles modelos ditados por um (quando no máximo uns) e respeitados por todos.

Já a cultura de massa, que também possui o que podemos chamar de “produtor de cultura de massa”, repensada de maneira mais universal, a preocupação com a situação ou o contexto em que a sociedade está inserida não é o que mais importa, o que importa é que se pense no modelo duradouro de absurdos culturais que quanto mais alienem a sociedade melhor, pois a possibilidade da mesma rejeitar ou se cansar logo desses produtos é, senão nula, bem menor do que se fossem esses “produtos culturais” que estimulassem o pensamento e o fizessem o receptor se questionar sobre os padrões de qualidade do produto e o padrão de satisfação que o mesmo lhe proporciona. Enfim, podemos observar que apesar de possuírem grandes características em comum, a cultura para a massa e a cultura de massa guarda algumas diferenças, como por exemplo, o fato de a primeira não se utilizar necessariamente da indústria cultural. Com o exemplo do cinema, fica claro que ela teria que passar por essa indústria, mas poderiam os produtores dessa mesma cultura utilizar discursos e manifestações para que pudessem chamar a atenção da sociedade. Já no segundo caso é mais fácil imaginarmos um tipo de cultura de massa que não se utilize dessa indústria, seja através dos meios de comunicação de massa (como veremos mais adiante) seja por meio desse mercado cultural. O que nos parece, é que a cultura de massa junta a sociedade de massa e insere nesta um determinado objeto que passa a ser então naquele momento o objeto cultural ideal para que a sociedade se sinta feliz e satisfeita com o que lhe está sendo entregue.

Para avaliarmos então os dois conceitos, basta colocarmos um do lado do outro para que percebamos como os dois são conceitos que induzem a sociedade a agir determinada maneira, o que nos torna diferentes é o modo como essa indução é feita, e como já falamos, um induz através do sistema capitalista e o outro através do sistema ditatorial, mas ambos induzem e fazem a sociedade agir de maneira que vai contra todos os princípios de uma sociedade moderna supostamente desenvolvida para não suportar esse tipo de dominação.



Djalma Thürler é Cientista da Arte (UFF-2000), Professor do Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar em Cultura e Sociedade e Professor Adjunto do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA. Carioca, ator, Bacharel em Direção Teatral e Pesquisador Pleno do CULT (Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura). Atualmente desenvolve estágio de Pós-Doutorado intitulado “Cartografias do desejo e novas sexualidades: a dramaturgia brasileira contemporânea dos anos 90 e depois”.
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e ela me deixou aqui, a sua espera...

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Realengo : morte, dor, excesso de modernidade?


Quando chegaram a mim as primeiras notícias do massacre do Realengo que aconteceu na manhã da última quinta-feira, dia 7 de abril, não pude acreditar. Imediatamente veio a minha cabeça acontecimentos semelhantes que tiveram cenário nos Estados Unidos, e destes sobressaiu o massacre de Columbine em 1999. Em primeiro lugar, ambos tiveram palco em uma escola. No Rio de Janeiro, na Escola Municipal Tasso de Oliveira localizada no Bairro de Realengo e nos EUA, o massacre em massa aconteceu na Escola de Columbine, no subúrbio de Denver. O protagonista da brutal ação no Brasil foi Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, enquanto em Columbine, a ação foi deflagrada pelos também muito jovens Eric Harris, de 18 anos e Dylan Klebold de 17 anos.

As semelhanças não param aí: em ambos os casos, os jovens assassinos estavam perigosamente armados com potentes armas de fogo. A matança foi coletiva: em Columbine, os dois estudantes causaram a morte de 12 estudantes e um professor e depois cometeram suicídio; no Realengo, 12 pessoas foram assassinadas e o agressor também cometeu suicídio. Nos dois acontecimentos, a suspeita é de buyling, uma espécie de sistemática humilhação que estudantes sofrem por seus companheiros mais enturmados. Sobre isso, ver artigo Do espetáculo a rotina: o terror e suas multifaces do historiador Emílio Gomes de Andrade (Contemporâneos, nr. 4, maio a out. de 2009). É importante mostrar, no entanto, que nem Columbine, nem Realengo são acontecimentos isolados. Somente nos EUA contabilizam-se no ano de 1997/98, 43 homicídios em escolas.



