sexta-feira, 29 de junho de 2012

Vôo de Liberdade




Caros Leitores,


       Apresento-lhes nesta sexta o poema "Vôo de liberdade". Esta produção, reflexo  de eventos humanos constantes, trata da intensidade da libertação, revelando o tempo  em que somos capazes de vencer as fragilidades e quebrar o peso das correntes. É um convite à uma nova experiência, à possibilidade de escrever outra página na história. Sobretudo, o texto realça a importância da superação.



Adriano Almeida



Vôo de Liberdade


É preciso ver os ventos...
É preciso ouvir os sorrisos,
estampados nos rostos densos.
Quero sentir o sal das lágrimas
e o suor das corridas intensas...
Quero viver a vitória apertada
e o sabor das alegrias difíceis...


Tenho pensado nos abraços,
observado os apertos de mãos...
A graça dos encontros.
Tenho me deixado sorrir,
ainda que por dentro...
Quisesse chorar...
Tenho, também, chorado
quando tudo me faz rir.


Vou entregar as felicidades contidas
para a liberdade dos gritos...
Vou jogar o corpo ao alto
para sentir a força dos movimentos.
Vou deixar no tempo
a inércia dos lamentos...


Que venha a graciosidade dos afetos,
encontrar seu espaço guardado...
Reabrir os guarda-roupas fechados...
Permitir que se solte a potência da vida
Vitalizando o mofo das gavetas pálidas...


Deixe a criança correr pelas calçadas,
subir as escadas...
Pular os muros,
escalar as árvores frondosas...
Alcançar os topos...
E do alto das copas largas,
vislumbrando o horizonte...
Fitar o sol imenso
 e recriar o mundo inteiro.






Adriano Almeida é pesquisador na área de cultura, imaginário e simbologia do espaço. Mineiro, tem se dedicado a escrever poemas, crônicas e contos. Seus escritos, de caráter introspectivo, retratam as incertezas, os conflitos, a melancolia e os encantos da existencialidade humana.

1 comentários:

Ana disse...

querido, mais uma vez achei lindíssima... as figuras de linguagem como o mofo das gavetas pálidas são ótimas, mesmo! Porém, o que mais me chamou a atenção foi a mensagem em si, de renovação de velhos hábitos, de sacudir a poeira das coisas inertes e principalmente, de repensar da densidade "tensa" (os rostos, olhos, bocas) da contemporaneidade. Beijos e compartilho com vc. esse momento! Ana Maria

30 de junho de 2012 às 10:49

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