quarta-feira, 13 de maio de 2015

Não é permitido o consumo de bebida e comida no cemitério




      Nem sempre as coisas são como parecem. Essa verdade é conhecida de muitos e ela se repete em experiências, às vezes, inusitadas. Uma amiga estava visitando Munique, cansada de andar pela cidade viu um parque agradável e tranquilo. Entrou para descansar, sentou-se primeiro num banco e ficou um tempo ali ouvindo o cantar do pássaros, admirando as flores e o verde exuberante do local. Pouco tempo depois resolveu dar uma volta no parque e qual não foi a sua surpresa ao descobrir que, na verdade, tinha ido parar num cemitério...

      
      Pois é esta uma das grandes diferenças entre Brasil e Alemanha, os cemitérios. Eu recomendo aos turistas a deixarem de lado qualquer má impressão e se aventurarem num cemitério alemão. É claro que há tempos eles já são conhecidos locais turísticos, principalmente em Paris, por exemplo, mas os da Alemanha, prometo, são outros quinhentos.

      Arborizados, ensolarados, floridos, e porque não dizer discretos. Além de ser um oásis dentro da cidade, a maneira livre, diversa, simples da construção de seus túmulos é bastante interessante. Apesar de pobre em arte tumular, a variedade e criatividade apresentam outras possibilidades aos nosso olhos. Nem sentimos falta das esculturas...



      Os cemitérios também são muito procurados para uma boa pausa do almoço e/ou para sentar um pouco ao sol. Alguns deles estão desativados e muitos de seus túmulos quase desaparecendo. Um pequeno cemitério perto de casa teve de fechar seus portões ao público, porque seus vizinhos o estavam transformando em um parque, com direito a piquenique e partidas de badminton...



      Estas fotos foram tiradas hoje no Dorotheenstädtischer Friedhof, bem no centro da cidade. Não muito longe do Bunker Boros e da Ilha dos Museus. Ali descansam em paz Brecht, Hegel e Schinkel, entre outras figuras importantes da história berlinense.

      Hoje não tive sorte, mas é muito comum os visitantes deixarem um charuto no túmulo do Brecht. Ao seu lado, também tendo uma pedra bruta como lápide, descansa a sua mulher, Helene Weigel-Brecht.



 Querendo ler um pouco mais sobre o cemitério, veja esta página.



Ana Valéria Celestino é historiadora e mora em Berlim. Terminou dois “estudos de História” uma vez no Brasil outra na Alemanha. Hoje trabalha como tradutora.



0 comentários:

Postar um comentário

Seja educado. Comentários de teor ofensivo serão deletados.