A filmografia norte-americana já se focou sobre Columbine com dois filmes em especial. O Tiros em Columbine, do polêmico Michael Moore (EUA, 2002), e Elefante, de Gus Van Sant (EUA, 2003). Mesmo com narrativas e ênfases tão diferentes, as abordagens se focam na juventude e no desconexo tempo contemporâneo. No caso do primeiro, a linguagem é documental – aborda a questão do desarmamento, da desigualdade do subúrbio perante a opulência dos bairros mais nobres. Elefante, utilizando a linguagem ficcional, inova pela narrativa fragmentada e a história contada e recontada diversas vezes pelas diferentes testemunhas do acontecimento. A análise paira pelo lado psicológico dos personagens, perturbados, com mentes confusas em uma sociedade que não lhes acolhe.

Estudiosos também já se debruçaram sobre a temática. Ana Lucia Emme, por exemplo, classifica Columbine como um distúrbio da contemporaneidade que isoladamente não pode ser explicado, mas que seria como a ponta de um iceberg da modernidade, uma combinação de todos os seus excessos e violências: aceleração do tempo, isolamento dos indivíduos, sociedade de consumo. A causa não seria estaria centrada no indivíduo causador da ação – classificado como psicopata ou maluco, mas seria um sintoma de toda sociedade na qual as relações sociais se encontram cada vez mais deterioradas.

Depois do fatídico 7 de abril, o assunto também ocupou os principais blogs e portais da internet. Um me chamou a atenção em específico, o de Nelson Valente. Valente cita Freud para avaliar o grau de agressividade do jovem assassino. Segundo ele, Freud considera a agressividade “como um impulso inato no homem, em consequência do qual "o próximo não representa para ele somente um auxiliar e objeto sexual, mas também uma tentação para libertar suas tendências agressivas contra ele". Assim, tal massacre expressa uma agressividade que canaliza não apenas a destruição e morte dos indivíduos que lhe foram alvo, mas também busca atacar um problema que poderia estar no próprio agressor. Por esse raciocínio, ele agiria em “defesa” de si, pois se encontra assim posicionado em uma sociedade que o agride constantemente.









Ana Maria Dietrich

Editora-chefe da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades

Coordenadora da Contemporartes - Revista de Difusão Cultural

Laboratório de Estudos e Pesquisas da Contemporaneidade

Núcleo de Ciência, Tecnologia e Sociedade - UFABC
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Implícito

Abilio Pacheco

Não queria perder os sentidos do que lia, por isso sublinhava trechos mais difíceis com traços largos.

Tarde se deu conta que cobria as entrelinhas.

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AMIGOS DA POESIA

Hoje minha coluna vai dar um pequeno e delicioso e inesquecível passeio pelo uni.verso contemporâneo de alguns poetamigos, através da participação dessas “feras” já muito conhecidas, reconhecidas (premiadas) e também admiradas no meio literário. Cada um tem sua peculiaridade, mas todos têm algo em comum: o deslizar encantador e preciso sobre a poesia. Uma seleção de primeira pra técnico nenhum botar defeito. Veja só como eles batem um bolão!





TEMPOS MODERNOS
Edweine Loureiro (Saitama/Japão)
Autor de CLANDESTINOS (E OUTRAS CRÔNICAS) - Clube de Autores

Acorda, homem-máquina
que a fábrica tem fome
de homens
sem nomes.

Acorda, homem-só,
homem-pó,
homem-lata,
homem-sucata,
homem-trapo,
homem-de-terno,
homem-de-ferro,
homem no inferno.

Que a máquina tem fome
de nomes
e homens.


