quarta-feira, 10 de junho de 2015

Não tem, a gente faz! Cachoeira artificial do século XIX.





      Minha mãe esteve nos visitando esses tempos e chegou nos acusando de nunca a termos levado à cachoeira de Berlim.  Chegou ao seu conhecimento através de ouvir dizer, que em Berlim havia uma cachoeira numa montanha.
      Pensando na cidade, então seria um morro. agora cachoeira eu não consegui imaginar em Berlim. Mas não é que existe! Conversa vai e vem, concluímos onde seria a tal "cachoeira", no Vitktoriapark, no Bairro de Kreuzberg e, bem perto de onde acontece o Carnaval das Culturas sobre o qual falei na vez passada.

Um espetáculo da "engenharia humana", a cachoeira artificial de Berlim.
     Totalmente artificial ela começou a ser construída em 1891, o morro foi então moldado como uma réplica de uma região montanhosa da Polônia, um lugar bem frequentado na época pelos abastados turistas berlinenses. Por baixo da exuberante paisagem está um sistema de bombas que leva 13 mil litros por minuto até uma altura de 24 metros. Do alto uma vista fantástica da cidade.

Vista da Monumentenstr até o infinito...
     Ali no alto estamos ao pé do monumento da "Guerra de Libertação", Befreiungskrieg, ocorrida entre 1813 e 1815. A guerra que expulsou as forças de ocupação de Napoleão Bonaparte na hoje Alemanha. O que achei interessante, foi o fato dele lembrar e datar tanto as batalhas perdidas quanto as ganhas, homenageando, assim, a todos os soldados caídos. Antes da sua construção o morro ainda era conhecido como Tempelhofer Berg e era um vinhedo.
     Criado por Friedrich Schinkel (arquiteto preferido de Berlim), o monumento lembra a torre de uma catedral gótica. A cruz no seu topo acabou sendo uma forte referência, mudando o nome do morro como também o da região da cidade que passaram a ser chamados de "morro da cruz", Kreuzberg.

Detalhe do monumento.
      Os 13 mil litros por minuto de água vão acabar num laguinho romântico, com direito a estátua e tudo mais, que fica na altura da calçada direto na rua, numa das entradas do parque. Esta estátua aí em baixo, está lá desde 1896 e chama-se "O estranho pescado".
Berlim. Em Munique, talvez, a estátua não estaria assim...
      Agora no verão o parque é bem visitado e lá de cima o por do sol é inesquecível. Ainda há tempo, do outro lado da rua há um restaurante italiano onde é servido um café saboroso como o nosso, se você estiver precisando...



Ana Valéria Celestino é historiadora e mora em Berlim. Terminou dois “estudos de História” uma vez no Brasil outra na Alemanha. Hoje trabalha como tradutora.

0 comentários:

Postar um comentário

Seja educado. Comentários de teor ofensivo serão deletados.