AOS DISTRAÍDOS!
Cris Dakinis (São Pedro da Aldeia/RJ)
Autora de AOS DISTRAÍDOS (CBJE - A Casa do Novo Autor Brasileiro)

A poesia do dia
Amanhece cedo
Ergue as cortinas e
Toma sol na calçada

Acorda numa revoada
De sanhaços ao vento
Porque a poesia é sonora
Ela nasce en-cantada

Só os incautos ouvem
A poesia do dia...
Distraídos que estão
Do seu diário ganha pão


INFINITO
Paulo Franco (Ribeirão Pires/SP)
Autor de A QUARTA PAREDE (Editora Multifoco - Selo Vale em Poesia)

Sobre uma parte
do que sei, escrevo
e se não sei, me calo.
E do que escrevo,
uma parte eu nem sei,
e mesmo assim, às vezes, falo.

Sobre o que sinto
uma parte escrevo
pra tentar saber
o que de mim eu minto.

E nunca sei se escrevo
a parte que me cabe
do que sei de mim
e , às vezes, calo
pra fingir o que não sinto.

E sei que do que sei,
à parte, no que escrevo,
parte não me cabe
já que eu só pressinto.

E no que sinto deste pressentir
há o conflito entre o silêncio e o grito
transformando o poema
em linguagem de infinito.


DESJEJUM
Sérgio Bernardo (Nova Friburgo/RJ)
Autor de ASFALTO (Selo OffFlip)

Na minha mesa posta
um bule com o choro de ontem
servido amargo

Entre os jornais do dia
o roteiro em detalhes
do que podia ter sido

Em vez da geleia de morango
o suor das tarefas
num pote de cerâmica

A faca corta o pão
como se amputasse
a língua do ódio

No balcão da copa
o relógio do micro-ondas
cobra meu tempo

Todo dia às 7
desjejuo em silêncio
e a família ignora
a fome de dentro


DO BANHO...
Henriette Effenberger (Bragança Paulista/SP)
Autora de LINHAS TORTAS (contos) e AS AVENTURAS DE SUPERAGORA (infantil)

Acontece sempre essa emoção
(tamanha!)
quando, depois do amor, o meu amor
se banha...
Ouço o ruído da água escorrendo
docemente,
enquanto se forma uma densa cortina
com o vapor da ducha quente.
A despeito de minha miopia
e o do banheiro enfumaçado,
consigo ver os contornos de seu corpo
refletidos no espelho embaçado.
E ele ao se sentir observado,
me sorri, quase encabulado,
desenhando, no vidro, com os dedos,
um coração flechado...
Não mais resisto,
molho-me toda em seu abraço,
(pouco me importa se é pequeno o espaço!)
e sob a água do chuveiro,
tenho, de novo,
meu homem por inteiro...

Abraços literários e até +.

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Uma outra história de guerra


Encontrei esse vídeo casualmente, e me encantei pelas histórias de vida que a iraquiana Zainab Salbi traz nele. O tema é de extrema importância e me fez lembrar um texto que li recentemente sobre história oral de mulheres. Para os que não conhecem, história oral é um procedimento metodológico que tem ganhando força nas Ciências Humanas e Sociais desde algumas décadas atrás.

Um dos principais objetivos da história oral é justamente trabalhar esse outro lado que a história tradicional não apresenta ou retrata. Assim,  utiliza como matéria-prima os depoimentos de pessoas que vivenciaram determinados fatos histórico-sociais, mas não são os protagonistas da história hegemônica.

Esse texto, assim como o vídeo, mostra a importância de se conhecer e discutir o outro lado da guerra, porém não somente da guerra, mas também de outros cenários. Além disso, a autora enfatiza a importância da história oral de mulheres no processo de democratização da memória. Afinal, se pararmos por um momento e observarmos quem são os protagonistas da história dominante, perceberemos claramente a desigualdade de gênero.

"A experiência humana tem sido fragmentada em realidades múltiplas, marcadas significatimamente por divisões de gênero." (SALVATICI, 2005, p.35)











 



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  C O  N  V  I  T  E

 14 de abril de 2011, QUINTA-feira, às 18h30

Conversa de Livraria com Jeroen Klink

e lançamento do livro

Governança das Metrópoles

Conceitos, experiências e perspectivas






Ana Paula Nunes é jornalista e pós-graduanda em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo - USP. Escreve aos domingos, quinzenalmente, na ContemporARTES.
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